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Estudo do complemento cromossômico em algumas ordens de aves

Aguiar, Margarida Lopes Rodrigues De

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz 1968-01-01

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Estudo do complemento cromossômico em algumas ordens de aves
  • Autor: Aguiar, Margarida Lopes Rodrigues De
  • Orientador: Blumenschein, Almiro
  • Assuntos: Aves; Cromossomos; Genomas
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Analisámos o complemento cromossômico de 15 espécies de aves, pertencentes às ordens: Tinamiformes (Nothura maculosa), Anseriformes (Anas platyrhynchos, Cairina moschata, Dendrocygna viduata, Anas brasiliensis), Galliformes (Penelope superciliaris, Coturnix coturnix), Gruiformes (Laterallus melanophaius, Porzana albicollis, Cariama cristata), Columbiformes (Columba cayennensis, Columbina talpacoti, Leptotila verreauxi, Streptopelia decipiens), Passeriformes (Volatinia jacarina). Os nossos objetivos foram: 1 - caracterizar os principais aspectos da constituição cromossômica das aves estudadas, numa análise de metáfases mitóticas: número diploide, tipo de digametia, morfologia dos cromossomas; 2 - pela comparação dos dados obtidos, acrescentar à literatura, algumas informações sôbre a evolução do cariótipo em aves. Para êsse estudo utilizámos métodos de cultura de tecidos, com o emprêgo de pré-tratamento do material com colchicina e solução hipotônica. Os principais dados e conclusões a que chegámos foram: Em tôdas as espécies, o número de cromossomas é bastante alto, cêrca de 76, 78 e 80. Estes números foram também encontrados mais freqüentemente em outras espécies pertencentes aos grupos taxonômicos analisados por nós. O número é um pouco menor apenas em Porzana albicollis, onde determinámos consistentemente 72 cromossomas. Em Cariama cristata o número diploide é de pelo menos 110 cromossomas, que representa o maior número encontrado até o presente, em aves. Devido ao número elevado de cromossomas, a maioria dos quais de tamanho diminuto, tivemos certas dificuldades na sua enumeração exata. Considerámos o número diploide determinado mais consistentemente, baseando­se na nitidez das metáfases e sua freqüência nas contagens, como um mínimo. Isto porque haveria sempre a possibilidade de haver cromossomas de tamanho diminuto que tivessem escapado à observação na maioria das metáfases. Em Galliformes, Gruiformes, Columbiformes e Passeriformes, nas espécies em que pudemos analisar a fêmea, constatámos que a digametia é do tipo ZW. Em Anseriformes, não pudemos identificar o cromossoma W; presumimos que êle seja morfológicamente semelhante a outros pares de autossomas de tamanho menor, o que tornaria difícil seu reconhecimento. O comprimento relativo do cromossoma Z é bastante semelhante, nas várias espécies (de 6,8% a 5,5%); êste aspecto sugere que nas espécies analisadas, o cromossoma Z contém a mesma quantidade de material, conforme mencionaram Ohno et al. (1964), para outras espécies. Outro aspecto relativo ao cromossoma Z é a sua semelhança morfológica em espécies da mesma ordem. Isto nos levou a levantar a hipótese de que a especiação tenha se processado sem causar grandes alterações morfológicas no cromossoma Z. Entre certas ordens, encontrámos diferenças na posição do centrômero. Isto sugere que na diversificação de certos grupos, tenham se processado inversões pericêntricas no cromossoma Z, sem no entanto alterar sensívelmente seu tamanho. O cromossoma W é mais variável morfológicamente, entre espécies da mesma ordem ou família, o que significa que deve ter sofrido maiores modificações durante a especiação. As espécies estudadas se caracterizam por apresentar 7 a 9 pares de cromossomas de tamanho maior e, aproximadamente 30 pares de tamanho diminuto que decrescem gradualmente. O cariótipo de Cariama cristata constitui uma exceção; caracteriza-se pela presença de aproximadamente 55 pares de cromossomas, que decrescem gradualmente de tamanho. Alguns autores demonstraram que a área cromossômica total (Ohno et al., 1964), e conseqüentemente o conteúdo de DNA (Atkin et al., 1965) são uniformes em várias espécies de aves. Nossas observações mostraram que o comprimento total do lote diploide é de 67,7 µ a 88,9 µ. Isto pode sugerir que a quantidade de material cromossômico é também bastante uniforme nas espécies analisadas por nós. Apenas em Cariama cristata, o comprimento do lote diploide, correspondente a 98 µ sugere que nesta espécie a quantidade de material cromossômico é um pouco maior. Observámos certas particularidades no aspecto morfológico do cariótipo, nos grupos taxonômicos em que analisámos mais de uma espécie. Em algumas ordens, o cariótipo das várias espécies é bastante semelhante; em outras, embora guardando certos aspectos em comum, há diferenças morfológicas mais aparentes de espécie para espécie. Estes aspectos levam à hipótese de que em algumas ordens, como Anseriformes e Galliformes, tenham predominado as mutações gênicas durante a especiação. Em outros grupos (Gruiformes, Columbiformes), possívelmente ocorreram com mais freqüência, rearranjos estruturais, que teriam causado diferenças mais aparentes no cariótipo das várias espécies. Outra hipótese que se poderia levantar para explicar a existência de cariótipos extremamente semelhantes dentro de uma ordem, é de que haveria diferentes padrões de heterocromatina nestas espécies.
  • DOI: 10.11606/T.11.1900.tde-20240301-143440
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
  • Data de criação/publicação: 1968-01-01
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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