skip to main content

Ser idoso no mundo o indivíduo idoso e a vivência de atividades físicas como meio de afirmação e identidade social

Andréa Krüger Gonçalves Ecléa Bosi

1999

Localização: IP - Instituto de Psicologia    (T BF724.8 G635s e.2 ) e outros locais(Acessar)

  • Título:
    Ser idoso no mundo o indivíduo idoso e a vivência de atividades físicas como meio de afirmação e identidade social
  • Autor: Andréa Krüger Gonçalves
  • Ecléa Bosi
  • Assuntos: PAPEL SOCIAL; VELHICE (SOCIOLOGIA); AUTOCONCEITO; DISSONÂNCIA COGNITIVA; EXERCÍCIO; QUALIDADE DE VIDA
  • Notas: Tese (Doutorado)
    Tese (Doutorado)--Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo
  • Descrição: A fase da terceira idade vem recebendo mais atenção por parte dos pesquisadores de diferentes áreas. Muitos são os motivos que conduzem ao aumento de interesse, destacando-se a proporção crescente na população e a desvalorização de pessoas com mais de 65 anos. Este estudo defini-se como uma pesquisa social exploratória qualitativa, com aplicação de entrevistas estruturadas (antes e após participação num curso de atividades físicas desenvolvido na USP), interpretadas a partir de uma análise contextual. Participam do estudo 20 sujeitos com mais de 60 anos de idade. Acredita-se que as atividades do movimento (especificamente atividades físicas) devem estar presentes em todas as fases de vidas. Na última fase de vida (na terceira idade), as pessoas precisam constantemente afirmar sua identidade na sociedade, porque é esperado que se afastem do meio social pela sua situação de vida 'negativa': aposentadoria (ausência de produção), viuvez (morte), 'ninho vazio' (sem papel), mudanças físicas, como rugas e cabelos brancos (desgaste). Todos estes últimos aspectos associam-se à falta de utilidade e à perda de papel social que desencadeia o preconceito relacionado à idade ('velhismo'). Deste modo, o objetivo principal é resgatar o autoconceito das pessoas com mais de 60 anos (denominadas de idosas), através da participação em atividades de movimento/físicas, porque se acredita na sua influência na identidade e, conseqüentemente, na afirmação social. O problema está em
    descobrir se realmente as atividades de movimento influenciam a identidade das pessoas e se possibilitam a afirmação social, além da forma como isto ocorre. Contudo, a preocupação fundamental está relacionada à busca de uma melhor qualidade de vida para estas pessoas. A hipótese enfatiza que a reestruturação de um autoconceito positivo propicia uma conscientização do papel social a partir de uma ênfase no 'eu', estimulada pelo envolvimento com as ) atividades de movimento. Este autoconceito positivo é fortemente relacionado com a sensação de auto-eficiência (possibilitada pelas atividades) e permite à pessoa assumir-se como idosa a partir de uma avaliação da situação real de vida, que não será mais vista como predominantemente negativa. Estas pessoas, apoiadas na sua auto-estima, combatem o estigma negativo do envelhecimento. Os resultados deste estudo permitem afirmar que a atitude dos sujeitos, referentes à busca do envolvimento em atividades de movimento, é estimulada pela necessidade de manutenção da própria identidade, a qual é afetada pelas mudanças de vida as quais fizeram com que estilos de vida significativos anteriores (o trabalho, o papel de pai ou de mãe) deixassem de ser. A partir da entrevista inicial, é possível identificar temas básicos nos depoimentos: a constante referência a si, às mudanças, às relações sociais, à concepção da fase atual e ao envolvimento em atividades. Todo este conjunto de fatores conduz à busca do
    envolvimento em um tipo de atividade que, para este grupo, é a atividade física. A escolha da atividade física está relacionada ao fortalecimento do 'eu' pela possibilidade de reconhecer (e testar), os próprios limites, permitindo a comparação com pessoas da mesma idade (e de outras idades), e satisfazendo a necessidade de convivência com pessoas diferentes. Como resultado final, as pessoas conseguem um autoconceito mais forte, refletido na consolidação de suas opiniões e no melhor relacionamento com as próprias pessoas da família. Os resultados que conduzem à atividade física na entrevista inicial são encontrados na entrevista final, satisfazendo a necessidade inicial. É claro que se deve considerar o pressuposto principal da teoria da dissonância: busca de coerência nas atitudes. Contudo, a atitude em relação ao envelhecimento quase não se modifica em relação à entrevista inicial, anulando em parte a ) hipótese do estudo. Os sujeitos fortalecem o seu autoconhecimento a partir da atividade de movimento e conseguem afirmar-se na sociedade. Esta auto-afirmação social parece ser possível porque os sujeitos negam o envelhecimento; pois, caso contrário, se assumissem o papel de idoso, não poderiam participar de atividades de movimento, porque este tipo de atitude não está prescrito para este papel. As atividades de movimento permitem negar o envelhecimento e, como os sujeitos não se sentem idosos, podem participar ativamente da sociedade e ser valorizados.
    Talves esta busca por atividades de movimento (além do trabalho e dos afazeres domésticos) possa ser o início de uma mudança de concepção para o envelhecimento, a partir do momento em que todas as pessoas compreenderem que esta fase da vida não é vinculada apenas a mudanças negativas
  • Data de criação/publicação: 1999
  • Formato: 214 p anexos.
  • Idioma: Português

Buscando em bases de dados remotas. Favor aguardar.