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Partido Operário Comunista (POC): história e memória de uma organização marxista-leninista (1968-1971)

Figueiredo Filho, Celso Ramos

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas 2016-05-19

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Partido Operário Comunista (POC): história e memória de uma organização marxista-leninista (1968-1971)
  • Autor: Figueiredo Filho, Celso Ramos
  • Orientador: Martinho, Francisco Carlos Palomanes
  • Assuntos: Poc; Ditadura; Leninismo; Memória; Partido Operário Comunista; Poc; Party Communist Workers; Memory; Leninism; Dictatorship
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Esta tese tem por objeto o Partido Operário Comunista (POC). Trata-se de uma organização da esquerda radical brasileira, atuante durante os chamados anos de chumbo da ditadura civil-militar brasileira (1968-1971) sobre a qual não há nenhum estudo acadêmico mais pormenorizado. O POC foi oficialmente fundado em um Congresso realizado em abril de 1968, na cidade de São Paulo, com a fusão de duas organizações anteriormente existentes, a Organização Revolucionária Marxista-Política Operária (POLOP) e a Dissidência Leninista do Partido Comunista Brasileiro do Rio Grande do Sul (DI-RS). A linha política adotada pelo novo partido foi estabelecida pelo Programa Socialista para o Brasil, para o qual a revolução brasileira deveria ser socialista, e conduzida por um partido de vanguarda da classe operária, que estaria à frente de uma aliança operário-camponesa, engrossada por elementos revolucionários da pequena-burguesia. Inicialmente resistente ao engajamento nas ações de guerrilha urbana, o POC procurou canalizar seus esforços para os movimentos de massa que estavam ascensão quando da sua fundação. Neste sentido, dirigiu a militância para o movimento operário de Contagem (MG) e Osasco (SP), onde ocorreram importantes mobilizações nesse período. A organização também procurou influenciar o movimento estudantil e, para isso criou o Movimento Universidade Crítica, MUC, também em 1968. No início de 1969, com o descenso desses movimentos devido também ao AI-5, o POC reconheceu ter colhido poucos frutos desses esforços, sobretudo no movimento operário, onde sua presença continuou esparsa. Neste ínterim, várias organizações da esquerda já estavam francamente engajadas em ações armadas, o que motivava uma dupla crítica no interior do POC: ineficácia nas ações de massa, e inexistência de ações de guerrilha. Ácidos debates internos passaram a ocorrer no seu interior, corroendo sua coesão. Este processo de luta política interna se prolongou por todo o ano de 1969, polarizando os militaristas contra os massistas. Trocas mútuas de acusações levaram este grupo a romper com o POC em março de 1970 e a recriar a antiga POLOP. Dentre os militantes remanescentes do POC ainda se manteve um caloroso debate em torno das duas idéias-força: militarismo versus massismo. Há de se dizer que, de forma esparsa, e sempre em associação a outras organizações, o POC já havia praticado algumas ações armadas, dirigidas para a obtenção de recursos financeiros. a partir de meados de 1970, na sequência de prisões de militantes das organizações militaristas, a polícia política atingiria em cheio o POC, levando ao seu desmantelamento no Brasil em junho de 1971. Nesta tese procurei compreender os pormenores internos de uma organização leninista, bem como a rotina da militância em meio a um contexto repressivo, apoiando na noção de cultura política de Serge Bernstein. Por essa razão busquei os relatos de ex-membros do partido, através dos quais pude conhecer suas memórias sobre esse período.
  • DOI: 10.11606/T.8.2016.tde-13092016-135537
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
  • Data de criação/publicação: 2016-05-19
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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