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Levantamento, área de vida, uso e seleção de hábitat de Falconiformes na região central do estado de São Paulo

Granzinolli, Marco Antonio Monteiro

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Biociências 2009-05-07

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Levantamento, área de vida, uso e seleção de hábitat de Falconiformes na região central do estado de São Paulo
  • Autor: Granzinolli, Marco Antonio Monteiro
  • Orientador: Motta Junior, Jose Carlos
  • Assuntos: Área De Vida; Seleção De Hábitat; Rádio-Telemetria; Paisagem Heterogênea; Itirapina; Uso De Hábitat; Aves De Rapina; Falconiformes; Cerrado; Habitat Use; Raptors; Landscape Analysis; Habitat Selection; Home Range
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: As aves de rapina, assim como os outros grupos animais, não estão distribuídas de maneira uniforme nos diferentes hábitats que compõem a paisagem terrestre. Conhecer e entender os fatores (e as implicações) que levam as espécies a escolher um determinado hábitat é questão essencial nos estudos de ecologia. Esse tema ganha ainda mais importância não só pela escassez de informações sobre a ecologia e história natural das aves de rapina na região Neotropical, mas também, pelo atual cenário de alteração dos hábitats. Estes são modificados rapidamente sem que haja um conhecimento básico da relação espécie/hábitat e dos efeitos provocadas por tais alterações. Dessa maneira, a presente tese teve como objetivo principal verificar o uso e a seleção de hábitat por aves de rapina diurnas em uma paisagem heterogênea (151. 866 ha) na região central do Estado de São Paulo (22° 15′ S; 47° 49′ W), onde a Estação Ecológica de Itirapina (EEI) foi considerada como área núcleo. Ainda, foi também alvo desse estudo estimar a área de vida de três espécies de rapineiros (Falco femoralis, Rupornis magnirostris e Heterospizias meridionalis) por meio de rádio-telemetria; verificar a eficiência de captura das aves de rapina frente a dois tipos de armadilhas, bal-chatri e goshawk; e elaborar um mapa de uso/ocupação do solo da área em questão, bem como analisar a paisagem no entorno da EEI. Entre setembro de 2005 e fevereiro de 2007 foram registradas 19 espécies de Falconiformes (Pandionidae n =1, Falconidae n = 5, Accipitridae n = 13) em uma paisagem essencialmente ocupada por monoculturas (cana-de-açúcar 22 %, laranja 14 %, eucalipto 13 %) e pastagens (21%). A riqueza média dos Falconiformes em áreas de monoculturas foi de 4,6 espécies e nas áreas naturais 10,3. A composição de espécies da taxocenose se mostrou mais relacionada às outras de área abertas sob influência do Cerrado. Um total de 48 indivíduos, pertencentes a cinco espécies, foram capturados pelos dois tipos de armadilhas. O sucesso de captura geral foi de 15,3 % (n = 33) para a armadilha bal-chatri e de 1 captura a cada 11,8 dias (8,5 %) para goshawk trap (n = 15). Implicações e limitações referentes à captura das aves de rapinas em áreas abertas foram também discutidas. A média da área de vida pelo método Kernel adaptativo (KA) 95 % foi de 1.329 ± 780 ha para F. femoralis, 129 ± 140 ha para R. magnirostris e de 1.883 ha para o indivíduo de H. meridionalis. A média da área de vida de F. femoralis foi 2,8 maior em áreas alteradas quando comparada a áreas naturais. De maneira geral, a qualidade do hábitat parece ter influenciado nos diferentes valores de requerimento de área apresentado pelos indivíduos e, também, na seleção/rejeição dos diferentes hábitats. Na maioria dos casos, as monoculturas foram rejeitadas, enquanto as áreas naturais foram selecionadas pelas aves de rapina. Cana-de-açúcar foi rejeitada por todas as aves de rapina. O único ambiente alterado utilizado em maior proporção que o esperado foi pastagem, selecionada por quatro das 10 espécies analisadas. Em contrapartida, três espécies evitaram este hábitat. Este é o primeiro estudo a avaliar a seleção de hábitat por Falconiformes no Brasil e demonstra que o intensivo incremento de áreas para agricultura pode afetar negativamente até mesmo as espécies mais abundantes e generalistas, contrário a algumas generalizações da literatura. A interação entre estrutura do hábitat, disponibilidade de presas, morfologia e comportamento de caça parece explicar tanto o tamanho da área de vida requerida quanto a utilização diferenciada dos diferentes tipos de hábitats.
  • DOI: 10.11606/T.41.2009.tde-16072009-163754
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Biociências
  • Data de criação/publicação: 2009-05-07
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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