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Caracterização molecular de Staphylococcus aureus isolados de queijos artesanais da Serra da Canastra

Pineda, Ana Paulina Arellano

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Ciências Farmacêuticas 2022-07-14

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Caracterização molecular de Staphylococcus aureus isolados de queijos artesanais da Serra da Canastra
  • Autor: Pineda, Ana Paulina Arellano
  • Orientador: Pinto, Uelinton Manoel; Silva, Nathália Cristina Cirone
  • Assuntos: Fatores De Virulência; Queijo Da Canastra; Resistencia A Antibióticos; Staphylococcus Aureus; Antibiotic Resistance; Canasta Cheese; Virulence Factors
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: O queijo Minas Artesanal da Canastra é produzido na Serra da Canastra (MG), utilizando leite cru, coalho e pingo, que é uma cultura endógena natural de cada queijaria. Devido ao uso de leite cru, o produto pode veicular microrganismos causadores de doenças veiculadas por alimentos, como Staphylococcus aureus. A caracterização molecular é uma ferramenta importante para avaliar a população microbiana do alimento e direcionar a aplicação de medidas de controle na produção. Este estudo caracterizou a diversidade genética, o potencial de virulência e determinou o perfil de susceptibilidade a antimicrobianos de S. aureus isolados de queijos produzidos na Serra da Canastra. Para o estudo transversal foram analisados 248 isolados de queijos que tinham um tempo de maturação de 22 dias, provenientes de 83 propriedades. Por outro lado, no estudo longitudinal foram analisados outros 197 isolados coletados ao longo do processo de maturação, provenientes de três propriedades. Os isolados foram submetidos a testes bioquímicos para confirmação do gênero e para a confirmação da espécie de S. aureus, foi identificado o gene nuc por meio da técnica de PCR. Além disso, foi pesquisado o gene mecA para a detecção de S. aureus Resistente a Meticilina (MRSA). Após os testes de confirmação, 144 isolados do estudo transversal e 159 do estudo longitudinal foram positivos para o gene nuc, específico para S. aureus. Posteriormente, o perfil clonal foi determinado por Eletroforese de Campo Pulsado (PFGE) utilizando a enzima SmaI e tipagem do locus agr por PCR multiplex. A análise por PFGE foi realizada no programa BioNumerics. A técnica PCR foi realizada para identificar a presença de genes que codificam a produção de hemolisinas, toxina TSST-1, enterotoxinas SEs (SEA, SEB, SEC, SED, SEE, SEG, SEH, SEI, SEJ, SEO, SEM), formação de biofilme e Componentes Microbianos de Superfície que Reconhecem a Matriz de Moléculas Adesivas (MSCRAMMs). Os isolados foram submetidos ao teste de susceptibilidade a antimicrobianos por disco de difusão. Por último, a formação de biofilme em microplaca de 96 poços, em caldo TSB a 37°C, foi verificada pela metodologia de Cristal Violeta. O gene mecA foi detectado em 1,9% dos 445 isolados. A tipagem agrrevelou que 83 (27,4%) dos isolados são do tipo agr-I, 95 (31,4%) agr-II e 43 (14,2%) agr-III, sendo que não foram detectados isolados classificados como agr-IV. A tipagem por PFGE revelou um total de 54 perfis. Assim, um isolado representativo de cada perfil foi utilizado nos demais testes que mostraram a presença dos genótipos spa mais frequentes t127 e t605 (20,58%); t002 (14,70%), seguidos pelos tipos t267 (8,82%); t1234 e t693 (5,8%) e t021, t177, t306, t321, t359, t442, t521, t693 e t5493 (2,9%). Além disso, encontramos a presença dos genes do grupo SEs, sea 1 (1,8%), seh 11 (20,3%), sei 10 (18,5%), sej 7 (12,9%), seg e seo 14 (25,9%), sem 8 (14,8%), e os genes seb, sec, sed, see e tst não foram detectados. Para os genes das hemolisinas, hla foi positivo em todos os isolados e hlb foi positivo em 53 (98,1%) isolados. Os genes positivos para MSCRAMMS foram fnbA, fnbB 18 (33,3%), clfA, clfB e eno 53 (98,1%), fib 44 (81,4%), bbp 4 (7,4%), cna 17 (31,4%) e ebps 10 (18,5%). Por último, os genes de formação de biofilme icaA e icaD estiveram presentes em 38 (70,3%) e 25 (46,2%) dos isolados, respectivamente. Na avaliação de susceptibilidade a antibióticos dos 54 isolados escolhidos, 25 (46,3%) apresentaram maior resistência a penicilina e 13 (24,0%) a tetraciclina. Em menor porcentagem (1,8%), 1 isolado cada foi resistente a eritromicina, cefoxitina, clindamicina, gentamicina, cotrimazol, azitromicina e trimetropim. Além disso, 8 isolados (14,8%) apresentaram resistência intermediaria a tetraciclina, 3 (5,5%) a gentamicina e 1 (1,8%) a tobramicina. No teste para a determinação da formação de biofilme por cristal violeta, 13,7%, foram classificados em isolados não formadores, 60,8% em fracamente formadores, 25,5% moderadamente formadores e nenhum como fortemente formador. A alta diversidade de cepas de S. aureus observada neste estudo mostrou que existem vários tipos de linhagens circulando na região da Canastra. A caracterização revelou uma elevada frequência de genes de virulência e que mais estudos são necessários para avaliar o potencial de produção de enterotoxinas nos queijos artesanais. A melhora dos procedimentos de higienização durante todas as etapas de produção pode ser uma solução para a redução dos níveis de contaminação por S. aureus.
  • DOI: 10.11606/T.9.2022.tde-13102022-150737
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Ciências Farmacêuticas
  • Data de criação/publicação: 2022-07-14
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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