skip to main content
Primo Search
Search in: Busca Geral

Estilhaços do Espelho: o Jornal Arquitectos (1981-2015) como território da construção do arquitecto

Vitor Manuel Oliveira Alves

Sem texto completo

Citações Citado por
  • Título:
    Estilhaços do Espelho: o Jornal Arquitectos (1981-2015) como território da construção do arquitecto
  • Autor: Vitor Manuel Oliveira Alves
  • Descrição: A presente dissertação explora a condição do arquitecto como "ser" em projecto e como a sua construção pode ser produzida na relação com o "outro", reflectida nas páginas impressas do Jornal Arquitectos (JA). A suspeita lançada por Beatriz Colomina, de que o "eu arquitectónico" de Le Corbusier apenas foi possível através dos media impressos, abre caminho para a hipótese de que este é um território, mas certamente não o único, onde, em circunstâncias ideais, qualquer arquitecto pode construir o seu "eu" e no qual se transforma em "Sujeito". Neste sentido, o JA, pelo lugar particular que ocupa entre os periódicos especializados em Portugal devido à sua longevidade, número de edições, capacidade de renovação e público, revela-se não só uma testemunha sensível às variações desses processos constitutivos como também agente activo na sua produção. Aqui, ele é analisado como um "espelho" (Jacques Lacan) no qual autores e leitores se podem identificar com a imagem reflectida nas suas páginas de modo a formar o seu "eu", como um "apparatus" (Michel Foucault) que gere as relações de força e de poder que controlam o saber disciplinar e as práticas discursivas que transformam o indivíduo em "Sujeito" e onde os arquitectos "performam" (Judith Butler) através de um conjunto sustentado de actos significantes que promovem a sua constituição. São estas as ferramentas conceptuais que auxiliam a leitura integral de todos os artigos e projectos publicados do JA até ao número 252, procurando identificar, em cada série, quais as imagens de arquitecto, como são representadas e quais os seus supostos imperativos constitutivos. Em paralelo, a categorização dos elementos publicados e a sua organização em diagramas, esclarecem graficamente as razões dessas interpretações, permitindo, de igual modo, desmontar certos "mitos" que deformaram, numa imagem "natural" e unificada, aquilo que é o arquitecto na pós-modernidade, necessariamente inacabado, fragmentado e plural. O nome de autor é uma possibilidade para a ansiada, mas provisória, estabilidade, assim como o corpo produzido enquanto manifestação de um discurso que lhe dá a sua consistência material e um significado, também ele temporário e contingente. A existência de um "Eu-arquitecto", criado a partir da matriz fundamental tecida por diferentes linhas de força dos autores publicados, concebendo uma imagem de uma espécie de "Eu-ideal" suficientemente estável para que processo de identificação ocorra, e o "Sujeito-arquitecto", como resultado das relações de poder, por meio de um discurso e dos esquemas regulatórios condicionados pelo contexto cultural em que se insere, ou que tem como referente, e realizado através da acção performativa, são hipóteses que explicam construção do arquitecto. This dissertation explores the condition of the architect as a "being" in project and how his construction can be produced in relation with an "other" reflected in the printed pages of Jornal Arquitectos (JA). The suspicion cast by Beatriz Colomina that Le Corbusier's "architectural self" was only possible through the printed media, opens the way for the hypothesis that this is a territory, but certainly not the only one, where, under ideal circumstances, any architect can build his "self" and become a "Subject". In this sense, the JA, due to the particular place it occupies among specialized periodicals in Portugal because of its longevity, number, capacity for its renewal and specific audience, proves to be not only a sensitive witness to variations of those constitutive processes but also an active agent in its production. Here, it is analysed as a "mirror" (Jacques Lacan) in which authors and readers can identify themselves with the image reflected in their pages in order to form their "self"; as an "apparatus" (Michel Foucault) that manages the relations of force and power that control disciplinary knowledge and discursive practices that transform the individual into a "Subject"; and where architects "perform" (Judith Butler) through a sustained set of significant acts that promote their constitution. These are the conceptual tools that helped the full reading of all articles and projects published by JA until the number 252, seeking to identify, in each series, which images of the architect they produce, how they are represented and what are their supposed constitutive imperatives. In parallel, the categorization of the published elements and their organization in diagrams clarify the reasons for these interpretations, allowing, in the same way, to dismantle certain "myths" that deformed, in a "natural" and unified image, what is an architect in post-modernity, necessarily unfinished, fragmented and plural. The author's name is a possibility for the longed-for, but temporary, stability, as well as the body produced as a manifestation of a discourse that gives it its material consistency and a meaning, also temporary and contingent. The existence of an "I-architect" created from the fundamental matrix shaped by different lines of force from the published authors, conceiving an image of a kind of "ideal-I" sufficiently stable for the identification process to occur, and the "Subject-architect" as a result of power relations, through a discourse and regulatory schemes conditioned by the cultural context in which it is inserted, or which has as a referent, and realized through performative action, are hypotheses that explain the construction of the architect.
  • Idioma: Português

Buscando em bases de dados remotas. Favor aguardar.