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Alunos copistas uma análise do processo de escrita a partir da perspectiva histórico-cultural
Giuliana Carmo Temple Marilene Proença Rebello de Souza
2007
Localização:
IP - Instituto de Psicologia
(T LB1051 T285a e.1 )
(Acessar)
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Título:
Alunos copistas uma análise do processo de escrita a partir da perspectiva histórico-cultural
Autor:
Giuliana Carmo Temple
Marilene Proença Rebello de Souza
Assuntos:
PSICOLOGIA ESCOLAR
;
ENSINO FUNDAMENTAL
;
ALFABETIZAÇÃO
;
ETNOGRAFIA
;
PSICOLOGIA (HISTÓRIA)
Notas:
Dissertação (Mestrado)
Descrição:
Esta pesquisa visa ampliar o conhecimento no campo da Psicologia Escolar e Educacional a respeito do processo de escolarização das crianças das classes populares. Para tanto, centra-se na constatação de um fenômeno presente no dia-a-dia do processo de aquisição da escrita das crianças das séries iniciais das escolas públicas paulistas. Trata-se do "aluno copista", ou seja, aquele que somente copia atividades de escrita sem, no entanto, compreender de fato o sentido do que está escrevendo. O objetivo dessa pesquisa é analisar como esse fenômeno se constitui na vida escolar desses alunos e que sentido a escrita adquire para este grupo de alunos copistas, a partir de uma perspectiva histórico-cultural. Propusemo-nos a observar as práticas pedagógicas referentes às solicitações de escrita no contexto escolar, bem como realizar a reconstrução do percurso escolar dos alunos copistas. Utilizamos a abordagem etnográfica como perspectiva teórico-metodológica no campo da psicologia da educação. Partimos de concepções teóricas críticas no campo da Psicologia Escolar e Educacional para entender a vida diária escolar desses alunos, o contexto escolar em que tais situações de aprendizagem são produzidas, e analisamos esta produção à luz da concepção de Luria a respeito da apropriação da escrita pela criança. Durante o ano letivo de 2005, realizamos observações participantes na sala de aula e em outros espaços da escola, entrevistas com os alunos, professoras e
diretora, bem como análise dos cadernos que os alunos utilizavam em sala de aula, acompanhando as atividades escolares de quatro alunos da terceira série do Ensino Fundamental. Dentre os aspectos analisados, destacamos: a) a organização das atividades pedagógicas, b) a presença de uma professora substituta, c) os alunos convivendo com o adoecimento da professora, d) as solicitações de escrita, e) as explicações sobre o processo de alfabetização, f) as práticas ) pedagógicas produzindo alunos copistas e a identificação das marcas subjetivas e, g) o interesse dos alunos copistas pelas atividades pedagógicas. Constatamos que o percurso escolar desses alunos foi marcado pela exclusão em sala de aula, visto que pouco ou nada se lembravam dos dois anos escolares precedentes. No contexto da sala de aula, a cópia ocupava espaço de destaque dentre as atividades propostas, indo muito além de suas funções auxiliares no processo de aquisição da escrita. Embora o contexto concreto do processo de alfabetização tenha afastado essas crianças do significado do trabalho pedagógico, principalmente pela ausência dos motivos que levam à escrita, havia um interesse visível desses alunos para o aprendizado. Por fim, consideramos que a prática da cópia esvaziada de significado não possibilita a apropriação da linguagem escrita e muito menos a formação de sentido pessoal. Entendemos que para reverter esta realidade e possibilitar que os alunos copistas aprendam a
escrever, é preciso um comprometimento político e uma prática intencional do professor alfabetizador com os estudos referentes à apropriação da linguagem escrita, visando superar práticas pedagógicas inconsistentes e empíricas, bem como a melhoria das condições de funcionamento e de estrutura do espaço escolar e do trabalho de seus profissionais
Data de criação/publicação:
2007
Formato:
180 p.
Idioma:
Português
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