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Intercâmbio cultural na fronteira: relações comerciais entre Brasil e Paraguai de 1856 a 1870

Oliveira, Milena Magalhães

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Integração da América Latina 2019-02-28

Acesso online

  • Título:
    Intercâmbio cultural na fronteira: relações comerciais entre Brasil e Paraguai de 1856 a 1870
  • Autor: Oliveira, Milena Magalhães
  • Orientador: Seixas, Renato Braz Oliveira de
  • Assuntos: Brasil E Paraguai; Fronteira; Guerra Do Paraguai; Intercâmbio Cultural; Brasil Y Paraguay; Frontera; Guerra De Paraguay; Intercambio Cultural
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Notas Locais: Programa Interunidades Integração da América Latina (PROLAM) - ECA/FD/FE/FEA/FFLCH/FAU
  • Descrição: Esta dissertação trata sobre o intercâmbio cultural na fronteira entre Brasil e Paraguai no período que antecede a Guerra do Paraguai e durante o conflito, especificamente como aconteceram as trocas comerciais durante o período de restrições ao comércio entre os países beligerantes. Objetivamos investigar se, apesar das decisões governamentais, os atores abrangidos em redes comerciais e culturais da região fronteiriça continuaram a desenvolver práticas e estratégias de intercâmbio cultural e econômico nessa região de confluência econômica e cultural entre brasileiros e paraguaios. A metodologia empregada nesta pesquisa se classifica como exploratória quanto aos objetivos e qualitativa quanto à forma de abordagem do problema. No que tange aos procedimentos técnicos, este trabalho utilizou métodos de revisão bibliográfica, histórica, documental e de leitura cultural. Abordamos as concepções de fronteira que contribuíram para pensar a zona de fronteira como espaço de convergência cultural entre as populações que ali habitavam (GRIMSON, 2000; TUAN, 1983; SANTOS, 2002; HISSA, 2002; SEIXAS, 2017). Tomamos como base os estudos de Le Goff (2001) e De Certeau (1982) para aprofundar conhecimentos sobre narrativas históricas, história nova e contranarrativas históricas; Guerrero Arias (2002); Boas (2004); Larrain (2003), para aprofundar conhecimentos a respeito de cultura. Esse suporte teórico configurou- se fundamental para responder às questões: No período que antecede a Guerra do Paraguai e durante o conflito, os governantes decretaram restrições ao comércio entre os países beligerantes. Como os atores abrangidos em redes comerciais e culturais que habitavam esse espaço de fronteira conviviam com tais restrições? Quais as práticas cotidianas que adotaram para assegurar, de modo ostensivo ou velado, as trocas comerciais e culturais entre brasileiros e paraguaios? Dessas perguntas derivaram as hipóteses desta dissertação: esta pesquisa tem como premissa que os habitantes da fronteira desenvolveram práticas de resistência para, ostensiva e veladamente, dar continuidade às trocas, especialmente comerciais, apesar das proibições governamentais ao comércio entre Brasil e Paraguai. Para responder à indagação central e verificar se as hipóteses se confirmavam ou deveriam ser refutadas, recorremos a fontes primárias do período estudado que incluem documentos oficiais e oficiosos, periódicos e anúncios comerciais da época datados principalmente entre os anos de 1856 a 1870. A partir da análise dos documentos, identificamos práticas que apontam para o intercâmbio comercial na fronteira e que a população local manteve, de maneira ostensiva ou velada, trocas comerciais e culturais apesar das proibições governamentais. Concluímos que os habitantes do Prata não atuaram como um mero reflexo das decisões tomadas pelos governantes, mas sim responderam a partir de suas vivências, da trajetória da comunidade e, a partir daí, elaboraram práticas que permitiram a sobrevivência e a convivência com os mesmos e também os outros. Depreende-se a partir disso que a permanência das imposições comerciais proibitivas resultou na perpetuação de tais trocas à margem ou na ilegalidade, que afinal eram práticas de resistência e estratégias de sobrevivência. A narrativa oficial não sustenta a totalidade do fenômeno cultural emanado das populações locais, e por esse motivo ignorara o significado simbólico das práticas produzidas pelos habitantes do espaço analisado.
  • DOI: 10.11606/D.84.2019.tde-23052019-131537
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Integração da América Latina
  • Data de criação/publicação: 2019-02-28
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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