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Subversões epistêmicas e metodológicas nos estudos sobre a África do século VII ao XIV: uso de fontes escritas e orais em árabe e outras línguas não-indo-europeias para o fortalecimento de uma historiografia não-eurocêntrica e anticolonial

Farah, Paulo Daniel Elias

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas 2023-11-09

Acesso online

  • Título:
    Subversões epistêmicas e metodológicas nos estudos sobre a África do século VII ao XIV: uso de fontes escritas e orais em árabe e outras línguas não-indo-europeias para o fortalecimento de uma historiografia não-eurocêntrica e anticolonial
  • Autor: Farah, Paulo Daniel Elias
  • Orientador: Cardoso, Mauricio
  • Assuntos: Idade Média; África; Fontes Não-Indo-Europeias; História; Islã; Middle Ages; Islam; History; Non-Indo-European Sources
  • Descrição: Esta tese analisa a importância de fontes em árabe e outras línguas não-indo-europeias –como mandinga, copta, siríaco e línguas africanas \'ajamiyya (grafadas em caracteres árabes)- para o conhecimento historiográfico a respeito da África entre os séculos VII (quando surge o Islã e se inicia a expansão muçulmana no continente, por meio de campanhas militares, acordos, alianças, comércio e mestres espirituais) e XIV (quando pensadores africanos islâmicos produzem obras basilares acerca da África e as primeiras fontes primárias sobre o Império do Máli). Para analisar essas fontes, adotou-se uma abordagem transdisciplinar que envolve historiografia, paleografia, geografia, teoria literária e linguística, entre outros campos do conhecimento. A forma como os eventos e os processos históricos aparecem nessas fontes é marcadamente distinta de abordagens eurocêntricas, posteriores ao século XV; com efeito, são extremamente escassas as fontes europeias acerca da África no período conhecido na historiografia europeia como Idade Média, o que reforça a relevância das narrativas em idiomas não-indo-europeus, escritas e orais. Permitem estas que se investiguem, entre outras temáticas, a fundação de cidades como Cairo, Fez, Marrakesh e Sidjilmassa, e de dinastias africanas como a almorávida e a almôada; as relações transaarianas; a circulação de conhecimentos e de mercadorias; as peregrinações religiosas e a centros de saber; e a organização de Estados como o de Ghana e do Máli. Como embasamento, destaca-se a teoria historiográfica desenvolvida por Abu Zayd Abdurrahman bin Muhammad bin Khaldun al-Hadrami, conhecido como Ibn Khaldun (1332-1406), e as reflexões de Joseph Ki-Zerbo (1922-2006), Aziz al-Azmeh (1947- ), Souleymane Bachir Diagne (1955- ) e François-Xavier Fauvelle (1968- ), entre outros pensadores. A pesquisa demonstra que mecanismos de colonialidade promovem a estereotipação e o apagamento de narrativas que problematizam a África com base em fontes não-indo-europeias. No Brasil, os impactos desse ocidocentrismo afetam a sociedade em geral e espaços educativos como escolas e universidades em particular. Ainda que as leis 10.639/03 e 11.645/08 representem avanços significativos, constata-se a necessidade de que sua frágil implementação seja ampliada e não se baseie apenas na reprodução dos discursos do Norte Global. Nesse sentido, evidencia-se a relevância de promover subversões epistêmicas e metodológicas nos estudos sobre a África
  • DOI: 10.11606/T.8.2023.tde-17052024-185248
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
  • Data de criação/publicação: 2023-11-09
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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