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Educação em tempo integral: infância, família e desenvolvimento moral

Viana, Marcos Alan

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Psicologia 2021-09-30

Acesso online

  • Título:
    Educação em tempo integral: infância, família e desenvolvimento moral
  • Autor: Viana, Marcos Alan
  • Orientador: Caetano, Luciana Maria
  • Assuntos: Educação Em Tempo Integral; Educação Moral; Escola; Família; Infância; Childhood; Moral Education; Full-Time Schooling; Family; School
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: A partir da década de 1990 podemos dizer que as crianças brasileiras estão passando mais tempo nas escolas (em relação às gerações anteriores), tendo em vista a diminuição da idade escolar obrigatória, o aumento do calendário letivo e, especialmente, a expansão da escolarização em tempo integral, que é uma das propostas mais enfatizadas e recorrentes na área de educação. Contudo, apesar de se tratar de uma prática que implica em alterações significativas no cotidiano das crianças, ainda encontramos poucas pesquisas e reflexões sobre o assunto no campo da psicologia. Tendo em vista este panorama, foi realizada uma pesquisa do tipo survey com a proposta de descrever as principais características da infância na educação em tempo integral, destacando a rotina das crianças, os papéis da escola e da família e o desenvolvimento moral. A pesquisa foi desenvolvida com base em dois procedimentos: 1) Estudo quantitativo, baseado em questionários fechados; 2) Investigação qualitativa, baseada em entrevistas abertas. Os participantes foram 95 escolas públicas e privadas, 63 professores, 132 pais e 125 crianças de 6 a 12 anos de ambos os sexos. Os dados foram tratados com base na estatística descritiva e análise de conteúdo. A reflexão sobre os resultados nos permitiu inferir que, apesar da escola em tempo integral ser importante no sentido de proteção da criança e aprendizagem de conteúdos diferenciados, a infância neste contexto é basicamente marcada por um ritmo de vida fragmentado, com excesso de atividades agendadas e pouco tempo livre para brincar e criar espontaneamente. As crianças permanecem a maior parte do tempo confinadas em espaços fechados, tendo pouco contato com a natureza. O convívio com a família fica bastante restrito e praticamente não ocorre interação com a comunidade e outros contextos sociais. Há o predomínio de uma vida essencialmente coletiva, fazendo com que as crianças fiquem submetidas a um excesso de regras e recebam pouca atenção individual. E, por fim, a socialização entre pares é constantemente supervisionada, havendo pouco espaço para a resolução de conflitos sem a interferência adulta, o que pode prejudicar o desenvolvimento da iniciativa, da criatividade e da autonomia moral. Num contexto social mais amplo, a educação em tempo integral parece se inserir num projeto social de infância voltado para as necessidades e demandas do mundo adulto, numa sociedade marcada pelo excesso de trabalho, pelo consumismo, pela desigualdade de gênero, pelo descaso com a vida privada e comunitária e pela desvalorização da infância. Esse quadro repercute na priorização da segurança da criança e sua formação (preparação para o futuro), deixando em segundo plano as peculiaridades da infância presente (o brincar, o ócio e a fantasia), o que nos permite concluir que, na rotina de uma educação em tempo integral, a infância acaba sendo parcial
  • DOI: 10.11606/T.47.2021.tde-03122021-162403
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Psicologia
  • Data de criação/publicação: 2021-09-30
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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