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Arquitetura da rede fibrovascular do caule da cana-de-açúcar (Sacchanum spp.)

Arevalo, Roberto Antonio

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz 1984-12-17

Acesso online

  • Título:
    Arquitetura da rede fibrovascular do caule da cana-de-açúcar (Sacchanum spp.)
  • Autor: Arevalo, Roberto Antonio
  • Orientador: Camargo, Paulo Nogueira de
  • Assuntos: Cana-De-Açúcar; Caule
  • Descrição: Este trabalho foi realizado na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Brasil, em 1983-84. Seus objetivos foram o de elucidar a arquitetura da rede fibrovascular do tolete, rizoma e colmo da cana-de-açúcar (Sacchanum spp.) e determinar, em um cultivar precoce (NA 56-79) e em um tardio (CB 49-260), a posição do nó em que o plexo nodal já é funcional. Foram realizadas as 4 seguintes pesquisas: I- Determinar a origem dos feixes fibrovasculares no tolete, sua passagem para o rizoma e sua disposição arquitetônica no rizoma e no colmo; II - Determinar o curso descendente dos feixes centrais que emitem traços foliares terminais e laterais através do colmo, e suas possíveis conexões, em seu trajeto; III - Determinar a posição do nó em que o plexo nodal já é funcional, em um cultivar precoce (NA 56-79) e em um tardio (CB 49-260); IV - Determinar, pela germinação, o nó mais jovem cujo plexo nodal já seja funcional, em um cultivar precoce (NA 56-79) e em um tardio (CB 49-260). Para as pesquisas I e II, foram plantados 26 toletes unigemares de cada um dos cultivares NA 56-79 e CB 41-76, em caixas de 1 m3 de capacidade, com solo preparado (1/3 areia + 1/3 solo argiloso + 1/3 serapilheira). Na pesquisa I, as plantas originadas desses toletes foram cultivadas durante 4 meses. Nos 3 primeiros meses, receberam irrigação diária e, durante o 4º mês, somente eram irrigadas quando apresentavam início de murchamento (estresse hídrico), o que ocorria aproximadamente em intervalos de 1 semana. Este processo, conhecido como “envelhecimento precoce”, produz internódios curtos e amadurecimento precoce do meristema intercalar e de toda a rede fibrovascular. Na pesquisa II, as plantas foram cultivadas em estresse hídrico durante 18 meses, tendo produzido planas anãs. Foram cortados 25 colmos de cada pesquisa, partidos longitudinalmente, fervidos em água durante 10 minutos, para evitar crescimento durante a celulolisação e, depois de esfriados ao ambiente, colocados em caixas retangulares de ferro pintado com tinta anti-ferrugem, onde foram postos a celulolisar por microrganismos celulolíticos, segundo o método de AREVALO (1983). O método do envelhecimento precoce abreviou em 50% o tempo da celulolisação. Após a celulolisação, o material foi cuidadosamente lavado em água de torneira, embrulhado em papel jornal, etiquetado e conservado em congelador, para exames posteriores. Para a pesquisa III, foram tomados, de cada cultivar, 5 grupos de toletes uninodais, do nó +1 ao nó +5 Kuijper, partidos longitudinalmente, ao nível da gema, e postos a celulolisar em caixas plásticas de 20x20x5 cm, à temperatura ambiente (±229C). Após a celulolisação, o material foi lavado, nas mesmas caixas, com água de torneira, pipetada, e conservado nas mesmas caixas, no congelador. Para a pesquisa IV, foi montado um experimento em blocos inteiramente casualizados, tornando-se 8 colmos de 5 meses de idade, de cada cultivar, os quais foram, respectivamente, divididos em 10 toletes de 1 gema, a partir do tolete zero até o tolete +9-Kuijper, e colocados para germinar em caixas com solo preparado corno para as pesquisas I e II. A origem e o trajeto dos feixes fibrovasculares foram determinados no tolete, rizoma e colmo de cada cultivar celulolisado, por meio de exames ao microscópio estereoscópico WILD M3, e desenhados em câmara clara. Duas rotas para os exames foram usados nesta pesquisa: a) partindo de um traço foliar, acompanhar o feixe respectivo, em seu descendente, até a sua origem; b) partindo de traços trajeto gema- res, no tolete, acompanhar o trajeto ascendente do feixe, através do rizoma e do colmo, até o traço foliar. Essas duas pesquisas conduziram aos, seguintes resultados: a) o sistema fibrovascular periférico do caule (rizoma e colmo) origina-se do sistema fibrovascular do tolete; b) o sistema fibrovascular central do caule (rizoma e colmo) origina-se de ambos os sistemas fibrovasculares - periférico e central - do tolete; c) os feixes centrais do caule podem também se originar no sistema fibrovascular periférico do rizoma ou do colmo. As pesquisas III e IV revelaram que a funcionalidade do plexo nodal depende da direção do gradiente de amadurecimento dos feixes axótropos. A pesquisa III mostrou que no meristema intercalar, o gradiente de amadurecimento dos feixes axótropos é centrípeto no cv. CB 49-260, e centrífugo no cv. NA 56-79. Esta diferença varietal influencia a precocidade da germinação, pois a capacidade de germinação da gema depende essencialmente da presença de traços gemares maduros, e, no amadurecimento centrípeto dos feixes axótropos, os primeiros traços gemares a amadurecerem são os que estão mais próximos da gema. A pesquisa IV mostrou que a mais jovem gema germinante era a do nó +2, no cv. CB 49-260, embora, aparentemente, o amadurecimento centrípeto de seu plexo nodal tivesse se completado somente no nó +5; e no cv. NA 56-79, a mais jovem gema germinante era a do nó +3, embora o amadurecimento centrifugo de seu plexo nodal estivesse aparentemente completo no nó +2. Este fato parece indicar que, apesar de estar completo em sua disposição arquitetônica no nó +2, o plexo nodal deste cultivar ainda não tem traços gemares maduros neste nó. Outra diferença varietal e que a arquitetura fibrovascular dos catafilos é típica para cada um dos cultivares estudados, constituindo um caráter de diferenciação taxonômica.
  • DOI: 10.11606/T.11.1984.tde-20210104-191818
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
  • Data de criação/publicação: 1984-12-17
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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