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Sobrevida em idosos com depressão/sintomas depressivos e baixo nível socioeconômico: 10 anos de seguimento do São Paulo Ageing and Health Study (SPAH)

Brandão, Diego José

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina 2018-09-17

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Sobrevida em idosos com depressão/sintomas depressivos e baixo nível socioeconômico: 10 anos de seguimento do São Paulo Ageing and Health Study (SPAH)
  • Autor: Brandão, Diego José
  • Orientador: Menezes, Paulo Rossi; Valero, Maria Pastor
  • Assuntos: Saúde Pública; Depressão; Epidemiologia; Países De Baixa E Média Renda; Idoso; Mortalidade; Public Health; Mortality; Low- And Middle-Income Countries; Epidemiology; Depression; Aged
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: INTRODUÇÃO: Países de baixa e média renda representam mais de 85% da população mundial de 7 bilhões de pessoas. Nesses países, a população idosa apresentou acelerado crescimento nas últimas décadas. Esse rápido crescimento está sendo acompanhado pelo aumento dos agravos relacionados ao envelhecimento e por mudanças no padrão de morbimortalidade. Entre as condições que têm demonstrado associação com aumento de mortalidade, está a depressão. Porém, grande parte das pesquisas sobre a associação da depressão com mortalidade é de países de alta renda. OBJETIVOS: 1) Investigar a associação entre depressão e mortalidade em idosos de países de baixa e média renda. 2) Investigar a associação de depressão/sintomas depressivos e mortalidade por todas as causas e causas específicas em uma coorte de idosos residentes na zona oeste de São Paulo em um período de 10 anos de seguimento. MÉTODOS: 1) Foi realizada uma revisão sistemática para identificar estudos observacionais que investigaram a associação entre mortalidade e depressão em países de renda média ou baixa. Dois revisores trabalharam independentemente para selecionar artigos, extrair dados e avaliar a qualidade dos estudos. Uma meta-análise foi realizada a partir dos dados extraídos dos estudos incluídos na revisão sistemática. 2) Foi realizado um estudo de coorte utilizando a amostra do \"São Paulo Ageing & Health Study\" (SPAH), investigação que incluiu idosos com 65 anos ou mais, residentes de áreas economicamente menos favorecidas na região Oeste da cidade de São Paulo. Os participantes foram identificados por arrolamento domiciliar e entrevistados em seus domicílios seguindo protocolo padronizado de pesquisa. A definição de depressão e sintomas depressivos foi realizada a partir dos instrumentos Geriatric Mental State (GMS) e Inventário Neuropsiquiátrico (NPI). Os dados de seguimento foram extraídos a partir das declarações de óbitos dos residentes do estado de São Paulo através de procedimento de linkage de dados com os bancos de declarações de óbitos da fundação SEADE. Foram examinadas as associações independentes entre depressão e sintomas depressivos e mortalidade através de modelos de riscos proporcionais de Cox e também foi elaborada curva de sobrevida de Kaplan Meier. RESULTADOS: 1) Foram incluídos 10 estudos, com um total de 13.828 participantes (2.402 deprimidos e 11.426 não-deprimidos) de 6 países (Brasil, 4 artigos; China, 2 artigos; Botswana, Índia, África do Sul e Coréia do Sul, 1 artigo). O risco relativo total não ajustado (RR) de mortalidade em idosos com depressão em relação aos não deprimidos foi de 1,62 (IC95% 1,39-1,88; p < 0,001), com alta heterogeneidade (I2, 66%; IC95% 33-83; p < 0,005). Após o ajuste para o viés de publicação, o RR geral diminuiu para 1,60 (IC95%; 1,37-1,86). Não foram observadas diferenças significativas entre os subgrupos, exceto aqueles definidos pela qualidade do estudo. Os estudos de alta qualidade tiveram um RR agrupado de 1,48 (IC95% 1,32-1,67), enquanto os estudos de baixa qualidade resultaram em um RR agrupado de 1,82 (IC95% 1,25-2,65). 2) Dos 1.967 participantes do SPAH, 443 (22,52%) apresentaram sintomas depressivos e 90 (4,58%) preenchiam critérios para diagnóstico de depressão pela CID-10 no início do seguimento. Foram observados 688 (34,98%) óbitos no seguimento. Presença de sintomas depressivos (HR=1,23; IC95% 1,03-1,46; p=0,022) e depressão (HR=1,75; IC 95% 1,29-2,37; p < 0,001) no início do seguimento estiveram positivamente associadas à mortalidade por todas as causas. Sintomas depressivos (HR=1,26; IC 95% 1,04-1,53; p=0,018) persistiram associados a mortalidade mesmo após controle por variáveis confundidoras, enquanto depressão (HR=1,20; IC95% 0,85-1,67; p=0,296) perdeu significância estatística ao se adicionar ao modelo variáveis relacionadas a comorbidades. Considerando causas especificas de óbitos, sintomas depressivos apresentaram associação significativa com óbitos por doenças cardiovasculares (HR=1,48; IC95% 1,12-1,95; p=0,006) e depressão apresentou associação com óbitos por câncer (HR=2,26; IC95% 1,17-4,36; p=0,015). CONCLUSÃO: A depressão está associada ao excesso de mortalidade em idosos que vivem em países de baixa e média renda. Além disso, esse excesso de mortalidade não difere substancialmente do encontrado em países de alta renda. Já sintomas depressivos e depressão estiveram associados ao aumento de mortalidade em idosos entre os participantes do SPAH. Dado que sintomas depressivos e depressão aumentam o risco de óbito, um melhor entendimento sobre essa relação e estratégias de provisão de serviços de saúde mental, em especial em países de média e baixa renda, são necessários já que essas condições clínicas modificáveis muitas vezes não são reconhecidas ou tratadas adequadamente
  • DOI: 10.11606/T.5.2018.tde-05122018-114409
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina
  • Data de criação/publicação: 2018-09-17
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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