skip to main content

Escrita de memórias em Eliete, a Vida Normal, de Dulce Maria Cardoso: análise da construção da identidade feminina na sociedade patriarcal

Bonchristiano, Ana Cristina Ribeiro

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas 2023-11-24

Acesso online

  • Título:
    Escrita de memórias em Eliete, a Vida Normal, de Dulce Maria Cardoso: análise da construção da identidade feminina na sociedade patriarcal
  • Autor: Bonchristiano, Ana Cristina Ribeiro
  • Orientador: Bridi, Marlise Vaz
  • Assuntos: Dulce Maria Cardoso; Eliete A Vida Normal; Identidade Feminina; Memória; Dulce Maria Cardoso; Female Identity; Memory
  • Descrição: Esta dissertação apresenta uma leitura da obra Eliete, a Vida Normal, de Dulce Maria Cardoso, especulando a força da memória na escrita pelo monólogo da narradora, em primeira pessoa, para observar a construção da identidade feminina em uma sociedade patriarcal e a busca por sua emancipação. A protagonista, Eliete, casada há vinte anos, narra suas memórias entrecortadas por pensamentos, ideias e diálogos com outras mulheres, dentre as quais sua avó paterna, sua mãe e suas duas filhas, além de alguns homens. O pano de fundo da ficção é a história de Portugal, país europeu periférico com contradições, arcaico e moderno, nos séculos XX e XXI. Nesta análise da obra de ficção de autoria feminina contemporânea, foram usados quatro eixos: a história de Portugal e a memória como pano de fundo da elaboração da escrita; o sentido e o significado da história e da ficção na construção da linguagem literária e do inconsciente coletivo; a busca de uma identidade perdida e a necessidade de criar identidade pela qual o sujeito se constitui e se transforma; e a fragmentação das relações sociais e familiares. Por meio destas abordagens, procuramos apontar e explicar os mecanismos estruturais da sociedade patriarcal e colonialista, pelos quais a vida das mulheres é atravessada por violências e exigências desde a infância, passando pela ditadura da beleza do corpo, com imposição de uma estética de magreza, e a colonização da mente, com a introjeção de valores ditados pelo sistema neoliberal. O objetivo principal deste trabalho foi analisar o romance Eliete, a Vida Normal, sob perspectivas históricas, literárias e psicanalíticas, buscando interpretar as passagens da narrativa para desvendar a representação do mundo narrado pela protagonista. A solidão e a incomunicabilidade da protagonista, Eliete, assim como a alternativa de adultério, diante da monotonia e do tédio do seu casamento de mais de vinte anos, associadas à busca de identidade da mulher portuguesa, na sociedade patriarcal e colonialista do século XX, marcada pela ditadura militar (1926-1933) e pelo Estado Novo de Salazar (1933-1974), foram alguns dos dilemas apresentados. Ouvimos questionamentos sobre o sujeito do desejo, a sexualidade, o corpo feminino, o trabalho, os relacionamentos afetivos e sexuais, a maternidade, o casamento, a fidelidade, o aprisionamento e a emancipação das mulheres, assim como a competição, a inveja, a aliança, a solidariedade entre as mulheres (sororidade) ou a sua falta
  • DOI: 10.11606/D.8.2023.tde-27032024-155511
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
  • Data de criação/publicação: 2023-11-24
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

Buscando em bases de dados remotas. Favor aguardar.