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Geologia da região do médio Curimatau (PB) e o alojamento do granito de Dona Ines associado a zonas de cisalhamento transcorrentes brasilianas

Borges, Sérgio Vieira Freire

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências 1996-03-07

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Geologia da região do médio Curimatau (PB) e o alojamento do granito de Dona Ines associado a zonas de cisalhamento transcorrentes brasilianas
  • Autor: Borges, Sérgio Vieira Freire
  • Orientador: Brito Neves, Benjamim Bley de
  • Assuntos: Geologia Estrutural; Not Available
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: Numa área de aproximadamente 700 km2 no nordeste da Paraíba e tendo como ponto principal o Município de Dona Inês, foi realizado um mapeamento geológico/estrutural, um levantamento gravimétrico e datações radiométricas pelos métodos Rb/Sr em rocha total e idades modelo Sm/Nd, com intuito de estudar e compreender a geologia dessa porção de terreno, o alojamento do granitoide de Dona Inês e sua relação com as encaixantes e a deformação atuantes à época da intrusão. A área estudada foi primeiramente objeto de um mapeamento geológico realizado em 1974 pelo DNPM/CPRM no Projeto Leste da Paraíba e Rio Grande do Norte, na escala de 1:250.000, como também foi tema de uma dissertação de mestrado com ênfase em petrologia e geocronologia, desenvolvida por McMurry (1982). O presente trabalho possui um enfoque estrutural, e procura compreender as relações intrusão/encaixante, assim como o controle da intrusão pelas zonas de cisalhamento existentes, numa tentativa de elaborar um modelo para a ascensão e alojamento do plúton de Dona Inês. As ferramentas utilizadas para a obtenção desse objetivo foram: mapeamento geológico/estrutural na escala de 1:100.000, gravimetria e geocronologia. A área cartografada é compreendida principalmente por rochas pré-cambrianas de idades variadas (paleoproterozóicas e neoproterozóicas) e divididas em três unidades litológicas de acordo com critérios petrográficos e estruturais, localizadas no domínio estrutural do Maciço São José de Campestre-Caldas Brandão. A unidade mais antiga é aqui nomeada de Complexo gnáissico-migmatítico, sendo constituída principalmente por ortoderivadas tonalíticas a granodioríticas, gnaissificadas e migmatizadas em alto grau. A segunda unidade é uma sequência metassedimentar que mantêm contato tectônico com o embasamento. É constituída por biotita-gnaisses e micaxistos. A mineralogia também atesta grau metamórfico elevado. No biotita-gnaisse são visíveis feições de migmatização. A terceira unidade mapeada é constituída por granitoides intrusivos nas unidades supracitadas. São eles o augen gnaisse sienogranítico de Araras, o quartzo monzonito e tonalito de Belém e o granitoide de Dona Inês. Coberturas arenosas fanerozóicas na forma de tabuleiros constituem a unidade litológica mais recente da estratigrafia da área. À exceção do pacote sedimentar fanerozóico, as demais unidades passaram por uma complexa atividade tectonometamórfica. Foram definidas três fases de deformação/metamorfismo. A mais antiga, aqui nomeada de Nn/Mn é restrita ao Complexo gnáissico-migmatítico. É caracterizada por um bandamento gnáissico de transposição. Os efeitos do metamorfismo associado foram obliterados pelos eventos subsequentes, mas feições de migmatização preservadas lhe conferem o fácies anfibolito superior. A fase intermediária, Dn+1/Mn+1, afeta também a sequência metassedimentar. Suas características principais são foliações de baixo ângulo e dobras recumbentes apertadas a isoclinais. O metamorfismo possui gravado várias paragêneses do fácies anfibolito, com a presença de granada, andaluzita e estaurolita nos micaxistos. Determinações Rb/Sr em rocha total nos tipos migmatizados do Complexo gnáissico-migmatítico resultaram numa idade de 1884 \'+ OU -\' 52 Ma para o metamorfismo Mn+2. A fase Dn+2/Mn+2 é a mais penetrativa. Afeta também os granitoides e possui uma cinemática transpressiva ligada a Orogênese Brasiliana. Zonas de cisalhamento, dobras de planos axiais verticalizados, foliação Sn+2 de mergulho forte e lineação de estiramento de baixo rake são características. Seu trend é NNE. Na área estudada, ocorrem duas zonas de cisalhamento regionais. A de Pocinhos-Remígio e sua ramificação, a de Cacerengo. A junção de ambas se dá a SW da área mapeada. Paragêneses minerais conferem um caráter retrogressivo ao fácies xisto verde para o metamorfismo Mn+2. Situado entre as zonas de cisalhamento de Pocinhos-Remígio e o Cacerengo, o plúton de Dona Inês, um granitoide com seis fácies petrográficas distintas, apresenta uma forma de elipse achatada horizontalmente (2 km de espessura) e alongada (com cerca de 22 km) paralelamente ao trend regional Sn+2 de direção NE. O plúton, em superfície, possui uma forma de elipse alongada e seu fabric interno, uma foliação sinmagmática, é subconcordante com o trend das zonas de cisalhamento regionais e forma com estas uma típica relação S-C com assimetria dextral de grande escala. Todavia, este fabric é pouco penetrativo mesmo nas proximidades das zonas de alto strain. Estas evidências levaram a formalização de um modelo de alojamento controlado pelos cisalhamentos, embora mais tardio ao pico da deformação Dn+2 e relacionado a uma ponte transtracional, responsável pela abertura de uma cavidade tectônica para acomodação da intrusão num regime transpressivo dextral, também já conhecido em outros setores do Nordeste Brasileiro. A idade do plúton de Dona Inês, determinadas pelo método Rb/Sr em rocha total, situa-se no intervalo de 560 \'+ OU -\' 20 Ma que também é considerado o final do Ciclo Brasiliano na região. Idades modelo Sm/Nd nos granitoide de Araras, Belém e Dona Inês revelaram idades paleoproterozóicas para seus protólitos de origem crustal, conforme indicado pelo \'épsilon\' Nd negativo dessas rochas.
  • DOI: 10.11606/D.44.1996.tde-22102015-144514
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências
  • Data de criação/publicação: 1996-03-07
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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