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Entre fantasmas e (in)hospitalidades: redescrições do Hospital Miguel Couto em Natal (1927-1955)

Silva, Rodrigo Otávio Da

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina 2022-04-18

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Entre fantasmas e (in)hospitalidades: redescrições do Hospital Miguel Couto em Natal (1927-1955)
  • Autor: Silva, Rodrigo Otávio Da
  • Orientador: Mota, André
  • Assuntos: Assistência Médico-Hospitalar; Política; Saúde Pública; Hospitais Públicos; História Da Medicina; Desconstrução; History Of Medicine; Medical-Hospital Assistance; Policy; Deconstruction; Public Health; Hospitals Public
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Esta Tese toma como objeto o Hospital Miguel Couto em Natal (RN), entre 1927 e 1955. Nosso objetivo central é \"desconstruir\" certa narrativa hegemônica sobre o hospital que buscava replicar, no âmbito local, a perspectiva progressista-humanista da medicina do séc. XX, segundo a qual o hospital era o lugar da cura dos corpos enfermos ou danificados, marcado pela inserção da tecnologia médica e pela gestão organizativa moderna da ciência. Entendemos que tal narrativa, em verdade, sustentava uma topologia histórica em que o Hospital Miguel Couto ganhou centralidade na assistência à saúde local ao longo da primeira metade do século XX, subordinando, inclusive, os demais espaços hospitalares, pelo menos até a criação da Divisão de Organização Hospitalar, em 1941-2, quando a proposta de estruturação em rede da assistência hospitalar enfraqueceu, em certa medida, seu predomínio. Conjugamos na análise das fontes ferramentas conceituais da desconstrução derridiana, como \"fantasma\" e \"hostipitalidade\", e do neopragmatismo de Richard Rorty, qual \"redescrição\" e \"rede de alianças\", buscando desmontar a narrativa do progresso médico-hospitalar e concomitantemente liberando outras representações até então recalcadas. Do ponto de vista da inserção acadêmica e disciplinar, nosso trabalho se articula na interface com a Saúde Coletiva, encarada aqui como um campo de conhecimentos, um \"núcleo de saberes e práticas\", fundamentando-nos na percepção de que as instituições, os discursos e as práticas da Medicina são também práticas históricas, ligadas a determinadas demandas sociais, a um mundo de relações complexas que não se fecham na corporação dos médicos com suas exigências de êxito técnico. A relação saúde-doença-sociedade possibilita o estudo da espacialidade hospitalar do Miguel Couto, na medida que o nosocômio se constituiu como parte de uma determinada organização dos serviços em saúde, encarada em sua historicidade, ao longo de quase três décadas. Para desenvolver esse estudo, segmentamos o trabalho em cinco capítulos. O primeiro deles voltou-se para as questões teóricometodológicas em particular, explicitando nossas escolhas em termos de campo, autores, conceitos e caminhos de pesquisa adotados. O segundo buscou articular a narrativa hegemônica sobre o Hospital Miguel Couto presente na documentação oficial, esboçando, já de saída, as inconsistências de uma tal representação do hospital. No capítulo 3, apostamos metodologicamente na reconstrução de quatro narrativas paralelas a respeito de aspectos da história do Miguel Couto, visando desmontar a imagem dominante de um espaço hospitalar \"neutro\" e voltado para a cura dos pacientes e revelar outras possibilidades interpretativas, como o caráter ativo e \"político\" que acompanhou a instituição em sua trajetória. Nos dois últimos, abordamos o tema da hospitalidade no interior do Miguel Couto, reconstruindo, quando possível, certo \"repertório sensível\" nas relações entre corpo médico e pacientes, observando as variações históricas dessa preocupação com o cuidado e o bem-estar dos doentes. Por último, e à guisa de conclusão, pudemos perceber o caráter histórico e contextual do Hospital Miguel Couto como organização de saúde, que atravessou a primeira metade do séc. XX e suas profundas transformações sociopolíticas, econômicas e culturais, erigindo-se na assistência médico-hospitalar local como instituição centralizadora e dominante nas ações de saúde pública
  • DOI: 10.11606/T.5.2022.tde-20072022-130623
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina
  • Data de criação/publicação: 2022-04-18
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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