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Interferência da galectina-3 no curso da infecção por Paracoccidioides brasiliensis

Luciana Pereira Ruas Maria Cristina Roque Antunes Barreira

2005

Localização: FMRP - Fac. Medicina de Ribeirão Preto    (Ruas, Luciana Pereira )(Acessar)

  • Título:
    Interferência da galectina-3 no curso da infecção por Paracoccidioides brasiliensis
  • Autor: Luciana Pereira Ruas
  • Maria Cristina Roque Antunes Barreira
  • Assuntos: PARACOCCIDIOIDES BRASILIENSIS; IMUNOLOGIA
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: Galectina-3 é proteína membro de uma família de lectinas animais ligante de 'beta'- galactosídeos, cuja atividade pró-inflamatória é conhecida. A expressão de galectina-3 por células do sistema imunitário, seu papel modulador da adesão célula-matriz extracelular, bem como de atrair macrófagos e monócitos fazem desta lectina candidata a reguladora da resposta inflamatória e imune. Os poucos estudos sobre galectina-3 e resposta imunitária e/ou inflamatória foram realizados in vitro. O papel dessa lectina in vivo, em processos patológicos e fisiológicos, é pouco estudado. Durante a infecção por Paracoccidioides brasiliensis, a imunidade celular corresponde ao principal mecanismo de defesa do hospedeiro. Células fagocíticas ativadas são fungicidas e leveduras que escapam da destruição suscitam resposta inflamatória granulomatosa. A formação de granulomas compactos colabora para a contenção do fungo e evita sua disseminação. O desencadeamento de uma resposta imune celular adequada, caracterizada pela produção de citocinas de padrão Th1 e formação de granulomas compactos é protetora na infecção por P. brasiliensis. Tal quadro nos motivou a investigar um possível papel para a galectina-3 no curso da paracoccidioidomicose experimental. Inicialmente investigamos se a formação de granulomas nos pulmões de animais C57B1/6 relacionava-se com a maior expressão de galectina-3 pelas células inflamatórias. Estudo cinético mostrou haver associação direta
    entre o número de granulomas formados e detecção de galectina-3 no tecido. A partir do 150 dia de infecção o pulmão dos animais apresentava acentuado número de granulomas e maior detecção de galectina-3. Assim, períodos subseqüentes a 15 dias de infecção foram utilizados para a análise de alguns aspectos da doença em animais nocauteados do gene da galectina-3 (gal-3KO). Camundongos gal-3KO infectados, em todo o período analisado, apresentaram menor resposta inflamatória no ... fígado, caracterizada pela formação de granulomas de menor tamanho e em menor número, em comparação aos formados no figado do animal WT. A menor resposta inflamatória observada nos animais gal-3KO acompanhou-se de maior recuperação hepática de leveduras. Avaliamos se a produção de citocinas também sofria interferência da ausência de galectina-3. Células esplênicas de camundongos gal-3KO infectados com P. brasiliensis secretaram níveis maiores de IL-12p40 do que células de camundongos selvagens, também infectados. Intrigantemente, a despeito da alta produção de IL-12, os níveis de IFN-'gama' produzidos por células esplênicas de animais gal-3KO foram similares aos produzidos por células de WT infectados. Isso sugere que galectina-3, direta ou indiretamente, regule a produção de IFN-'gama' por células T e NK, após a infecção. A isotipagem de anticorpos séricos específicos para o fungo, em ambas as linhagens de camundongos, aos 30 dias de infecção, revelou
    que os animais gal-3KO apresentaram níveis significativamente maiores de IgG1 - que caracteriza um padrão Th2 de resposta imune - do que os detectados no soro de animais WT. Já em camundongos WT foram detectados níveis similares de IgG1 e IgG2b, denotando um padrão misto de resposta. Assim, a ausência de galectina-3 parece ter inclinado um padrão misto para um padrão Th2 de resposta à infecção por P. brasiliensis. Respaldados por recentes relatos de que a ausência de galectina-3 altera o padrão de resposta imune na asma e na toxoplasmose, concluimos que a deficiência de galectina-3 altera a resposta imunitária na paracoccidioidomicose, interferindo tanto na resposta inata (inflamatória) como a resposta adaptativa (produção de citocinas e anticorpos). Postulamos que a interferência exercida por galectina-3 varie em função do modelo de infecção e/ou inflamação utilizado e que maiores investimentos em estudos com animais deficientes para o gene ... da galectina-3 sejam necessários para melhor compreensão dos mecanismos que governam os padrões de resposta
  • Data de criação/publicação: 2005
  • Formato: 87 p. anexos.
  • Idioma: Português

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