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Fatores de risco para fluorose dentária e biomarcadores de exposição ao flúor
Marília Afonso Rabelo Buzalaf
2002
Localização:
FOB - Fac. Odontologia de Bauru
(B988f )
(Acessar)
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Título:
Fatores de risco para fluorose dentária e biomarcadores de exposição ao flúor
Autor:
Marília Afonso Rabelo Buzalaf
Assuntos:
FLÚOR (CONCENTRAÇÃO)
;
FLÚOR (ADMINISTRAÇÃO E DOSAGEM)
;
DENTINOGÊNESE
;
FLUORAÇÃO DAS ÁGUAS
Notas:
Tese (Livre Docência)
Descrição:
O uso clínico do flúor para redução de cárie dentária é indiscutível. Porém, a exposição excessiva a ele durante o período de formação dos dentes pode levar à fluorose dentária, o que implica na necessidade de controle da sua ingestão. O objetivo deste trabalho, baseado em oito artigos científicos, foi avaliar possíveis fontes de flúor para crianças brasileiras, a fim de se identificar potenciais fatores de risco para fluorose dentária, bem como estabelecer um modelo animal para o estudo de biomarcadores de exposição ao flúor. Uma revisão de literatura acerca de fatores de risco para fluorose dentária (Artigo I) identificou quatro potenciais fatores: uso de água de beber fluoretada, suplementos fluoretados, dentifrício fluoretado e fórmulas infantis. Além destes fatores, verificou-se que alguns alimentos e bebidas manufaturados também podem ser importantes contribuintes para a ingestão diária de flúor. Os Artigos II-V enfocaram possíveis fontes de flúor para crianças brasileiras. O Artigo II relata os resultados do monitoramento da qualidade da fluoretação da água de abastecimento público da cidade de Bauru, SP, realizado durante quatro semanas. A concentração de flúor variou de 0,01 a 9,35 ppm (n=240), sendo encontrada uma grande variação entre as diferentes áreas de distribuição de água, bem como entre os diferentes dias analisados, mostrando que deveriam ser realizados um controle e fiscalização mais rígidos na fluoretação de águas da cidade. Com
relação à água mineral, o Artigo III analisou a concentração de flúor existente em 20 fontes naturais e nas águas minerais das cidades de Lindóia, Águas de Lindóia e Serra Negra, SP. Foram observadas concentrações variando entre 0 e 0,46 ppm. O Artigo IV analisou a concentração de flúor presente em alimentos industrializados bastante consumidos por crianças e comercialmente disponíveis em Bauru-SP. As concentrações de flúor (ug/g ou ppm) encontradas variaram de 0,43 a 6,64, de 0,02 a 0,12 e de 0,05 a 1,28, para os cereais infantis, papinhas cremosas e derivados lácteos, respectivamente, sugerindo que a quantidade de flúor disponível em alguns produtos pode contribuir significativamente para a ingestão diária total de flúor. Deste modo, o rótulo dos produtos consumidos frequentemente por crianças na idade do risco para fluorose dentária deveria trazer informações acerca do seu conteúdo de flúor. O Artigo V enfocou a concentração de flúor presente em 10 amostras de fórmulas infantis em pó, reconstituídas com água deionizada, água mineral engarrafada (0,02 a 0,69 ppm flúor) e água de abastecimento fluoretada (0,9 ppm), sendo encontradas concentrações de flúor variando de 0,01 a 0,75, de 0,02 a 1,37 e de 0,91 a 1,65 ppm, respectivamente. Foi estimada a possível ingestão de flúor/kg peso corporal. Quando preparada com água deionizada, apenas a fórmula à base de soja poderia exceder a dose ótima diária de flúor recomendada, enquanto que
quando a reconstituição era feita com água de abastecimento, todas as fórmulas poderiam exceder este limite, mostrando que é necessário evitar o uso de água fluoretada (em torno de 1 ppm) para reconstituir fórmulas infantis em pó. Os Artigos VI-VIII utilizaram o rato como modelo experimental para o estudo de biomarcadores de exposição ao flúor. No Artigo VI, seis grupo de ratos recém-desmamados receberam água de beber contendo 0, 7, 14, 28, 56 ou 100 ppm de flúor (como fluoreto de sódio) por 42 dias. As unhas dos animais foram cortadas nos dias 21, 28, 35 e 42, e o plasma, coletado no dia 42. Foi observada uma relação direta entre as concentrações de flúor presentes nas unhas e no plasma dos animais no sacrifício (r=0,67, p<0,001), indicando que as unhas podem ser usadas como indicadores das concentrações plasmáticas de flúor em ratos submetidos à ingestão crônica. No Artigo VII, se avaliou a viabilidade do uso das unhas e superfície óssea como indicadores da exposição aguda ao flúor em ratos. Seis grupos de 10 ratos, com idade de 70 dias, receberam, por gavagem gástrica, doses únicas de fluoreto de sódio contendo 10, 35, 45, 60, 75 e 90 mg de flúor/kg peso corporal, enquanto que o grupo controle recebeu água deionizada. Duas horas depois, os ratos foram sacrificados e seu plasma, unhas (metades próximas à extremidade de crescimento) e fêmur foram coletados. As concentrações de flúor (ppm) variam de 55,377 a 91,498, de 0,019 a 6,937
e de 2468 a 9579 para unhas, plasma e superfície do fêmur, respectivamente. A concentração de flúor nas unhas dos grupos experimentais não diferiu do controle, enquanto que para o flúor plasmático, todos os grupos experimentais diferiram do controle, exceto o que recebeu a menor dose e no caso da superfície do fêmur, apenas o grupo que recebeu a dose mais alta diferiu do controle (p<0,05). Foi observada uma forte correlação entre a concentração de flúor plasmática e a dose administrada (r=0,736) e correlações médias entre a concentração de flúor presente na superfície do fêmur e a dose administrada (r=0,503), bem como entre a concentração de flúor presente na superfície do fêmur e no plasma (r=0,500), sugerindo que duas horas após a administração aguda de flúor, as unhas e a superfície do fêmur não são ainda bons indicadores de exposição. No Artigo VIII, 24 ratos foram sacrificados, sendo coletadas suas unhas (metades próximas à extremidade de crescimento). As amostras foram divididas em 3 grupos, que diferiram no tempo entre sua coleta e a análise de flúor. No grupo 1 (análise de flúor imediata), a concentração de flúor (ppm) encontrada foi de 37,40 + ou - 10,70, enquanto que para os grupos 2 (análise de fluor após 2 meses) e 3 (análise de flúor após 3 meses), as concentrações foram de 2,72 = ou - 2,70 e 1,38 + ou - 0,57 ppm, respectivamente. A causa desta redução na quantidade de flúor detectável dependente do tempo ainda não foi
explicada. Pode ser resultado da formação de um composto fluoretado não difusível pelo método do HMDS ou então de um composto fluoretado volátil. Estão sendo desenvolvidos trabalhos para avaliar estas possibilidades e para determinar mais precisamente a cronologia deste fenômeno
Data de criação/publicação:
2002
Formato:
177 p anexos.
Idioma:
Português
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