Georgia Louise Harris Brown - arquitetura, gênero e etnicidade em São Paulo (1954-1993)
ABCD PBi


Georgia Louise Harris Brown - arquitetura, gênero e etnicidade em São Paulo (1954-1993)

  • Autor: Reis, Juan George Casemiro
  • Orientador: Lira, José Tavares Correia de
  • Assuntos: Georgia Louise Harris Brown; Arquitetura; Raça; Gênero; Industrialização; Industrialization; Architecture; Georgia Louise Harris Brown; Gender; Race
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: A presente pesquisa busca investigar a trajetória da arquiteta norte-americana Georgia Louise Harris Brown, com enfoque em sua atuação no Brasil no período de 1954-1974. Georgia é considerada a segunda profissional negra licenciada dos Estados Unidos, e que atuou a maior parte da vida no Brasil. Sua carreira começa em 1945, em Chicago, no escritório do arquiteto negro Kenneth Roderick ONeal, cabe aqui ressaltar que ele foi responsável por empregar dois outros importantes profissionais Beverly Loraine Greene (a primeira mulher negra licenciada dos EUA) e John W. Moutoussamy. Em 1949, ela começa a trabalhar com Frank Kornacker em projetos de cálculos estruturais, incluindo alguns edifícios emblemáticos de Mies Van der Rohe: como as torres dos Promontory Apartments e de Lake Shore Drive. Em 1954, ela emigra para o Brasil na esperança de encontrar um país com menos impedimentos raciais, e melhores oportunidades de crescimento profissional. Embora sua escolha pelo Brasil, por ser um país supostamente sem tensões raciais, seja bastante discutível, é evidente o desconforto com a situação racial vivida em seu país de origem. Ela se estabelece em São Paulo num momento de grande desenvolvimento da cidade, da indústria e da construção civil, algo similar à conjuntura de metropolização que ela encontrara em Chicago ao se instalar na cidade. As duas primeiras décadas da carreira de Brown são marcadas pelo envolvimento em grandes construtoras, como a Bosworth e a Racz, responsáveis pela construção de indústrias automobilísticas, farmacêuticas, edifícios corporativos em São Paulo, etc. Sua experiência em obras de grande porte nos EUA, assim como elos eventuais com a rede de empresários norte- americanos atuantes na urbanização da cidade, provavelmente contribuíram para que ela se envolvesse de imediato no desenvolvimento de projetos de grande porte, como plantas industriais. Trata-se portanto, de não somente observar como sua atuação se cruza com sua condição de raça, gênero e nacionalidade, mas como o seu recrutamento por distintas empresas de engenharia e construção permitiu-lhe intervir de modo duplamente sutil no processo de metropolização: enquanto peça invisível de uma complexa engrenagem produtiva de conversão da grande São Paulo em um dos mais dinâmicos territórios industriais do país, e como modo de compreender a construção da cidade para além do campo especializado do planejamento urbano.
  • DOI: 10.11606/D.16.2023.tde-07122023-093834
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
  • Data de criação/publicação: 2023-06-21
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português
 
Disponível na Biblioteca:
  • FAU Maranhão - Fac. Arquit. Urbanismo- Pos-Grad. (043:72(816.11) R375g )