Evidências para um modelo de língua baseado no uso: o infinitivo flexionado em português brasileiro
ABCD PBi
Evidências para um modelo de língua baseado no uso: o infinitivo flexionado em português brasileiro
Autor:
Canever, Fernanda
Orientador:
Viotti, Evani de Carvalho
Assuntos:
Modelos De Língua Baseados No Uso
;
Variação Linguística
;
Infinitivo Flexionado
;
Linguística Cognitiva De Corpus
;
Português Brasileiro
;
Usage-Based Models
;
Brazilian Portuguese
;
In Ected Innitive
;
Corpus Cognitive Linguistics
;
Variation
Notas:
Dissertação (Mestrado)
Descrição:
A luz de modelos de língua baseados no uso (Langacker, 2000), que assumem que os princípios fundamentais da estrutura linguística são derivados da experiência com a língua, o objetivo deste estudo é contribuir para a investigação de como se dá o contínuo processo de atualização do nosso conhecimento linguístico, em especial explorando a questão de como algumas inovações são incorporadas na língua. Para responder a essa questão, ainda em aberto na literatura baseada no uso, o fenômeno linguístico investigado foi o infinitivo flexionado, cujo uso gramáticos modernos consideram intrigante. A partir de um recorte de construções com o infinitivo que apresentam variação entre as formas flexionada e não-flexionada, foi feita uma quantificaçãoo da variação no emprego da flexão do infinitivo em um corpus sincrônico de língua escrita culta. Para o levantamento dos dados, foi compilado um corpus de 11.000.000 palavras formado por 180 teses e dissertações de alunos do curso de Letras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Sociais da USP, que recebeu o nome de Corpus LLIC-PósLetrasUsp. Como se trata de um grande volume de dados, a extração dos dados feita de modo automático com o software livre R, apontado atualmente como o mais completo concordanceador disponível (Gries, 2009). Os resultados encontrados no estudo de corpus apontam para diferentes tendências de emprego da flexão a depender dos contextos sintáticos em que ocorrem. Apesar de ter sido verificada uma tendência à não-flexão em algumas construções, tais como as perífrases modais e aspectuais, nas orações finais, causais e temporais, por exemplo, a preferência pela forma flexionada do infinitivo é clara. Uma vez que modelos baseados no uso propõem que há uma correlação entre a frequência de ocorrência de estruturas e seu grau de arraigamento cognitivo, a alta frequência de ocorrência de formas flexionadas do infinitivo em variados contextos sintáticos, inclusive em contextos em que o sujeito do infinitivo está claro, demonstra que a flexão do infinitivo está se tornando cada vez mais arraigada na gramática dos falantes. Assim, esta pesquisa vem ressaltar a importância dos estudos de frequência para o mapeamento dos fatos linguísticos e para a descrição gramatical das línguas naturais. Neste estudo, também é feito um esboço de um modelo de língua baseado no uso mais dinâmico e mais social, que incorpora as propostas dos estudos da terceira onda\" (third wave) de investigação sociolinguística e que representa uma tentativa inicial de acomodar a teoria da variação dentro do quadro teórico baseado no uso.
DOI:
10.11606/D.8.2012.tde-02082012-133430
Editor:
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Data de criação/publicação:
2012-03-16
Formato:
Adobe PDF
Idioma:
Português
Disponível na Biblioteca:
FFLCH - Fac. Fil. Let. e Ciências HumanasTeses CAPH (11437N )