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A arquitetura da polícia e a política da terra

Lelis, Natália

Tierra, sociedad, comunidad, 2015, p.433-444

Universidad de Cuenca

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  • Título:
    A arquitetura da polícia e a política da terra
  • Autor: Lelis, Natália
  • Assuntos: arquitetura de terra ; política ; produção do espaço ; representações sociais
  • É parte de: Tierra, sociedad, comunidad, 2015, p.433-444
  • Descrição: Este trabalho sistematiza uma reflexão iniciada em 2002, que procura entender porque há na cultura brasileira tão forte resistência à arquitetura de terra. A abordagem proposta é que a reprodução social brasileira, ao historicamente se centrar na produção do espaço, especialmente através da construção civil e do mercado imobiliário, (re)produz uma ordem do espaço – a arquitetura da polícia. Ela se expressa materialmente na estruturação de uma forma hegemônica de construir edifícios e cidades, da qual são excluídas técnicas, sistemas e materiais. Envolve desde a criação de uma representação social do que é ser moderno em termos de práticas cotidianas ao desenho da formação de profissionais (especialmente engenheiros e arquitetos) que têm pouco conhecimento para além dessas formas hegemônicas. E se torna normativa através das políticas públicas e da ordem jurídica do espaço (das normas da ABNT aos códigos de obras). A arquitetura de terra, como prática que realiza materialmente uma fissura nessa ordem, torna-se uma prática espacial política, e tende por isso a ser combatida. Ela tende a ser apropriada como prática de exceção, presa, por um lado, nos fetiches do “alternativo” e, por outro, na precariedade da falta de opções de moradia digna. De acordo com essa noção, a luta pela ampliação das possibilidades de realização de arquitetura de terra no Brasil há que se dar com ênfase na ocupação dos espaços simbólicos de arquitetura cotidiana. Essa política da terra define a (re)construção das representações sociais e envolve também a formação de mão de obra qualificada. A ocupação dos espaços simbólicos de revistas de ampla circulação, concursos gerais de projeto, realização de visitas guiadas a construções contemporâneas em terra, ao criarem uma nova expectativa em relação a essas práticas não-hegemônicas, talvez tenham um papel (re)estruturante na ampliação das possibilidades de realização da arquitetura de terra no Brasil.
  • Editor: Universidad de Cuenca
  • Idioma: Português

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