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Condicionamento geológico da sedimentação glacial o Neopaleozóico da Bacia do Paraná e o Terciário da Antártida

Paulo Roberto dos Santos 1943-

1996

Localização: IGC - Instituto de Geociências    (T S237 PR.c )(Acessar)

  • Título:
    Condicionamento geológico da sedimentação glacial o Neopaleozóico da Bacia do Paraná e o Terciário da Antártida
  • Autor: Paulo Roberto dos Santos 1943-
  • Assuntos: SEDIMENTOLOGIA
  • Notas: Tese (Livre Docência)
    Tese (Livre Docência) -- Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo
  • Descrição: Durante o intervalo de tempo decorrido entre o Meso Carbonífero e o Eeopermiano, uma considerável parte do território brasileiro, atualmente situada entre as latitudes de 15°-33°S e longitudes de 45° -63°W, estiveramcobertas por gelo de geleiras relacionadas à glaciação gondvânica. Vários tipos de depósitos interpretados como tendo sido formados sob influência glacial, estão hoje preservados na bacia do Paraná. O subgrupo Itararé, na bacia do Paraná,representa o registro mais espesso, extenso e, possivelmente, o apontamento mais longo da glaciação neopaleozóica de todo o supercontinente do Gondvana. Mapas paleogeográficos da bacia do Paraná durante a glaciação neopaleozóica representandoquatro intervalos de tempo, controlados bioestratigraficamente, foram preparados para o subgrupo Itararé. Estes foram construídos através da combinação de dados a respeito das litofacies, variação das espessuras, direção de fluxo do gelo,feições tectônicas e informações paleontológicas. Na bacia do Paraná a glaciação teve início no Meso-Carbonífero, quando as margens do Manto de Gelo de Windhoek (MGW), deslocando-se a partir de um centro de dispersão situado na elevação deWindhoek na região austral da África, atingiram a margem leste da bacia. Extremidades lobadas das correntes de gelo ("ice streams"; lobos Kaokoveld, Paraná e Rio do Sul) fluiram em direção ao N e NW, irradiando-se também de uma cobertura de
    gelo("ice cap") que recobria o escudo do Rio Grande do Sul, na margem leste da bacia. Outra cobertura de gelo, provavelmente isolada, possivelmente se desenvolveu sobre o arco de Assunção, de onde correntes de gelo lobadas também fluiram para lestee nordeste, ali atingindo a bacia. Na bacia do Paraná, a glaciação, e a própria sedimentação glacial foram, provavelmente, controladas pela interação da subsidência tectônica, transgressão e glácio-isostacia em regiões de média e alta latitude, ) enquanto o continente do Gondvana gradualmente se afastava do pólo sul. A inundação marinha da bacia por um mar epicontinental, iniciada no Meso-Carbonífero, provavelmente forneceu a umidade necessária para alimentar o crescimentodo M.G.W. De maneira contrária, os episódios de elevação do nível do mar provavelmente afetaram a estabilidade das geleiras marinhas. Geleiras do tipo temperado avançaram aterradas até pelo menos 200 km bacia adentro; ao atingirem o nível domar, estabilizaram-se como margens de maré ou intermaré. Um comportamento altamente oscilatório das margens de gelo é indicado pela alternância de períodos de crescimento com períodos de declínio dos lobos e da cobertura de gelo. Pelo menos noveavanços do gelo na bacia podem ser reconhecidos por níveis estratigraficamente distintos de depósitos delgados de tilitos subglaciais, repousando sobre ambasamento estriado, por pavimentos de clastos estriados ou substrato tectonizadoglacialmente. O desacoplamento das geleiras,
