Negócios de arte no Brasil: exposições blockbusters

• Autor: Miorim, Marina Araujo
• Orientador: Arruda, Maria Arminda do Nascimento
  
• Assuntos: Produtores Culturais; Política Cultural; Marketing Cultural; Exposições Blockbusters; Diplomacia Cultural; Cultural Producers; Cultural Policy; Cultural Marketing; Cultural Diplomacy; Blockbuster Exhibitions
• Notas: Tese (Doutorado)
  
• Descrição: No ano de 2011 o Brasil alcançou a primeira colocação no ranking mundial de visitação anual de exposições de arte, organizado há quase três décadas pela revista especializada no setor artístico The Art Newspaper. A mostra O Mundo Mágico de Escher foi, à época, destacada como a blockbuster que deflagrou essa efervescência devido às filas de visitação e o sucesso na sua circulação em várias cidades do país. De 2011 a 2019 o Brasil esteve presente em todas as listas da publicação, e parte do setor cultural, da grande mídia e de órgãos do governo passaram a mencionar essa situação como um fenômeno positivo, representativo do amadurecimento do setor expográfico local. Esta tese se empenhou em mapear e analisar as exposições brasileiras que figuraram no ranking referenciado, buscando regularidades nos processos e agentes envolvidos à sua realização. A própria noção de blockbuster foi investigada a fim de compreender sua origem, aplicabilidade do termo e lugar nas reflexões acerca do fazer expográfico. Contudo, foi a particularidade brasileira que recebeu destaque neste trabalho, a partir de quatro questões fundamentais: I.Quais as circunstâncias específicas que viabilizaram a emergência das exposições blockbusters no Brasil? II. Quem são os seus mediadores e quais as dinâmicas que os conectam? III. Qual o papel das blockbusters na agenda cultural brasileira, considerando os valores que elas movimentam e as relações estabelecidas entre os mediadores? IV. É possível avaliar o lugar que as blockbusters ocupam nas relações internacionais do Brasil? Assim, a tese se consolidou em função de uma compreensão d o modelo blockbuster não como adequação expográfica do capitalismo contemporâneo, mas, sim, expressão dele. Destarte, foi reconhecido que a internacionalização do mercado de exposições de arte no Brasil só tornou-se possível em função do processo de redemocratização e orientação neoliberal da política nacional, e devido aos produtores culturais que promoveram e sustentaram essas atividades, em razão de interesses e conexões pessoais previamente estabelecidas. Diante disso, esses atores puderam ser identificados como propositores de uma parcela significativa da agenda cultural do país atuando, inclusive, como agentes da diplomacia cultural. Tal condição se afirma em razão de um olhar abrangente acerca da atividade diplomática, conectada com discussões contemporâneas que analisam as noções de diplomacia pública e diplomacia direta, cuja emergência se deu no contexto de complexificação da economia e do aprofundamento das práticas da doutrina neoliberal ao redor do globo
  
• DOI: 10.11606/T.8.2022.tde-07102022-101205
  
• Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
  
• Data de criação/publicação: 2022-06-24
  
• Formato: Adobe PDF
  
• Idioma: Português