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Por um estudo semiótico do timbre na fala, na canção e na música

Shimoda, Lucas Takeo

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas 2020-03-16

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Por um estudo semiótico do timbre na fala, na canção e na música
  • Autor: Shimoda, Lucas Takeo
  • Orientador: Tatit, Luiz Augusto de Moraes
  • Assuntos: Canção; Timbre; Voz; Semiótica; Enunciação; Semiotics; Enonciation; Tone-Colour; Voice; Song
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: O presente trabalho tem por objetivo primário compreender os mecanismos de significação e as estratégias discursivas subjacentes à seleção e à combinação de timbres em discursos verbais, musicais e cancionais. Para dar conta da diversidade de manifestações do timbre, foi empregado o aparato teórico da semiótica discursiva conforme desenvolvido por Greimas (1976 [1966], 1975b, 1983b); Greimas & Courtés (1986, 2012 [1979]), expandido por Zilberberg (1991, 2004, 2006a, 2011a,b); Fontanille & Zilberberg (2001), bem como seus desenvolvimentos aplicados à canção popular por Tatit (1986, 1997, 2004b, 2014, 2016). Uma revisão crítica da literatura da área revelou que a seleção de timbres em textos cancionais está estreitamente relacionada à sua função de remissão à fonte sonora, notadamente o intérprete no caso da canção popular e o instrumento no caso do arranjo e da música instrumental. Para descrever esse fenômeno, o conceito semiótico de figuratividade e de densidade sêmica foi empregado na elaboração de uma escala contínua de especificidade partindo do mais genérico ao mais específico. Essa escala gradual pode ser segmentada em três grandes regiões, a saber, um grau mínimo, um grau intermediário e um grau máximo de especificação. No nível mínimo de densidade figurativa, o timbre é inespecífico e só permite o reconhecimento de qualidades abstratas, manifestas na forma de adjetivos sinestésicos que traduzem verbalmente a morfologia temporal do envelope sonoro. No grau intermediário, encontram-se as descrições e categorizações de timbres em famílias. As fronteiras entre essas famílias podem ser melhor delineadas verificando sua (in)compatibilidade intertimbrística mútua, semioticamente traduzíveis em termos de triagens e misturas (Zilberberg, 2004), conforme manifestadas pelas técnicas de orquestração e arranjo. No último grau de densidade semântica, encontram-se os timbres atribuídos a entidades únicas e exclusivas no mundo natural. Frequentemente, esses timbres são designados por antropônimos. O exame de objetos empíricos revelou que timbres com alta densidade figurativa assumem a propriedade de ativar operações enunciativas concorrentes e paralelas àquelas desencadeadas pelo aparelho formal da enunciação (Benveniste, 2006 [1974]). Nesse cenário, o timbre impõe coerções combinatórias fortes a seu respectivo substrato linguístico-musical, dado que a troca de revestimento timbrístico pode neutralizar ou contradizer o efeito de autenticidade gerado pela ilusão enunciativa (Tatit, 2016). Os resultados das análises evidenciam que, apesar do amplo espectro de variabilidade, as possibilidades de seleção e combinação de timbres não são irrestritas. Os dados permitem concluir que timbres genéricos (i.e. figurativamente rarefeitos) se comportam como variantes e podem ser livremente substituídos, ao passo que timbres específicos tendem a se comportar como invariantes e efetuar comutação, na acepção glossemática destes termos (Hjelmslev, 2006 [1943]). Esses achados relativizam a premissa, detectada no levantamento bibliográfico, de que o timbre é uma variável livremente substituível em textos verbais orais, musicais e cancionais.
  • DOI: 10.11606/T.8.2020.tde-17072020-120538
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
  • Data de criação/publicação: 2020-03-16
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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