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Variação geográfica no lobo-marinho sul-americano, Arctocephalus australis (Zimmermann, 1783) com base em dados morfológicos e moleculares

Larissa Rosa de Oliveira João Stenghel Morgante

2004

Localização: IB - Instituto de Biociências    (D-1079 )(Acessar)

  • Título:
    Variação geográfica no lobo-marinho sul-americano, Arctocephalus australis (Zimmermann, 1783) com base em dados morfológicos e moleculares
  • Autor: Larissa Rosa de Oliveira
  • João Stenghel Morgante
  • Assuntos: MARCADOR MOLECULAR; MORFOLOGIA ANIMAL; BIOLOGIA ANIMAL
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Arctocephalus australis é uma espécie de lobo-marinho com ampla distribuição, apresentando colônias reprodutivas tanto na costa Atlântica quanto Pacífica da América do Sul. Esta espécie foi intensamente caçada até o início da década de 90 e atualmente encontra-se listada no Apêndice II da CITES. Alguns estudos morfológicos sugerem a existência de mais de uma subespécie deste lobo-marinho. Neste sentido são apresentados neste estudo novas informações sobre o dimorfismo sexual da espécie e sobre a variação geográfica em crânios de diferentes populações de A. australis, através das técnicas de morfometria tradicional e geométrica. Em adição, são apresentados resultados sobre a variabilidade genética das populações do Uruguai e Peru, com base em análises de oito locos de microssatélites de DNA. O dimorfismo sexual craniano de A. australis foi estudado através de técnicas de morfometria tradicional e geométrica. Para tanto foram examinados 386 exemplares adultos do Uruguai (134 machos e 49 fêmeas) e Peru (101 machos e 102 fêmeas), dos quais 346 também foram fotografados em 4 posições (dorsal, ventral, lateral e occipital) totalizando 1325 imagens. Foram realizadas 15 medidas em cada crânio e um total de 62 pontos de referência foram posicionaods nas imagens digitalizadas. Os resultados tanto da morfometria tradicional quanto da geométrica indicaram a existência de um acentuado dimorfismo sexual nos crânios de A. australis, sendo os machos sempre maiores do que
    as fêmeas, tanto na largura quanto no comprimento crânio. O dimorfismo sexual foi mais intenso na população do Uruguai e as diferenças na forma e no tamanho do crânio entre machos e fêmeas de A. australis podem estar associadas a seleção sexual e a poliginia da espécie, bem como às diferenças na história de machos e fêmeas. O estudo da variação geográfica em crânios de A. australis através das técnicas de morfometria tradicional e geométrica, utilizou exclusivamente crânios de machos adultos (tradicional n= 321 e geométrica n= 273) de oito populações diferentes (Uruguai; Norte da Argentina; Centro da Argentina; sul da Argentina; Norte do Chile; Sul do Chile; Ilhas Falkland e Peru). Em cada crânio foram realizadas 15 medidas e foram tomadas imagens nas vistas dorsal, ventral, lateral e occipital. Um total de 1027 imagens foram capturadas nas quais foram posicionados 62 pontos de referência. Os resultados gerais da morfometria tradicional e geométrica indicaram a existência de diferenças significativas na forma e no tamanho dos crânios das populações de A. australis, sugerindo uma separação em três grandes grupos geográficos. Contudo, baseado nos resultados de uma análise de função discriminante, a partir de cinco medidas lineares, foi possível desenvolver uma equação que classifica os crânios como pertencente, a pelo menos, duas das populações propostas: Pacífico (Peru e norte do Chile) e Atlântico (do Uruguai, Argentina e
    Ilhas Falkland). De acordo com estes resultados e em outras características da história natural destes animais, é sugerido que A. australis seja separado em mais de uma espécie: Arctocephalus sp. A, com localidade tipo a costa Atlântico da América do Sul, e Arctocephalus sp. B, com localidade tipo a costa Pacífica da América do Sul. Os estudos de variabilidade genética entre as populações de A. australis do Uruguai e Peru indicaram que ambas populações apresentaram níveis similares de heterozigosidade esperada (Peru = 0,779 e Uruguai=0,791). Os resultados da comparação das freqüências alélicas indicaram diferenças significativas (P< 0,001, DF = 16) entre as duas populações estudadas em todos os oito locais analisados. Os resultados do índice Rst sugeriram moderada diferenciação genética e também demonstraram recente fluxo gênico entre as populações. O teste de atribuição populacional demonstrou que 96% dos espécimes foram corretamente atribuídos a sua respectiva população de origem, 89,65% na população do Uruguai e 97,04% na população do Peru, indicando diferenciação populacional. Os resultados moleculares corroboraram os resultados morfológicos e a sugestão de que as populações do Uruguai e Peru possuiram histórias evolutivas distintas, podendo ser consideradas como espécies que divergiram recentemente. é importante mencionar que atualmente os espécimes de lobo-marinho da costa do Peru encontram-se classificados como em
    perigo de extinção, como resultado de um declínio populacional de 72% entre 1996 e 1998, causado pelo evento de El Niño mais severo da história. Desta forma, considerar esta população como uma espécie distinta de lobo-marinho, e possivelmente endêmica para a costa do Peru e norte do Chile, pode ser um passo crucial para as futuras políticas de conservação e manejo, bem como para a sobrevivência desta espécie.
  • Data de criação/publicação: 2004
  • Formato: xviii, 216 p il.
  • Idioma: Português

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