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Representação social de mulheres/mães sobre as práticas alimentares de crianças menores de um ano

Stefanello, Juliana

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto 2008-03-11

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Representação social de mulheres/mães sobre as práticas alimentares de crianças menores de um ano
  • Autor: Stefanello, Juliana
  • Orientador: Nakano, Ana Marcia Spano
  • Assuntos: Aleitamento Materno; Alimentação Artificial; Cultura; Saúde Materno-Infantil; Bottle Feeding; Breast Feeding; Culture; Maternal And Child Health
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: As práticas alimentares da criança menor de um ano trazem inúmeras particularidades que transcendem o biológico e, portanto requerem ser analisadas nas dimensões culturais, psicológicas, sociais e econômicas. Desta forma, buscou-se compreender quais as representações sociais das mulheres/mães sobre as práticas alimentares das crianças menores de um ano. Tratase de uma pesquisa qualitativa, desenvolvida com 15 mulheres/mães de crianças menores de um ano e usuárias de um serviço da rede básica de saúde de Ribeirão Preto-SP. A coleta de dados foi através de entrevistas semi-estruturadas gravadas e transcritas na íntegra e registros de imagens do contexto social da alimentação da criança, fotografadas pelas mães. A coleta se deu após o consentimento livre e esclarecido, no domicílio dos sujeitos. O conteúdo foi categorizado com base na técnica de análise de conteúdo, modalidade temática, e as fotografias possibilitaram uma análise complementar. À luz das representações sociais na perspectiva socioantropológica, analisou-se como as mulheres, enquanto agentes do cuidado infantil, em especial da alimentação do filho, atuam nas diversas dimensões do \"espaço social alimentar\". Depreenderam-se quatro categorias temáticas: 1) O contexto de construção das práticas da alimentação infantil: a alimentação da família; 2) A alimentação da criança no primeiro ano de vida; 3) Pessoas tidas como referência para as práticas alimentares infantis e 4) A alimentação e a saúde da criança. A alimentação é a primeira socialização dos indivíduos, e a família é tradicionalmente o lócus no qual a aprendizagem social se dá, tendo os pais, particularmente as mães, a função de primeiros educadores alimentares. As mães fornecem os sentidos e ideologias que sustentam e determinam as decisões alimentares, desde o primeiro alimento recebido, o leite materno, até a introdução à comida da família. O comportamento alimentar da criança está delimitado por condicionantes fisiológicos, como as alternâncias de sensação de fome e saciedade, parâmetros esses manifestados pelas crianças, que guiam as condutas maternas na oferta do peito ao filho e na avaliação de sua capacidade como nutriz, evidenciando a necessidade de introduzir outro leite. Na alimentação complementar, o aspecto socioeconômico tem peso determinante na seleção dos alimentos, assim como o valor do alimento que deve ter vitaminas e que sustente a criança. A aceitação da comida, avaliada com base na quantidade ingerida, é entendida como uma preferência da criança, a qual guiará as condutas maternas futuras. Relacionam ainda a aceitação da comida como um comportamento esperado de uma criança saudável. O preparo dos alimentos infantis segue princípios que acreditam ser compatíveis com a fase de desenvolvimento da criança, sendo a textura e consistência valorizadas para evitar engasgos, e ao mesmo tempo encorpadas para garantir a sustância da criança. As práticas alimentares infantis se orientam por saberes que perpassam pela legitimidade do discurso científico e alcançam as subjetividades do conhecimento das mulheres do meio relacional, predominantemente de domínio feminino. A introdução precoce da comida da família, \"a mesma comida que a gente come, ele come\", é uma prática comum. Assim, as práticas alimentares demonstram estabelecer-se em um universo próprio que vai além do acesso à informação e das condições socioeconômicas, mas perpassam pelos desacordos existentes entre a prática declarada e a prática real, sendo guiadas pelas representações da comida como fonte de saciedade, evitando a fome, dando sustância e deixando a criança com o corpo forte e saudável.
  • DOI: 10.11606/T.22.2008.tde-25032008-165955
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
  • Data de criação/publicação: 2008-03-11
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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