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Ecologia de três espécies de dormideira, Sibynomorphus (Serpentes: Colubridae)

Juliana Lima de Oliveira Marcio Martins

2001

Localização: IB - Instituto de Biociências    (M-1012 )(Acessar)

  • Título:
    Ecologia de três espécies de dormideira, Sibynomorphus (Serpentes: Colubridae)
  • Autor: Juliana Lima de Oliveira
  • Marcio Martins
  • Assuntos: ECOLOGIA ANIMAL; SERPENTES
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: O presente trabalho teve como objetivo descrever e verificar as relações entre o tamanho e a forma do corpo, a atividade anual, os hábitos alimentares e a reprodução de três espécies de Sibynomorphus (S. mikanii, S. neuwiedi e S. ventrimaculatus), avaliando a importância de agentes seletivos recentes e de limitações filogenéticas sobre estas características. Foram examinados 554 exemplares preservados em coleções científicas. Foram realizadas observações em cativeiro para a descrição do comportamento alimentar de S. mikanii e S. neuwiedi. A atividade sazonal foi estimada através dos registros de entrada de serpentes no Instituto Butantan ao longo do ano, considerando o período de 1990 a 1995 para S. mikanii e 1985 e 1995 para S. neuwiedi. Nas três espécies de Sibynomorphus os machos são significativamente menores, mais leves, possuem cauda mais longa e atingem a maturidade sexual com menor tamanho. Sibynomorphus mikanii e S. entrimaculatus não diferem quanto ao tamanho e a robustez, enquanto S. neuwiedi é significativamente maior e mais leve que as duas primeiras. O tamanho realtivo da cauda é diferente entre as espécies, sendo que S. neuwiedi possui maior cauda e S. mikanii, a menor. O tamanho relativo de cabeça também é diferente entre as espécies, sendo maior em S. ventrimaculatus, seguida de S. neuwiedi. Todas as espécies possuem dieta especializada em moluscos. A dieta de S. mikanii e S. neuwiedi é composta por lesmas Veronicellidae; S. ventrimaculatus
    alimenta-se de lesmas Veronicellidae e caracóis. O número de presas encontradas no tubo digestivo (alimentações sucessivas) não está correlacionado com o tamanho da serpente e não difere entre as espécies. Nas três espécies há uma tendência de serpentes maiores ingerir presas maiores, no entanto, indivíduos grandes continuam consumindo presas pequenas. Foram observadas duas estratégias no sentido de ingestão da presa: ingerir pela região posterior ou pela ) anterior. Em S. neuwiedi e S. ventrimaculatus estas estratégias são usadas igualmente; em S. mikanii a ingestão pela região posterior é significativamente mais freqüente. O comportamento alimentar é similar em S. mikanii e S. neuwiedi. De um modo geral, a biologia alimentar das espécies estaudadas é semelhante, com dieta especializada e caracterizada pelo consumo de presas relativamente pequenas, ingestão de mais de uma presa por período de forrageio e alta freqüência de alimentação. Provavelmente, outras serpentes malacófagas apresentem este padrão alimentar. A reprodução é sazonal nas três espécies e a fecundidade está relacionada com o tamanho das fêmeas. A atividade de forrageio não é interrompida com a reprodução nas três espécies de Sibynomorphus. Possivelmente, por conseqüência do tamanho da presa utilizada e pela ausência de riscos de ferimentos. Provavelmente, outras serpentes malacófagas alimentam-se durante a reprodução. Em conclusão, as três espécies de Sibynomorphus estudadas são
    semelhantes em vários aspectos ecológicos. Estas semelhanças são esperadas devido à ancestralidade comum entre as três espécies. No entanto, foram observadas algumas diferenças entre estas serpentes, que possivelmente refletem o efeito de diferentes agentes seletivos durante a história evolutiva recente e independente destas espécies
  • Data de criação/publicação: 2001
  • Formato: 60 p. il.
  • Idioma: Português
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