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As muitas vozes da morte: uma leitura da poesia de Ferreira Gullar

Paiva, Carlyne Cardoso De

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas 2009-04-17

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    As muitas vozes da morte: uma leitura da poesia de Ferreira Gullar
  • Autor: Paiva, Carlyne Cardoso De
  • Orientador: Bosi, Viviana
  • Assuntos: Ferreira Gullar; Morte; Poesia Contemporânea; Contemporary Poetry; Death; Ferreira Gullar
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: Nas obras iniciais (A Luta Corporal, 1953 e O Vil Metal, 1960) de Ferreira Gullar, o tema da morte na poesia de Ferreira Gullar conflui para uma reflexão sobre a transitoriedade dos seres e objetos perante a inexorabilidade do tempo. Nos Poemas de Cordel (1962-1967) e Dentro da Noite Veloz (1975), o poeta, com vestígios de sua poesia engajada, dá voz, identidade e nome ao homem comum que vive na sociedade e conseqüentemente à morte deste homem considerado trivial pelo meio em que está inserido, remetendo-nos à maneira como o início do século XX é diagnosticado por Ariès (1977): o período em que a morte se esconde, e que ele denomina como sendo a morte invertida. Desde então a sociedade expulsa a morte dos cidadãos comuns, sobrando apenas reverências aos homens de Estado. Gullar também denuncia a falta de atenção e desvelo da sociedade para com o homem sem status social. Em sua contestação, o poeta imortaliza, nomeia e dá identidade ao cidadão anônimo, que passa a ter voz no poema. Para preservar-se de uma ameaça de aniquilação pessoal, Gullar concebe o Poema Sujo (1975), composto de memória, perda, elaboração do mundo perdido e amor à vida. A partir de então, o tema da morte passa a ser cada vez mais constante na poética de Gullar. Não somente com a ameaça da própria morte, mas com a perda concreta de amigos e familiares, essa passa a ser concebida em sua poesia, com maior intensidade e sensibilidade. Em um crescente, a morte toma forma Na Vertigem do Dia (1980) e Barulhos (1987), adquirindo maior vigor em Muitas Vozes (1999). Em Rainer Maria Rilke e a morte (2004), há um diálogo iminente entre a poética de Gullar e Rilke. Neste, a morte aparece como uma figura alegórica que está em toda a parte, seja no interior, seja no exterior do indivíduo, sempre conspirando para que o momento fatal se realize. Ela é um germe que nasce no coração do homem e que se desenvolverá no decorrer de sua existência, tomando-lhe o corpo. No tom apropriado e na medida correta, Gullar homenageia e dá voz aos conceitos rilkeanos, sem com isso ferir-se enquanto poeta. Sob o prisma conceitual do lírico alemão, concede vida singular e respeitável à suposta circunstância da morte concreta de Rilke.
  • DOI: 10.11606/D.8.2009.tde-24112009-104107
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
  • Data de criação/publicação: 2009-04-17
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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