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O Complexo granitico Lagoa das Pedras: acresção e colisão na região de Floresta (Pernambuco), Província Borborema

Santos, Edilton José Dos

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências 1995-06-12

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    O Complexo granitico Lagoa das Pedras: acresção e colisão na região de Floresta (Pernambuco), Província Borborema
  • Autor: Santos, Edilton José Dos
  • Orientador: Belo, Eduardo Morgado; Brito Neves, Benjamim Bley de
  • Assuntos: Brasil; Geologia; Not Available
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: A Província Borborema evoluiu através de um mecanismo de colagem de terrenos, os quais agregaram à margem norte do Cráton do São Francisco durante o Neoproterozóico. O Complexo Granítico Lagoa das Pedras constitui um batólito granítico composto, situado no limite entre terrenos Alto Moxotó e Alto Pajeú e sua evolução testemunha um longo período de acresção e colisão na Província, que iniciou-se no final do Mesoproterozóico e prosseguiu durante todo Neoproterozóico. O terreno Alto Moxotó compreende uma faixa mesoproterozóica que inclui um prisma acrescionário, uma pilha metavulcanossedimentar e um bloco de embasamento granulítico paleoproterozóico. O segmento acrescionário engloba uma suíte bimodal formada por corpos tabulares de gabros, dioritos, anortositos em menor proporção e um conjunto de granitoides leucograníticos e trondhjemíticos, que aparecem atravessando tanto as rochas do embasamento, quanto a seqüência supracrustal. A seqüência supracrustal é composta pór uma sucessão de metassedimentos clásticos e químico-clásticos intercalados com rochas metavulcânicas de natureza intermediária, que incluem uma suíte calcioalcalina com médio a alto K de arco magmático, formada por andesitos, andesitos basálticos, traquiandesitos, traquibasaltos, tufos e por pequenas intrusões de gabros e diabásios. Todo o conjunto está fortemente deformado e metamorfizado na facies anfibolito alto. Os padrões geoquímicos da suíte bimodal demonstram seu caráter pouco evoluído e um provável ambiente oceânico de formação. Evidências mineralógicas e geoquímicas sugerem que os trondhjemitos teriam se originado por fusão parcial dos toleítos, deixando um resíduo eclogítico, em um episódio de pressões moderadas (abaixo de 8kbar) e alta temperatura (acima de 900°C). Os dados isocrômicos U/Pb em zircões das vulcânicas e leucogranitos indicam que o episódio acrescionário e vulcânico ocorreu em torno de 1,0 Ga. O Complexo granítico Lagoa das Pedras foi formado pela intrusão sucessiva de pulsos graníticos relacionados com um evento contracional seguido de outro transtracional. O complexo contracional compreende uma alternância de fatias de diatexitos e matagranitóides peraluminosos tipo S, rochas metamáfico-ultramáficas e supracrustais metavulcanossedimentares. As fatias metamórfico-ultramáficas são produtos metamórficos de rochas básico-ultrabásicas intrusivas e vulcânicas basálticas e picríticas toleíticas, provavelmente formada no mesmo episódio acrescionário do terreno Alto Motoxó. As supracrustais são dominantemente metassedimentos pelíticos, mas englobam uma componente vulcanossedimentar, formada principalmente por metagrauvacas e matavulcanoclásticas, de composição dacítica, dacito-andesítica e traquidácitica, com padrões geoquímicos similares aos de arcos magmáticos maduros. Os migmatitos e matagranitóides foram formados por recristalização e fusão parcial dos protólitos sedimentares e vulcanossedimentares, gerados por fusão incongruente de micas, com ausência de vapor, estimando-se pressões moderadas (5 a 6kbar) e temperaturas em torno de 700°C na formação dessas rochas. Uma concórdia U/Pb em zircões das metavulcanocl´sticas comprovou que o vulcanismo é o mesmo do terreno Alto Moxotó. Uma idade similar foi obtida em zircões dos metagranitóides contracionais, sugerindo tratar-se de cristais herdados. O evento transtracional originou dois pulsos principais, denominados de Granodiorito Riacho do Icó e Granito São João, além do Granito Serra do Arapuá, já fora dos limites do Complexo. O espectro composicional do Granodiorito Riacho do Icó, quartzomonzodiorito-granodiorito-monzogranito, e sua assinatura geoquímica confirmam tratar-se de uma série calcioalcalina com médio a alto K, híbrida de arco continental, evoluída através de mistura de magmas/assimilação, seguida de cristalização fracionada, com separação de hornblenda, plagioclásio e biotita. Os autólitos e xenólitos de rochas máficas e uma idade \'T IND. DM \'Sm/Nd de 1,28 Ga. São sugestivos de uma fonte ligada ao seguimento acrescionário. Concórdia U/Pb em zircão definiu uma idade de colocação de 750+-20Ma., comprovando tratar-se de um pulso distinto daquele existente na faixa Piancó-Alto Brígida (Cachoeirinha- Salgueiro). O Granito São João é um leucogranito peraluminoso com granada, crustal colisional intrusivo ou híbrido com forte componente sedimentar. Os padrões geoquímicos e isotópicos Sm/Nd confirmam sua relação com os diatexitos e granitoides contracionais, sugerindo a evolução desses dois pulsos crustais através de um único ciclo. O Granito Serra do Arapuá representa um membro da série granítica peralcalina/shoshonítica implantada na transição entre o terreno Alto Pajeú e Piancó-Alto Brígida (Cachoeirinha-Salgueiro), correspondendo a uma série híbrida tardiorogênica brasiliana. A análise tectônica e geocronológica/isotópica (U/Pb e Sm/Nd) é compatível com uma evolução progressiva entre esses pulsos durante o Neoproterozóico. O episódio contracional corresponderia a um evento de colisão oblíqua entre os terrenos Alto Moxotó e Alto Pajeú, sendo seguido imediatamente pelo episódio transtracional, em torno de 750 Ma.; os pulsos tardi e pós-colisão, incluindo o Granito Serra do Arapuá, teriam se desenvolvido entre 620 e 570 (515?) Ma., concomitantemente ao plutonismo estabelecido na faixa Piancó-Alto Brígida (Cachoeirinha- Salgueiro).
  • DOI: 10.11606/T.44.1995.tde-28102015-094036
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências
  • Data de criação/publicação: 1995-06-12
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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