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Substituição do milho por subprodutos energéticos em dietas de bovinos à base de bagaço de cana tratado à pressão e vapor: digestibilidade e parâmetros ruminais

Carvalho, Marcelo Pereira De

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz 1998-04-02

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Substituição do milho por subprodutos energéticos em dietas de bovinos à base de bagaço de cana tratado à pressão e vapor: digestibilidade e parâmetros ruminais
  • Autor: Carvalho, Marcelo Pereira De
  • Orientador: Boin, Celso
  • Assuntos: Bagaço De Cana-De-Açúcar; Dieta Animal; Milho; Novilhos; Subprodutos Energéticos
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: Com o objetivo de avaliar os efeitos da substituição parcial de milho por fontes energéticas com diferentes perfis de carboidratos em dietas à base de bagaço de cana tratado a pressão e vapor (BTPV), foi realizado experimento com 4 novilhos fistulados de aproximadamente 2,5 anos e 500 kg de peso vivo, de acordo com o delineamento experimental de quadrado latino, com 4 tratamentos: uma testemunha (Tl), com baixo teor de concentrado (40% da MS) e três dietas com alto concentrado (60%), sendo a fração energética estudada constituída de milho moído (T2), farelo de glúten de milho (T3) e polpa cítrica moída (T4). As dietas foram formuladas de forma que os 3 tratamentos com menor teor de milho (Tl, T3 e T4) continham 20,8% deste ingrediente na MS. O ensaio envolveu avaliação da digestibilidade da MS e seus componentes, pH e amônia ruminal, taxa de passagem e degradação "in situ" do BTPV nos 4 tratamentos e do milho nos tratamentos 1 e 2, farelo de glúten de milho no T3 e polpa cítrica no T4. O aumento do concentrado, independentemente da fonte energética, elevou o consumo de MS em relação ao peso vivo (P<0,05), sendo os valores 1,48; 1,80; 1,83 e 1,72%, respectivamente, para Tl, T2, T3 e T4, e tendeu a elevar a digestibilidade da MS e os nutrientes digestíveis totais (NDT), P=0,12, sendo o NDT médio medido de 59,16; 65,54; 64,24 e 64,23%, respectivamente. A utilização de farelo de glúten ou polpa cítrica em substituição parcial ao milho resultou em manutenção do valor energético das dietas. Com o aumento da proporção de concentrado, não houve efeito (P>0,10) na digestibilidade da fibra em detergente ácido (FDA) e em detergente neutro (FDN), embora os tratamentos T2 e T4, com menor teor de fibra e maior teor de carboidratos não estruturais, tenham proporcionado valores mais baixos. A digestibilidade total do amido apresentou-se dentro da faixa verificada na literatura, sendo os valores 88,43; 88,95; 91,63 e 92,89%, respectivamente, para T1, T2, T3 e T4. A digestibilidade do amido foi superior em T4 em comparação a T1 e T2 (P<0,05), ao passo o valor verificado em T3 não diferiu dos demais. Os dados mostram que não houve queda na digestibilidade do amido quando o teor deste passou de 16,77 para 34,76% na MS (T1 e T2, respectivamente) e que o valor mais elevado de digestibilidade do amido foi obtido em T4, que apresentava quantidades significativas de diferentes fontes de carboidratos de rápida degradação ruminal (carboidratos solúveis, pectina e amido). Apesar do alto nível de concentrado e da baixa efetividade da fibra do BTPV, os valores médios de pH situaram-se em níveis satisfatórios à digestão de fibra, sendo 6,60; 6,43; 6,49 e 6,47 para Tl, T2, T3 e T4, respectivamente, não havendo diferença entre os tratamentos (P>0,10). Apesar das curvas de variação de pH não diferirem entre os tratamentos, T2 tendeu a manter pH mais baixo ao longo do dia, indicando maior quantidade de amido disponível para fermentação. Não houve efeito dos tratamentos nos valores médios de amônia ruminal (P>0,10), cujos valores médios foram 5,03; 3,92; 4,98 e 5,94 mg/dl, respectivamente, para T1, T2, T3 e T4, sendo compatíveis com os dados verificados na literatura. O aumento da proporção de concentrado composto de milho moído (T2) reduziu a fração "in situ" potencialmente degradável da MS e da FDN (P<0,05) do BTPV, diminuindo a degradação potencial e efetiva, enquanto os tratamentos T3 e T4 mantiveram-se em níveis intermediários, não diferindo dos demais. Concluiu-se que tanto o farelo de glúten de milho quanto a polpa cítrica podem ser utilizados em substituição parcial ao milho em dietas à base de BTPV nos níveis estudados (19 e 27% da MS total da dieta para polpa cítrica e farelo de glúten de milho, respectivamente) sem queda na digestibilidade, provavelmente em função da menor competição por substratos fermentescíveis em comparação ao tratamento com alto teor de amido ou em função de condições ruminais mais favoráveis à digestão de fibra, estimulando o desenvolvimento de bactérias celulolíticas. Ambos os subprodutos estudados apresentam grande potencial de substituição parcial do milho em dietas com BTPV, sem que haja redução da digestibilidade.
  • DOI: 10.11606/D.11.2019.tde-20191108-113220
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
  • Data de criação/publicação: 1998-04-02
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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