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Análise do perfil nutricional e clínico dos pacientes com e sem remissão da hipertensão arterial submetidos ao bypass gástrico em Y de Roux: dados do estudo GATEWAY

Oliveira, Juliana Dantas De

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina 2022-11-28

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Análise do perfil nutricional e clínico dos pacientes com e sem remissão da hipertensão arterial submetidos ao bypass gástrico em Y de Roux: dados do estudo GATEWAY
  • Autor: Oliveira, Juliana Dantas De
  • Orientador: Drager, Luciano Ferreira
  • Assuntos: Cirurgia Bariátrica; Hipertensão; Obesidade; Tratamento; Bariatric Surgery; Hypertension; Obesity; Treatment
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica não transmissível associada à alta mortalidade cardiovascular. A obesidade é uma condição frequentemente associada à HAS e pode aumentar o risco atribuído à HAS. Evidências crescentes mostram que a cirurgia bariátrica é um tratamento eficaz para a perda de peso sustentada e melhora significativa no controle e remissão da HAS. No entanto, não está claro quais são os preditores de remissão da HAS após a cirurgia bariátrica. Diversos fatores relacionados ao perfil nutricional e outros dados clínicos como a idade, a magnitude da perda de peso e as características da HAS podem exercer influência neste desfecho. Objetivo: Comparar o perfil antropométrico e composição corporal, perfil nutricional e características da HAS dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica (bypass gástrico em Y de Roux, BGYR) de pacientes que evoluíram com remissão versus os que permaneceram com o uso de pelo menos um anti-hipertensivo 36 meses após o procedimento cirúrgico. Métodos: A amostra foi composta por pacientes submetidos ao BGYR participantes do estudo clínico randomizado controlado GATEWAY. Este estudo tinha como principal objetivo avaliar a eficácia do BGYR em reduzir a necessidade de medicações anti-hipertensivas e remissão da HAS em pacientes com obesidade grau I e II (Índice de Massa Corpórea, IMC, entre 30 e 39,9kg/m²) em uso de pelo menos dois medicamentos antihipertensivos em doses otimizadas ou mais de dois em doses moderadas. O presente subestudo tem como principal objetivo comparar as características gerais, bem como o perfil antropométrico, nutricional e a composição corporal dos pacientes com remissão versus sem remissão da HAS 36 meses após o BGYR. A remissão da HAS foi definida pela ausência do tratamento medicamentoso da HAS e manutenção da pressão arterial (PA) controlada (<130x80mmHg) na monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) de 24 horas, em 36 meses. Para a análise comparativa dos grupos com e sem remissão da HAS, avaliamos dados antropométricos (peso, altura, circunferência da cintura, percentual de perda de peso total após procedimento cirúrgico); dados de composição corporal (massa muscular, percentual de gordura), obtidos por meio de exame de bioimpedância elétrica; dados de ingestão alimentar, coletados por meio de recordatório alimentar de 24 horas; histórico familiar e tempo de duração da HAS, além de dados laboratoriais (glicemia jejum; hemoglobina glicada; insulina; proteína C reativa ultrassensível; colesterol total e frações; creatinina; taxa de filtração glomerular; sódio urinário). Realizamos uma análise multivariada para avaliarmos os preditores independentes de remissão da HAS em 36 meses, levando em consideração os dados como, idade, raça, o tempo de história da HAS, dados basais do número de medicamentos anti-hipertensivos utilizados, níveis de insulina e circunferência da cintura. Resultados: 50 pacientes foram randomizados para a BGYR, porém 46 pacientes realizaram o procedimento cirúrgico (idade: 42±9 anos; 83% mulheres; IMC: 37,6±2,1 Kg/m2 ; PA sistólica basal:122±12 mmHg; PA diastólica basal:77±7 mmHg; a maior parte da amostra [61%] utilizava 3 medicamentos anti-hipertensivos). No seguimento de 36 meses (% de perda ponderal total: 29±7%), a remissão da HAS ocorreu em 39% (n=14 de 36 pacientes com dados completos aos 36 meses). Os pacientes que apresentaram remissão da HAS possuíam diversas características semelhantes aos pacientes que não apresentaram a remissão da HAS, exceto em relação ao tempo de história da HAS (5,9±5,5 vs. 12,5±8,1 anos; p=0,01) e uma tendência à maiores valores de circunferência da cintura (111±7 vs. 115±8 cm, p=0,088). Na análise multivariada, o tempo de história de HAS mostrou-se um preditor independente da remissão da HAS (OR: 0,85; 95% IC: 0,70-0,97; p=0,04). Portanto, estes dados sugerem que, a cada 1 ano a mais no tempo de HAS, a chance de remissão diminui em cerca de 15%. Além disso, houve uma tendência em relação aos menores níveis de insulina de base em pacientes que apresentaram remissão da HAS (OR: 0,90; 95% IC: 0,80-0,99; p=0,07). Conclusão: A remissão da HAS, em médio prazo, ocorre em parcela significante nos pacientes submetidos ao BGYR e esteve independentemente associada ao menor tempo de história de HAS. Estes dados reforçam a necessidade de medidas efetivas precoces para aumentar a chance de remissão deste importante fator de risco cardiovascular
  • DOI: 10.11606/D.5.2022.tde-12042023-163803
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina
  • Data de criação/publicação: 2022-11-28
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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