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As dimensões humanas das relações entre pessoas e onças-pintadas (Panthera onca) e onças-pardas (Puma concolor) na Caatinga

Cláudia Sofia Guerreiro Martins Silvio Marchini

2020

Localização: ESALQ - Biblioteca Central    (MARTINS, C. S. G )(Acessar)

  • Título:
    As dimensões humanas das relações entre pessoas e onças-pintadas (Panthera onca) e onças-pardas (Puma concolor) na Caatinga
  • Autor: Cláudia Sofia Guerreiro Martins
  • Silvio Marchini
  • Assuntos: ONÇAS -- MANEJO; ÁREAS DE CONSERVAÇÃO; CAATINGA; INTERAÇÃO HOMEM-ANIMAL
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Notas Locais: Programa Interunidades de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada ESALQ/CENA
  • Descrição: O Boqueirão da Onça, polígono que abriga um Parque Nacional, uma Área de Proteção Ambiental e uma Zona de Vida Silvestre, é um dos últimos e maiores contíguos de caatinga, território de subpopulações das duas maiores espécies de felinos das Américas, onças-pintadas (Panthera onca) e onças-pardas (Puma concolor). Apesar de a presença dos felinos ser familiar, apesar de a maior parte das pessoas reconhecerem seu valor de existência e muitos condenarem qualquer forma de abate de indivíduos, sua proximidade nem sempre é tolerada, sob o argumento de prejuízo econômico, relevante se considerados os Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) regionais. Com o objetivo de investigar variáveis cognitivas, socioeconômicas, normativas, atitudinais, psicológicas e comportamentais, conduziu-se a primeira pesquisa social na região, usando um questionário aplicado face-a-face aos moradores de 31 localidades do Boqueirão da Onça. Com 108 questões organizadas em categorias semelhantes às que a ciência das mudanças climáticas utiliza para determinar vulnerabilidade às alterações climáticas, a saber, exposição, sensibilidade e capacidade de adaptação, o protocolo foi implementado com recurso a um software livre, programado para agilidade na coleta e sistematização dos dados primários de resposta. Mediram-se conhecimento, hábitos, percepção de risco, tolerância à proximidade com onças, valor de existência, e investigaram-se associações entre gênero, idade, condição socioeconômica, medo, níveis de
    conhecimento, e as variáveis atitudes, conhecimento, percepção de impacto, valor de existência e vulnerabilidade ao conflito, a fim de conhecer quais variáveis determinam as relações que os residentes estabeleceram com as onças, clarificar a tipologia dessas relações e predizer comportamentos favoráveis ao manejo e à conservação das espécies e seus ambientes. Os resultados indicaram que aspectos como condição econômica, dificuldade de implementar mudanças de hábitos e falta de confiança nas instituições, contribuem para o conflito. Saindo da esfera do indivíduo e considerando o sistema socioecológico (SES) complexo onde estas relações se firmam, percebeu-se ser importante dispor de uma ferramenta que identifique e comunique quais componentes (critérios) de qual categoria (indicador) pesam mais sobre a vulnerabilidade ao conflito. Esse SES inclui comunidades e instituições, além de fauna silvestre e seus hábitats. Essa aproximação no Boqueirão da Onça materializou-se com a proposta de um índice de vulnerabilidade social ao conflito (IVsC), ainda foco exclusivo na dimensão social. O IVsC, uma vez aplicado, resultou em vulnerabilidades médias e baixas em 23 localidades, que agruparam por conveniência de proximidade, vulnerabilidades individuais. Ainda incipiente, serve como desafio conceitual e metodológico à multidisciplinaridade da ciência que busca a coexistência gente e onças. Naturalmente, o método de coleta de dados aproximou fisicamente pesquisadores e pesquisados em
    uma região extensa com comunidades e fazendas dispersas. Esse encontro cria primeiro um estranhamento, pela chegada, pelas questões, pelo tema, pelas implicações e conexões dos questionamentos sobre temas sensíveis, e depois suscita posturas de confiança e empatia ou receio e constrangimentos, da parte de todos os envolvidos no processo. Essa análise binária que não havia sido prevista, foi trazida ao estudo, com o objetivo de enriquecer o conhecimento sobre a região e as pessoas e instituições nela. Ao mesmo tempo que expõe conflitos que colocam em risco a pesquisa, contribui para reflexões sobre ética e moral, antes da tomada de decisões sobre manejo de fauna e unidades de conservação
  • Data de criação/publicação: 2020
  • Formato: 140 p il.
  • Idioma: Português

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