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Leitura e oralidade: as inscrições do desejo no percurso de formação do leitor.

Lima, Sheila Oliveira

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação 2006-11-27

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Leitura e oralidade: as inscrições do desejo no percurso de formação do leitor.
  • Autor: Lima, Sheila Oliveira
  • Orientador: Belintane, Claudemir
  • Assuntos: Oralidade; Leitura; Letramento; Língua; Psicanálise; Psychoanalysis; Orality; Language; Literacy; Reading
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: O percurso de formação do leitor, sobretudo na sua fase inicial, que coincide com a entrada da criança na escola, parece condicionado não apenas a uma ambiência de leitura bem constituída, estabelecida pelo contato freqüente com a cultura gráfica por meio de diversos suportes da escrita. Há, nesse processo de transição, caracterizado pela extrapolação de um domínio da língua por meio da fala para se efetivar a entrada na escrita, a relevância de uma ancoragem em um repertório de diversos gêneros da oralidade constituído ao longo da primeira infância, no ambiente parental. Buscando melhor compreender os fatores que condicionam a efetiva entrada da criança no universo da escrita gráfica e, desta forma, sua aprendizagem da leitura, esta pesquisa procura investigar três aspectos que parecem fundamentais: o conceito de língua, a concepção de leitura e a relação entre aquisição de língua, em suas diversas expressões e possibilidades subjetivas. Diante de tal quadro, apoiou-se a investigação em teorias oriundas da Lingüística, da Psicanálise e da Educação. Assim, num primeiro momento, procura-se explorar uma concepção de língua a partir do fato de que sua manifestação está referenciada ao desejo do sujeito que a põe no discurso, o que torna sua aquisição sempre relacionada ao contato com o outro, primeiramente parental. Num segundo momento, define-se leitura a partir de um viés psicanalítico, portanto concebendo-a como um fenômeno que não se restringe à escrita gráfica e toda sua materialidade, mas amplia-se para as possibilidades do oral e as manifestações do inconsciente. Daí a necessidade de se propor metodologias que conduzam os processos de ensino de leitura e escrita tendo em vista as experiências da oralidade da criança. Tendo realizado tal percurso de extrapolação dos conceitos de língua e de leitura, apresenta-se aqui o relato de um estudo de caso realizado com uma criança com graves dificuldades de aprendizagem do código da escrita, na qual se pôde observar alguns percalços de sua relação com a língua já na oralidade, marcados, sobretudo, por um uso estritamente instrumental, sem a inserção de textos de gêneros lúdico-poéticos. Os resultados de tal situação de uso da língua se evidenciaram na prevalência de uma estruturação associativa do pensamento e da linguagem, bem como na fixação imagética, o que lhe dificultava transitar pela dupla articulação da língua, bem como pelo seu caráter metafóricometonímico. Diante de tal quadro e das freqüentes estratégias que buscavam a sua alteração, conclui-se que uma experiência oral bem constituída, marcada por uma leitura da imaterialidade da palavra e sempre associada a momentos de dinamização do desejo e da relação com o outro, pode ser fundamental para uma entrada bem sucedida no universo da escrita gráfica.
  • DOI: 10.11606/T.48.2006.tde-05122007-151052
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação
  • Data de criação/publicação: 2006-11-27
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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