O recolhimento dos meninos: por uma genealogia da ordem pedagógica brasileira.
ABCD PBi


O recolhimento dos meninos: por uma genealogia da ordem pedagógica brasileira.

  • Autor: Favacho, André Marcio Picanço
  • Orientador: Porto, Maria do Rosario Silveira
  • Assuntos: Discurso Pedagógico; Dispositivo; Recolhimento; Genealogia; Governo Do Outro; Pedagogical Discourse; Government Of The Other; Genealogy; Gadget; Retirement
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: É preciso ganhar e recolher os filhos dos gentios, diz uma máxima jesuítica. Isso resultou numa multiplicidade de práticas educativas, gerando uma ordem pedagógica aplicável aos meninos tupinambás no Brasil-Colônia. Visamos, então, saber que elementos compõem essa ordem pedagógica quinhentista, pois tal ordem foi o tipo de discurso aplicado aos meninos indígenas durante sua educação. Como os jesuítas já recolhiam estudantes antes de vir para o Brasil, resolvemos panoramicamente saber como isso se dava. Denominaremos recolhimento dos meninos o dispositivo que materializou a prática educativa, própria do Ocidente. Tal dispositivo, retira esta tese do passado e a lança como problematizadora do presente, pois recolher e entregar são mais do que simples palavras, são discursos que ajudaram a construir, nesse caso, uma certa ordem pedagógica. Sobre isso, Foucault nos orienta. Afinal, por que razão, em meio a tantos descasos, entregamos e recolhemos as crianças às escolas? Sem meta explícita, esta tese acabou por questionar a noção de recolhimento como a primeira etapa da educação no Brasil. Porém, num exame mais apurado, descobrimos que o recolhimento é muito mais um dispositivo, uma prática, do que uma instituição em si. Se a escolarização brasileira só vai ganhar força no século XX, parece-nos, que o recolhimento foi uma prática que cotejou os primeiros anos desse século, fazendo, por exemplo, professores irem até as fazendas levantar o censo dos meninos para abrir escolas públicas. O recolhimento é a base discursiva da ordem pedagógica que atravessou a colônia brasileira e, quiçá, mesmo abandonado nos dias de hoje, ainda é utilizado pelos profissionais da área de educação, servindo, inclusive, como justificativa para barganhar as verbas públicas.
  • DOI: 10.11606/T.48.2008.tde-07102008-142332
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação
  • Data de criação/publicação: 2008-03-31
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português
 
Disponível na Biblioteca:
  • FE - Faculdade de Educação (37(81) F272r )