skip to main content

Olhando-se no espelho: uma investigação sobre o narcisismo no ambiente acadêmico

Avelino, Bruna Camargos

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade 2017-03-16

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Olhando-se no espelho: uma investigação sobre o narcisismo no ambiente acadêmico
  • Autor: Avelino, Bruna Camargos
  • Orientador: Cunha, Jacqueline Veneroso Alves da; Lima, Gerlando Augusto Sampaio Franco de
  • Assuntos: Ciências Contábeis; Desempenho; Desonestidade; Narcisismo; Accounting; Dishonesty; Narcissism; Performance
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: O narcisismo tem sido considerado um dos diferenciais da geração atual, caracterizada pela valorização da realização individual privada e por um exibicionismo acentuado. Nesse contexto, embora certas doses de narcisismo estejam presentes em todos os seres humanos, é o perigo de excesso que conduz às interpretações negativas acerca do conceito. Quando se avaliam especificamente estudantes universitários, os ditos \"futuros líderes\", traços narcisistas em excesso podem estar associados a dificuldades de aprendizagem. Estudantes que buscam gratificações imediatas, como é o caso de indivíduos narcisistas, não se envolvem plenamente em suas atividades acadêmicas. Aqueles que não procuram aconselhamento e não interagem de forma construtiva com professores, também um aspecto característico da personalidade narcisista, podem ter seu desempenho acadêmico afetado negativamente. Ainda, alunos que superestimam seu desempenho, outra característica presente em indivíduos narcisistas, vivem em uma crença irreal de que se saem melhor do que os demais em atividades distintas, o que pode ser prejudicial no longo prazo, além de resultar em um esforço constante para que tal expectativa se torne real. Do mesmo modo, estudantes excessivamente narcisistas, ao apresentarem dificuldades em lidar com o fracasso, podem se envolver em comportamentos antiéticos em busca de melhor desempenho, o que se torna ainda mais prejudicial quando se tratam de alunos de contabilidade, haja vista que estes, seja no ambiente acadêmico ou no profissional, lidam diretamente com as mais diversas possibilidades de fraude. Tendo por base esse arcabouço teórico, o propósito principal desta pesquisa foi identificar se traços não patológicos de personalidade narcisista em estudantes de graduação do curso de Ciências Contábeis estariam relacionados ao desempenho e à percepção deles acerca da desonestidade. A amostra do estudo foi composta por 153 respondentes pelo método survey. Os achados possibilitaram verificar que quanto maior a pontuação do indivíduo no Inventário de Personalidade Narcisista maior a probabilidade de ele classificar seu desempenho acadêmico (autoavaliado) como superior. No que tange ao desempenho real dos estudantes, observa-se que o narcisismo não exerce influência sobre ele, inferindo-se que indivíduos que apresentam maiores níveis de traços de personalidade narcisista tendem a avaliar seu desempenho como superior; no entanto, o desempenho real não segue a mesma tendência. Observou-se, ainda, que a variável narcisismo não exerce influência sobre a percepção do estudante acerca de atitudes consideradas desonestas no âmbito acadêmico. Constata-se, desse modo, que o fato de determinados estudantes apresentarem tendências narcisistas não significa necessariamente que eles seriam mais propensos a pensar que realizar algum tipo de fraude no ambiente acadêmico é aceitável. Por fim, a variável narcisismo não foi considerada estatisticamente significativa quando da investigação de uma possível associação entre ela e a percepção do estudante acerca de atitudes consideradas desonestas no contexto profissional. O que se verificou foi que discentes mais tolerantes com atitudes desonestas no ambiente acadêmico são também mais tolerantes com este tipo de atitude no contexto profissional. Tal achado possibilita inferências no sentido de que a tomada de decisões antiéticas no passado seria uma forte preditora de fraudes futuras, de forma que existe uma correlação entre o comportamento desonesto na faculdade e o subsequente comportamento antiético no local de trabalho.
  • DOI: 10.11606/T.12.2017.tde-06042017-165713
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
  • Data de criação/publicação: 2017-03-16
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

Buscando em bases de dados remotas. Favor aguardar.