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Estudo comparativo das propriedades físico-mecânicas da celulose sulfato de madeira de Eucalyptus saligna Smith, Eucalyptus alba Reinw e Eucalyptus grandis Hill ex Maiden

Pereira, Ronaldo Algodoal Guedes

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz 1969-01-01

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Estudo comparativo das propriedades físico-mecânicas da celulose sulfato de madeira de Eucalyptus saligna Smith, Eucalyptus alba Reinw e Eucalyptus grandis Hill ex Maiden
  • Autor: Pereira, Ronaldo Algodoal Guedes
  • Orientador: Mello, Helladio do Amaral
  • Assuntos: Celulose Sulfato; Eucalipto; Madeira; Propriedades Físicas
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: O presente trabalho teve por objetivo comparar a madeira obtida Eucalypitus saligna Smith e Eucalyptus alba Reinw de 5 e 7 anos e Eucalyptus grandis Hill ex Maiden de 7 anos para a produção de celulose sulfato. Foram utilizadas 15 árvores por espécie e por idade (tratamento) em 3 repetições de 5 árvores. De cada lote de 5 árvores, após sua transformação em cavacos, foram retiradas amostras e realizados 4 cozimentos pelo processo sulfato. Foram feitos 12 cozimentos por tratamento, 3 repetições, perfazendo um total de 60 cozimentos. As condições de cozimento foram estabelecidas de modo que a celulose obtida tivesse número de permanganato igual a 15,0 ± 1,0. Visou-se com essa medida poder comparar as celuloses obtidas com teores de lignina praticamente iguais. A refinação da celulose foi feita em moinho Jokro-Muhle, a 150 rpm, a consistência de 6%, em 6 tempos igualmente espaçado, a partir de 30 minutos até 180 minutos. Para a realização dos ensaios físico-mecânicos foram preparadas 7 folhas por tempo de refinação, ou sejam 42 por cozimento, num total de 2.520 folhas, utilizando-se formador tipo Kothen-Rapid de dois secadores. Foram investigadas as seguintes propriedades físico-mecânicas da celulose: resistência a tração, ao arrebentamento, ao rasgo e ao dobramento e o peso especifico aparente. Com os dados obtidos foram estabelecidas equações de regressão para cada propriedade físico-mecânica da celulose de todos os tratamentos, em função do grau de refinação. A comparação das celuloses obtidas para cada uma das propriedades estudadas foi feita em níveis de refinação de 30, 45 e 60 °SR. Devido ao elevado número de dados e a complexidade das análises realizadas os cálculos foram feitos com auxílio de computador eletrônico IBM-1130-4K, da E. S. A. “Luiz de Queiroz”. Da discussão dos resultados podem ser tiradas as conclusões seguintes: 1) A celulose sulfato de madeira de E. salina cortado aos 5 anos de idade apresentou, aos níveis de refinação de 30, 45 e 60 °SR, maior resistência à tração, ao arrebentamento, ao dobramento e maior peso especifico aparente que os outros tratamentos. 2) A celulose sulfato de madeira de E. alba cortado aos 7 anos de idade apresentou, aos mesmos níveis de refinação de 30, 45 e 60 °SR, maior resistência a tração, ao arrebentamento, ao dobramento e menor peso especifico aparente que os outros tratamentos. 3) A celulose sulfato de madeira de E. grandis de 7 anos, embora mostrando comportamento semelhante a de E. saligna de 7 anos e de E. alba de 5 anos, no que se refere a resistência a tração, a 30, 45 e 60 °SR, tende a apresentar certa superioridade em relação aqueles dois tratamentos. 4) As celuloses sulfato de E. saligna e de E. grandis ambos de 7 anos, apresentaram valores semelhantes para resistência ao arrebentamento a 30 e 45 °SR, havendo tendência para pequena superioridade daquela de E. saligna a 60 °SR . E. alba de 5 anos foi inferior a esses dois tratamentos naqueles pontos. 5) Não foram constatadas diferenças estatisticamente significativas na resistência ao dobramento quer entre as celuloses sulfato de E. grandis de 7 anos e de E. saligna de 5 anos quer entre aquelas de E. saligna de 7 anos e de E. alba de 5 anos aos graus de refinação estabelecidos para as comparações. 6) A celulose sulfato de E. saligna de 7 anos não diferiu estatisticamente daquela obtida da mesma espécie cortada a idade jovem no que se refere ao peso especifico aparente aos níveis de moagem considerados. 7) A celulose de E. saligna de 7 anos foi a que apresentou maior resistência ao rasgo a 30 °SR, superando os outros tratamentos, com exceção daquela obtida de madeira da mesma espécie cortada aos 5 anos da qual não diferiu estatisticamente. 8) Ao nível de refinação de 45 °SR as celuloses sulfato de E. saligna de 5 e 7 anos e de E. alba de 7 anos apresentaram os maiores valores para resistência ao rasgo. Embora não diferindo entre si, superaram os outros dois tratamentos. 9) A 60 °SR a celulose sulfato de E. alba de 7 anos apresentou a maior resistência ao rasgo não diferindo estatisticamente apenas daquela obtida de E. saligna de 5 anos, embora mostrasse tendências para superar também este tratamento. 10) Há evidencias palpáveis de que os resultados obtidos para as propriedades físico-mecânicas das celuloses estudadas estejam correlacionados com a densidade básica de suas madeiras, especialmente aqueles encontrados para E. saligna de 5 anos e E. alba de 7 anos. 11) A determinação de equações de regressão para as propriedades físico-mecânicas pode ser um útil meio auxiliar para o controle de qualidade nas indústrias de celulose. 12) Houve predominância de equações de regressão de natureza quadrática para resistência a tração e resistência ao rasgo e de natureza cubica para peso especifico aparente quando essas propriedades físico-mecânicas da celulose sulfato foram relacionadas com grau de refinação. 13) A celulose sulfato de E. saligna de 5 anos e de E. grandis de 7 anos refinaram mais rapidamente que as obtidas dos outros tratamentos. Aquelas feitas com madeira de E. saligna e E. alba, ambos de 7 anos, apresentaram refinação semelhante mas inferior às demais. 14) Não foram constatadas diferenças estatisticamente significativas entre as porcentagens de rendimento bruto ou depurado das celuloses estudadas. 15) Com base nos resultados obtidos, o E. saligna deve ser a espécie preferida para a produção de celulose sulfato branqueável. Recomenda-se, entretanto, o estudo de práticas florestais, técnica e economicamente adequadas, que permitam adotar uma rotação de 5 anos para sua melhor utilização em termos industriais. 16) Dentro do manejo florestal adotado nas condições reinantes no pais, onde o corte dos povoamentos de eucalipto é realizado aos 7 anos de idade, recomenda-se maior incentivo ao reflorestamento com E. grandis dada a superioridade geral das propriedades físico-mecânicas de sua celulose quando comparada aquela obtida de E. alba. 17) Os resultados obtidos para a celulose sulfato de E. grandis de 7 anos, indicam a necessidade de imediatos estudos da madeira dessa espécie cortada aos 5 anos, a qual deverá, provavelmente, comportar-se de maneira bastante semelhante ao E. saligna de 5 anos, dadas as características botânicas comuns. 18) Nos casos de utilização de povoamentos já existentes de E. alba para a produção de celulose sulfato branqueável, a sua exploração deverá ser realizada preferivelmente quando os maciços florestais estiverem com 5 anos.
  • DOI: 10.11606/T.11.1900.tde-20240301-144715
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
  • Data de criação/publicação: 1969-01-01
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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