    associado à subida do nível do mar, foi, provavelmente, um fator importante que influenciou a desagregação rápida das geleiras, acompanhada de intensa fragmentação ("calving"). A retração das geleirasfoi freqüentemente marcada por processo de transgressão, deposição de camadas marinhas delgadas nas margens da bacia, seguida por rápida compensação isostática. Espessos depósitos "interglaciais/interestadiais" são caracterizados por intensoretrabalhamento subaéreo e subaquático, assim como ressedimentação de depósitos glaciogênicos prévios, além de sedimentação de outros depósitos "normais" não glaciais, incluindo camadas delgadas de carvão. A expansão máxima das geleiras noEopermiano, associadamente com a máxima transgressão marinha na bacia, foi seguida por gradual encolhimento dos lobos e coberturas de gelo e por extensiva progradação de lobos deltáicos clásticos, alimentados por áreas elevadas ) glácico-isostaticamente. A influência glacial ainda persistiu localmente na bacia durante o final do Eopermiano, como no escudo do Rio Grande do Sul, por exemplo, e, possivelmente, até mais tarde na região norte da bacia do Paraná.Nesta área os avanços do lobo Kaokoveld foram possivelmente associados a processos de "surge" das geleiras, que se moviam sobre substrato deformável. As espessuras dos sedimentos envolvidos nesse processo indicam que a deglaciação final foi umfenômeno relativamente rápido. A contínua migração translatitudinal do Gondvana sugere que o fator
    mais importante que influnciou o término (terminação) da glaciação foi o clima. A presente pesquisa incluiu, também, alguns resultadospreliminares de uma revisão em curso dos sedimentos glaciais terciários da ilha Rei George, ilhas Shetland do Sul, oeste da Antártida, que sugerem uma história sedimentar um tanto diferente daquela até então reconhecida por pesquisadorespoloneses. Os novos dados obtidos indicam que a maior parte dos sedimentos glaciogênicos do Membro Krakowiak Glacier (Formação Polonez Cove, Eo-oligoceno) acumulou-se rapidamente, através de espisódios alternados de processos de fluxogravitacional de sedimentos, associados a um leque subaquático construído em condições marinhas rasas, em frente a uma geleira em recuo. A ausência de canais de conglomerados e areias estratificadas, características de depósitos de lavagemsubáqüea e, adicionalmente, a presença de argilas laminadas, constituem evidências sugestivas de uma deposição intermediária desta pilha sedimentar em relação à margem do gelo. A bacia do Paraná e a ilha Rei George contém registros sedimentaresglaciais marinhos acumulados sob condicionamentos tectônicos contrastantes. Os depósitos glacioclásticos terciários da ilha Rei George são considerados como depositados em uma bacia de retro-arco, em margem continental tectonicamente ativa. Nabacia do Paraná ) os depósitos neopaleozóicos são interpretados como representando uma seqüência glacial depositada em uma bacia intracratônica. Do ponto de
    vista tectônico, esse tipo de ambiente pode ser considerado como semelhante ao de uma margemcontinental passiva. Estas duas áreas são consideradas como representativas de grande parte do registro glacial antigo. Assim, o estudo comparativo desses depósitos pode proporcionar critérios úteis para a identificação de seqüênciasglaciogênicas formadas em condições semelhantes no registro geológico. Os estudos comparativos aqui desenvolvidos a respeito das litofacies e arquitetura/geometria dos depósitos glácio-marinhos da bacia do Paraná e da ilha Rei George, mostramque as facies sedimentares identificadas nos dois tipos de bacia são muito semelhantes. Além dessas similaridades faciológicas, uma outra característica comum refere-se à associação faciológica que, basicamente, exibe o mesmo padrão nas duasbacias. Em termos de mecanismos de preenchimento sedimentar, verificou-se que uma das características que, potencialmente, permitiria diferenciar os depósitos formados em dois tipos de ambiente semelhantes aos estudados, diz respeito àsdiferenças na geometria dos corpos sedimentares. No caso da bacia do Paraná (margem continental passiva), os corpos litológicos formariam unidades extensas, proporcionalmente pouco espessas em relação à sua extensão. Em bacias de margens ativa(ilha Rei George, Antártida), a espessura dos depósitos seria proporcionalmente maior em relação à sua extensão
  • Data de criação/publicação: 1996
  • Formato: 111 p.
  • Idioma: Português

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