skip to main content

Anemia e deficiência de vitamina A em crianças brasileiras

Lima, Daniela Braga

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola de Enfermagem 2014-04-15

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Anemia e deficiência de vitamina A em crianças brasileiras
  • Autor: Lima, Daniela Braga
  • Orientador: Fujimori, Elizabeth
  • Assuntos: Fatores Epidemiológicos; Anemia; Saúde Da Criança; Deficiência De Vitamina A; Enfermagem Em Saúde Pública; Nutrição Em Saúde Publica; Public Health Nutrition; Public Health Nursing; Epidemiologic Factors; Child Health; Vitamin A Deficiency
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Introdução: Dentre as carências nutricionais de maior relevância destacam-se, neste estudo, anemia e deficiência de vitamina A, que constituem as principais preocupações das políticas públicas, na área de alimentação e nutrição. Apesar de medidas de prevenção e controle já terem sido implantadas no Brasil há algum tempo, suas prevalências continuam elevadas, com profundas repercussões na saúde infantil. Assim, embora reconhecidos como problemas de saúde pública e bastante explorados, politicamente, ainda há espectros de interesse epidemiológico a serem investigados. Objetivo: Analisar os determinantes da anemia e da deficiência de vitamina A (DVA), bem como a presença concomitante dessas duas carências nutricionais em crianças brasileiras. Métodos: Reanálise dos dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) de 2006, abrangente inquérito das condições de saúde de mulheres e crianças brasileiras cuja 3ª edição incorporou a avaliação dos níveis de hemoglobina e vitamina A. Essa reanálise baseou-se numa amostra probabilística complexa com representação nacional, o que permitiu descrever a situação de anemia e DVA nas macrorregiões brasileiras e suas áreas urbanas e rurais. O presente estudo incluiu a análise de 3.417 crianças de 6 a 59 meses. Anemia foi definida como hemoglobina (Hb) <11g/dL, determinada pelo método da cianometa-hemoglobina. DVA foi definida como retinol sérico <0,7mol/L, avaliado por cromatografia líquida de alta eficiência. Para expansão da amostra utilizaram-se critérios adotados pela PNDS. As variáveis respostas foram presença de anemia, de DVA e carência concomitante de DVA e anemia, enquanto as explanatórias, analisadas considerando-se três dimensões, foram vinculação aos processos estruturais da sociedade (variáveis socioeconômicas e ambientais); ao ambiente imediato da criança (variáveis maternas, de segurança e consumo alimentar); e individual (características biológicas da criança). A força de associação entre as variáveis respostas e as explanatórias foi avaliada pelo odds ratio (OR), tanto na análise univariada (OR bruta) quanto na múltipla (OR ajustada), com nível de significância de 5%. Resultados: Determinantes da anemia: A prevalência de anemia no País foi de 20,5%. Na análise múltipla, permaneceram associadas à anemia residir no Nordeste [OR: 3,45; IC: 2,21-5,40] Sudeste [OR: 2,55; IC: 1,60-4,06] e Sul [OR: 2,22; IC: 1,39-3,55]; na zona urbana [OR: 2,01; IC: 1,35-3,00]; e ter insegurança alimentar grave [OR: 1,78; IC: 1,00-3,16], destacando-se como proteção ter mãe com 5 a 8 anos de estudo [OR: 0,62; IC: 0,41-0,92] e consumir carne pelo menos uma vez na semana [OR: 0,45; IC: 0,22-0,93]. Determinantes da DVA: A prevalência de DVA no País foi de 17,5%. Após ajuste para as variáveis de confusão, permaneceram associadas ao DVA residir no Nordeste [OR: 1,77; IC: 1,16-2,77] e Sudeste [OR: 1,74; IC: 1,16-2,72]; na zona urbana [OR: 1,29; IC: 0,91-1,87]; e ter mãe com idade 36 anos [OR: 3,14; IC: 1,48-7,09], considerando-se proteção consumir carne pelo menos uma vez na semana [OR: 0,19; IC: 0,09-0,40]. Determinantes da DVA e da anemia: A prevalência concomitante de DVA e anemia foi de 3,9%, sem associação entre elas (p>0,05). As variáveis estatisticamente associadas (p<0,05) com DVA e anemia na análise múltipla foram residir no Sudeste [OR: 4,28; IC: 1,96-11,68] e Nordeste [OR: 2,92; IC: 1,31-7,96]; na zona urbana [OR: 3,66; IC: 1,46-12,30]; e ter insegurança alimentar grave [OR: 3,64; IC: 1,41-8,84]; revelando-se proteção ter idade 2 anos de idade [OR: 0,51; IC: 0,26-0,99]; e consumir carne pelo menos uma vez na semana [OR: 0,04; IC: 0,00-0,23]. Conclusões: Os resultados mostram redução importante na prevalência de anemia e DVA infantil no Brasil, embora, de acordo com o critério de importância epidemiológica da Organização Mundial da Saúde (OMS), continuem como problema moderado de saúde pública. Apesar das fortes evidências de que a DVA contribui para o desenvolvimento da anemia, constatou-se baixa prevalência concomitante dessas duas carências nutricionais entre as crianças brasileiras, e sem associação entre elas. Entretanto, anemia e DVA apresentam determinantes comuns (residir em macrorregiões menos e mais desenvolvidas e em área urbana), que reiteram o caráter trans-social dessas carências estudadas. O fato de terem como determinante a insegurança alimentar e como proteção consumir carne pelo menos uma vez por semana reforça a determinação social dessas deficiências nutricionais, embora a insegurança alimentar não tenha se associado à DVA. Os resultados evidenciaram como principais determinantes da anemia e da DVA aqueles relacionados aos processos estruturais da sociedade e do ambiente imediato da criança e não os individuais. Constatou-se, também, que as estratégias governamentais têm contribuído para a prevenção e controle dessas carências nutricionais no País, porém, sinaliza-se a necessidade de expansão da estratégia governamental no sentido de prevenção e controle da DVA, até então restrita a áreas de risco (região Nordeste e áreas pobres da região Sudeste).
  • DOI: 10.11606/T.7.2014.tde-05112014-104916
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola de Enfermagem
  • Data de criação/publicação: 2014-04-15
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

Buscando em bases de dados remotas. Favor aguardar.