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Avaliação da saúde óssea em pacientes com anorexia nervosa e bulimia nervosa

Lopes, Mariana Agostinho De Pádua

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública 2021-12-14

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Avaliação da saúde óssea em pacientes com anorexia nervosa e bulimia nervosa
  • Autor: Lopes, Mariana Agostinho De Pádua
  • Orientador: Alvarenga, Marle dos Santos; Cavalheiro, Lígia Araujo Martini
  • Assuntos: Vitamina D; Densitometria Óssea; Composição Corporal; Bulimia Nervosa; Anorexia Nervosa; Bone Densitometry; Body Composition; Vitamin D
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Introdução: Anorexia nervosa (AN) e bulimia nervosa (BN) são transtornos alimentares (TA), cujos sintomas típicos de restrição alimentar, exercícios físicos excessivos, vômitos auto-induzidos e abuso de laxantes e diuréticos podem resultar em severas complicações clínicas. Mulheres com AN e BN apresentam risco elevado para osteoporose, osteopenia e fraturas, associado com baixo peso, atividade física excessiva, história e duração da doença, amenorreia, perda de força muscular e insuficiência de vitamina D. Objetivo: Avaliar a saúde óssea e a composição corporal de mulheres adultas com diagnóstico de AN e BN atual ou prévio. Métodos: estudo transversal incluindo 53 mulheres adultas (18-49 anos) com diagnóstico atual ou pregresso de AN (n=25) ou BN (n=28). Foi realizada absorciometria com raios-X de dupla energia (DXA) para mensuração da densidade mineral óssea (DMO) (total, coluna lombar e colo do fêmur), massa gorda e massa magra e seus índices ajustados pela estatura; administração de diluição isotópica de deutério (D2O) para determinação de água corporal total e massa magra, e teste de prensão palmar para avaliação da força muscular. A determinação sérica das concentrações de glicose, insulina (cálculo de HOMA-IR), colesterol total e frações (LDL-c, HDL-c e VLDL-C), triglicérides e 25-hydroxyvitamin D (25(OD)D) foram realizadas em amostra de sangue obtida após jejum de 12 horas. Foram aplicados questionários sobre história da doença, uso de suplementos, atividade física habitual e sintomas do TA. Análises estatísticas incluíram testes T Independente, ANOVA, Qui Quadrado, correlação linear de Pearson, modelos de regressão linear univariados e múltiplos e análise de Bland-Altman. Resultados estão apresentados em média, desvio-padrão, frequências e intervalo de confiança de 95%. Revisão sistemática e meta-análise da DMO em indivíduos com TA em comparação a controles saudáveis foi realizada de acordo com o PRISMA guidelines. Resultados: Mulheres com AN apresentaram menor DMO de corpo total [1.09 g/cm2 (0.07) vs BN: 1.18 g/cm2 (0.12); p<0.01] e do colo do fêmur [0.95 g/cm2 (0.13) vs BN: 1.05 g/cm2 (0.16); p<0.01] em comparação com BN. Mulheres com AN apresentaram menor gordura corporal, razão androide/ginoide, tecido adiposo visceral, massa magra e maior percentual de massa magra em comparação àquelas com BN. Comparação entre DXA e D2O mostrou nenhuma diferença significante para gordura corporal (massa, percentual e índice de massa/estatura2) e massa magra (massa e índice de massa/estatura2). Possível viés sistemático do DXA em superestimar gordura corporal e massa magra, exceto para o índice de massa livre de gordura (IMLG), foi relacionado com o diagnóstico de BN, estado de hidratação e atividade física. DMO total foi positivamente associada com gordura corporal (Modelo DXA: β=0.59; p=0.007; Modelo D2O: β=0.59; p<0.001) e força muscular (Modelo DXA: β=0.32; p=0.013). DMO da coluna foi negativamente associada com duração da amenorreia (Modelo DXA: β=-0.32; p=0.027; Modelo D2O: β=-0.38; p=0.024). A DMO do colo do fêmur foi associada com gordura corporal (Modelo D2O: β=0.37; p=0.038) e massa magra (Modelo D2O: β=0.43; p=0.025). Não houve efeito da duração da doença e atividade física na DMO. Foram observadas diferenças entre os TA nos valores de HOMA-IR [AN: 1.3 (0.8) vs BN: 2.0 (1.2); p<0.05] e HDL-c [AN: 76.6mg/dL (13.2) vs BN: 61.9 mg/dL (16.3); p<0.05]. Inadequação de 25(OH)D (<30ng/mL) foi observada na AN (100%) e na BN (72%). Destacam-se as associações independentes de HOMA-IR e LDL-c com a DMO do colo do fêmur em mulheres com AN (R2=0.45; p<0.00; HOMA β=0.503; LDL-c: β=0.398). Na meta-análise (n=42 estudos), a DMO (total, coluna, quadril e fêmur) foi menor na AN e a DMO (total e coluna) foi menor BN (principalmente com história de AN) em comparação aos controles saudáveis. Conclusão: mulheres com AN e BN com história de AN são mais susceptíveis às perdas de massa óssea. É importante que indivíduos com AN ou história de AN tenham sua saúde óssea avaliada, independente do diagnóstico atual. Recomenda-se a utilização do IMLG e o desenvolvimento de protocolos específicos para realização da avaliação da composição corporal pelo DXA nessa população. A avaliação da saúde óssea deve considerar composição corporal, história da doença, função menstrual e estado de hidratação. A inclusão de teste de força e análise de parâmetros bioquímicos pode auxiliar na identificação de indivíduos que apresentam maior necessidade de exames específicos.
  • DOI: 10.11606/T.6.2021.tde-15032022-152316
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública
  • Data de criação/publicação: 2021-12-14
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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