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Caracterização de depósitos fluviais de grandes e pequenos rios no Quaternário da Amazônia: Terraços de terra firme no Médio Rio Solimões, Amazonas (AM) e a formação Boa Vista, Roraima (RR)

Stern, André Gianotti

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências 2020-04-28

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Caracterização de depósitos fluviais de grandes e pequenos rios no Quaternário da Amazônia: Terraços de terra firme no Médio Rio Solimões, Amazonas (AM) e a formação Boa Vista, Roraima (RR)
  • Autor: Stern, André Gianotti
  • Orientador: Almeida, Renato Paes de
  • Assuntos: Rio Içá; Rio Solimões; Rio Branco; Rio Amazonas; Sedimentologia; Quaternário E Fácies; Canais Fluviais; Rio Tacutu; Sedimentology; River Channels; Solimões River; Amazonas River; Quaternary And Facies; Içá River; Branco River; Tacutu River
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Grandes rios têm um papel importante no transporte de sedimentos continentais para bacias oceânicas e são considerados grandes modeladores do relevo da Terra. Trata-se de sistemas hidrológicos com bacias de expressão regional, longos canais principais e enorme descarga de água e sedimentos. Também têm grandes implicações na biota, atuando como barreiras biogeográficas durante a evolução da biodiversidade através do Neógeno. Modelos conceituais hidrogeológicos que procuram reconstituir o ambiente de formação desses grandes rios e reconhecê-los no registro geológico têm grande influência na formulação de hipóteses e na interpretação de dados sobre biologia evolutiva, paleontologia, paleooceanografia e paleoclima, em escalas regional e continental. Sistemas fluviais do tipo anabranching são predominantes entre os 40 maiores rios da Terra, mas a escassez de estudos em sistemas ativos e de depósitos quaternários correspondentes prejudica o estabelecimento de critérios distintivos e considerações sobre preservação seletiva de fácies e elementos arquiteturais. Um amplo sistema de terraços, antes mapeado como Formação Içá, registra a deposição de sistemas de tipo anabranching durante o Pleistoceno tardio na Amazônia Central. Esse sistema pode ser relacionado aos sistemas fluviais de rios ativos da Amazônia Central e é um alvo ideal para estudos de arquitetura sedimentar fluvial preservada em sistemas anabranching e de grande porte. A integração entre levantamentos sedimentológicos com estudos de morfologia de estruturas preservadas em planta, análises de proveniência, granulometria e datação por OSL permite relacionar as feições observadas em afloramentos à preservação de elementos dos sistemas de ativos e ampliar o conhecimento sobre os depósitos de rios anabranching de grande porte. A tese apresenta estudo de depósitos fluviais pleistocênicos na Amazônia Central e em exposições de depósitos de idade similar em sistemas eólicos-fluviais característicos pertencentes à Formação Boa Vista, no norte do estado de Roraima. Está ordenada em três artigos em preparação. O primeiro aborda a estratigrafia, paleocorrentes, paleodescargas e a evolução paleogeográfica dos sistemas de terraços de Terra Firme pleistocênicos da Amazônia Central. O segundo, a sedimentologia e a arquitetura deposicional de exposições na mesma região. O terceiro, as exposições de sedimentos pleistocênicos da Formação Boa Vista. Os estudos em escala regional resultaram no reconhecimento de três estágios principais de desenvolvimento de terraços, com relações de corte indicando eventos de queda do nível de base. Eventos de queda no nível de base devido ao reajuste do perfil do rio a montante para o nível do mar, ao aumento da descarga do rio principal ou ao efeito combinado de ambos os processos resultaram em erosão de vales em sedimentos antigos, causando a incisão de tributários e a expansão da Floresta de Terra Firme a partir de áreas de topografias mais altas, onde a biota já estava isolada em interflúvios separados pelos mesmos rios. Com relação à Formação Boa Vista, nossos dados revelam um cenário paleogeográfico completamente distinto, ainda que com idades de deposição semelhantes. Os lateritas que compõem a Formação Boa Vista inferior (FBVI) resultam do intemperismo in situ de rochas pré-cambrianas e mesozoicas afetadas por condições climáticas úmidas e quentes. A Formação contém também depósitos quartzosos de granulação fina e arenitos de quartzo subordinados, formados por fluxo de gravitacional, retrabalhados por inundações e com depósitos eólicos intercalados. Há depósitos de pequenos canais fluviais na base da unidade e associados a uma superfície de erosão, correspondendo à instalação de uma rede de drenagem após um período de erosão. As paleocorrentes nos depósitos de canal mostram uma direção de fluxo norte-nordeste, indicando que essa rede fazia parte do sistema de drenagem ProtoBerbice. Os depósitos eólicos correspondem ao retrabalhamento de sedimentos da Formação Boa Vista e mostram uma assinatura granulométrica distinta, permitindo diferenciá-los. A datação OSL da unidade superior da Formação Boa Vista situa a deposição dessa unidade no Pleistoceno-Holoceno Superior, e os depósitos eólicos como as dunas de Mucajaí estão correlacionadas a outros depósitos eólicos localizados em outras partes da Amazônia, indicando a correlação das condições climáticas mais secas durante o LGM. Marca também a idade da captura e a consequente morte do rio Proto-Berbice pelo Médio-Baixo Rio Branco, mas esse evento pode não de ter tido grande efeito na deposição da Formação Boa Vista, com a deposição eólica e não eólica continuando após a captura.
  • DOI: 10.11606/T.44.2020.tde-01102020-101004
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências
  • Data de criação/publicação: 2020-04-28
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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