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Experiência, memória e autonomia em um assentamento de reforma agrária na região de Ribeirão Preto-SP

Severi, Fabiana Cristina

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto 2010-06-11

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Experiência, memória e autonomia em um assentamento de reforma agrária na região de Ribeirão Preto-SP
  • Autor: Severi, Fabiana Cristina
  • Orientador: Pinto, Jose Marcelino de Rezende
  • Assuntos: Autonomia; Movimentos Sociais Rurais; Memória; Experiência; Teoria Crítica; Experience; Critical Theory; Memory; Autonomy; Social Movement In Rural Areas
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: O objetivo central da pesquisa é analisar a percepção que os assentados têm sobre as transformações em sua subjetividade decorrentes da participação no movimento dos trabalhadores rurais sem terra (MST). A pesquisa pretendeu investigar as percepções que os assentados vão elaborando sobre o mundo e seus problemas, sua ação e seus ideais em relação ao mundo, e sobre os conflitos e tensões vividos no processo de luta pela terra. Os objetivos específicos voltaram-se para a análise dos aspectos em que o assentado percebeu uma mudança nas suas concepções quanto: a) às causas da riqueza e de desigualdade social; b) à educação dos filhos; c) às relações de gênero; e d) à sua participação política. A metodologia proposta é qualitativa, tendo como instrumento privilegiado de coleta, o uso de História de Vida. Como campo teórico, percorre-se as reflexões demarcadas por alguns pensadores da Teoria Crítica, especialmente as discussões sobre experiência, memória e autonomia. Os processos educativos imbricados na dinâmica dos assentamentos rurais têm ocupado espaço na reflexão educacional e sociológica recentes. De modo amplo, há um dado aprendizado político, ligado especialmente às práticas engendradas pelos movimentos sociais do campo em torno de eixos como a cidadania e a emancipação. Pode-se perceber que os assentados reconhecem uma mudança na subjetividade em razão da luta. Sentem que conseguiram adquirir e elaborar uma linguagem política de reivindicação, capaz de converter suas carências em luta por direitos individuais e coletivos. Por isso, com a conquista de uma linguagem política, também passam a se reconhecer enquanto sujeitos de direitos e cidadãos. Os assentados também reconhecem uma modificação quanto à orientação geral de suas práticas produtivas e de suas ações no cotidiano social. As exigências pela produção sustentável ambientalmente e de acordo com formatos associativos implicaram na construção de novas relações do homem com a natureza e abertura à experimentação de novos modelos produtivos. A vida no assentamento, associada à ênfase dada pelo MST à temática educacional, permitiu-lhes valorizar mais a escola bem como qualificar sua participação nas escolas onde estudam seus filhos. Nas relações de gênero, mesmo reconhecendo poucas modificações, algumas mulheres assentadas sentem-se mais capazes de reivindicar direitos. Nas relações domésticas, a capacidade lingüística adquirida, quando não é suficiente para instituir arranjos mais isonômicos, ao menos permite à família uma maior negociação dos papéis e tarefas de cada um dos membros. Por fim, a luta permitiu aos assentados a construção de uma visão crítica sobre a realidade, permitindo-lhes situar suas histórias pessoais em um contexto social e histórico mais amplo. Mesmo com tais conquistas, as subjetividades vão sendo constituídas no espaço social do assentamento em meio a múltiplas e imprevisíveis situações e temporalidades. Ao mesmo tempo em que buscam instituir novos comportamentos em conformidade a certo projeto político, os indivíduos lidam com tais dispositivos das mais variadas maneiras, compondo um jogo complexo, envolvendo atores variados, em que resistência e submissão aparecem imbricadas nos mesmos processos. A liberdade e a cidadania ativa conquistadas aparecem, dessa forma, o tempo todo ameaçadas.
  • DOI: 10.11606/T.59.2010.tde-09082010-150435
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
  • Data de criação/publicação: 2010-06-11
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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