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A Ação Global dos Povos e o novo anticapitalismo

Fiuza, Bruno De Matos

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas 2017-03-13

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    A Ação Global dos Povos e o novo anticapitalismo
  • Autor: Fiuza, Bruno De Matos
  • Orientador: Coggiola, Osvaldo Luis Angel
  • Assuntos: Ação Global Dos Povos; Neoliberalismo; História Do Capitalismo; Zapatismo; Globalização; Ezln; Antiglobalização; Anticapitalismo; Zapatism; Pga; Peoples Global Action; Anticapitalism; Neoliberalism; History Of Capitalism; Antiglobalization; Globalization
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Notas Locais: Versão corrigida
  • Descrição: Este trabalho investiga a formação, na segunda metade da década de 1990, daquilo que alguns grupos ativistas denominaram anticapitalismo global. A pesquisa buscou acompanhar a emergência dessa nova forma de ativismo por meio da reconstituição do processo de construção da rede mundial de luta contra a globalização neoliberal que começou a se formar em solidariedade ao levante do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) no México, em janeiro de 1994, ganhou corpo com a realização do Primeiro e do Segundo Encontros Intercontinentais pela Humanidade e contra o Neoliberalismo, em 1996 e 1997, respectivamente, e culminou na fundação, em 1998, da Ação Global dos Povos (AGP), rede de movimentos sociais que criou os dias de ação global e inspirou as grandes manifestações contra as reuniões de instituições multilaterais como a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial a partir do protesto que impediu a realização da abertura da terceira Conferência Ministerial da OMC em Seattle, em novembro de 1999. O objetivo deste trabalho é analisar o processo de emergência e descrever as características centrais de um novo tipo de anticapitalismo que surgiu a partir da articulação das lutas contra a globalização neoliberal em nível mundial e situá-lo na longa tradição das lutas anticapitalistas dos séculos XIX e XX, mostrando como as transformações do modo de produção capitalista deram origem a novas formas de resistência ao longo desse período. Para isso, conduzi uma pesquisa em dois planos, um teórico e outro empírico. A pesquisa empírica se baseou no levantamento e análise de documentos produzidos pelos movimentos que integraram a rede mundial de luta contra a globalização neoliberal entre 1994 e 1998. A pesquisa teórica consistiu na aplicação de um modelo teórico elaborado a partir da combinação de duas leituras contemporâneas da economia política marxiana para analisar as transformações do capitalismo e do anticapitalismo ao longo dos séculos XIX e XX. Esse modelo foi elaborado a partir da teoria do antagonismo de classe formulada pelos pensadores operaístas e autonomistas italianos, como Antonio Negri e Mario Tronti, e da teoria dos ajustes espaçotemporais via acumulação por espoliação de David Harvey. Ao aplicar esse modelo teórico à análise dos dados empíricos fornecidos pelas fontes textuais produzidas pelos movimentos que formaram a rede mundial de luta contra a globalização neoliberal foi possível constatar a emergência de um novo anticapitalismo que surgiu em resposta às transformações do modo de produção capitalista a partir da crise de acumulação iniciada na década de 1970 e que deu origem a uma nova estratégia de enfrentamento do capital e a uma nova concepção do sujeito revolucionário. Como a pesquisa se baseou nas declarações escritas dos movimentos envolvidos na construção da rede mundial de luta contra a globalização neoliberal, os resultados obtidos permitem falar em um novo discurso anticapitalista, mas não fornecem os elementos necessários para atestar a emergência de uma nova prática anticapitalista capaz de se enraizar no cotidiano dos movimentos envolvidos. Por isso, o trabalho conclui sugerindo que é necessário realizar pesquisas de história oral para verificar se e como esse discurso se refletiu na prática cotidiana dos movimentos integrantes da rede.
  • DOI: 10.11606/D.8.2017.tde-22052017-114136
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
  • Data de criação/publicação: 2017-03-13
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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