skip to main content

As relações interpessoais nos transtornos autísticos uma abordagem interdisciplinar da psicanálise e da etologia

Vera Regina Jardim Ribeiro Marcondes Fonseca Vera Silvia Raad Bussab

2005

Localização: IP - Instituto de Psicologia    (T RJ506.A9 F676r e.2 ) e outros locais(Acessar)

  • Título:
    As relações interpessoais nos transtornos autísticos uma abordagem interdisciplinar da psicanálise e da etologia
  • Autor: Vera Regina Jardim Ribeiro Marcondes Fonseca
  • Vera Silvia Raad Bussab
  • Assuntos: AUTISMO; PSICANÁLISE; ETOLOGIA HUMANA
  • Notas: Tese (Doutorado)
    Tese (Doutorado) - Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo.
  • Notas Locais: Psicologia Experimental
  • Descrição: 0 objetivo do presente estudo é explorar os padrões de relação interpessoal de crianças com Transtornos Globais do Desenvolvimento (Transtornos autísticos), usando uma abordagem interdisciplinar da psicanálise e da etologia, assim como das neurociências e da psicologia do desenvolvimento, buscando as invariâncias e singularidades que se revelam entre diferentes indivíduos. Foram escolhidas duas das 18 crianças analisadas pela autora entre 1981 e 2003, por representarem quadros diversos dentro do amplo grupo de TGD, assim como por terem registros de sessões filmadas em vídeo. Tais filmagens, associadas às sessões transcritas, foram analisadas várias vezes, segundo a proposta do método qualitativo de "imersão" nos dados, feita por Miller & Crabtree (1998), sendo ao final extraídas as categorias relacionais mais salientes. Os resultados mostram que, apesar de seus comportamentos e capacidades serem muito diferentes, ambas as crianças apresentavam déficits importantes na capacidade de interagir com e se interessar pela alteridade, e também mostravam grande suscetibilidade a estados de desvitalização, que pareciam ligados à separação das figuras significativas da criança. Conclui-se assim que, mais que um distúrbio no sistema de apego, os transtornos autísticos parecem ter, em seu núcleo, um desvio nas negociações eu/não eu, levando a grandes prejuízos na noção de self e de outro, assim como da relação entre self e outro. Um modelo hipotético para explicar tais
    aquisições no desenvolvimento normal e na patologia foi então elaborado, usando a postulação de Beebe et al. (1997) sobre a existência de uma estrutura interacional precoce que conteria as representações pré-simbólicas do self, do objeto e da relação entre eles. A autora levanta a hipótese de que tal estrutura, construída em grande parte através das trocas face-a-face, seja internalizada em bloco, permitindo a representação mental tridimensional da díade, o que levaria a uma experiência adequada de um espaço interno no qual self e outro têm uma relação dialética de co-existência. Tal experiência parece ser um pré-requisito para a aquisição de várias capacidades, tais como: a noção de self compatível com o outro, a internalização adequada das experiências com o adulto cuidador, o uso da primeira pessoa e do possessivo e outras mais. A autora conclui que, como nos Transtornos autísticos a dificuldade relacional é básica e primária, e sendo as conseqüências de tal dificuldade tão extensas e numerosas (dificuldades em regular os estados emocionais, em fazer uso do objeto humano, em regular as aproximações para que elas não sejam sentidas como perigosas, aquisições estas que, no desenvolvimento normal, são processadas pela estrutura interacional), é fundamental tentar a construção de um novo espaço dialógico, no qual as transações eu/não eu sejam retomadas. Assim, a função terapêutica da psicanálise nos transtornos autísticos seria oferecer um contexto
    de regularidade, sem imposições, como é, por definição, o setting analítico, no qual tais processos poderiam se desenrolar de modo adequado. Finalmente, são feitas algumas sugestões para ampliar a compreensão da interação entre os vários fatores na gênese dos transtornos autísticos
  • Data de criação/publicação: 2005
  • Formato: 283 p.
  • Idioma: Português

Buscando em bases de dados remotas. Favor aguardar.