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Associação entre fragilidade, pressão arterial, mobilidade e sono em muito idosos

Blauth, Fernando Gioppo

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto 2022-07-13

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Associação entre fragilidade, pressão arterial, mobilidade e sono em muito idosos
  • Autor: Blauth, Fernando Gioppo
  • Orientador: Lima, Nereida Kilza da Costa
  • Assuntos: Sono; Atividade Motora; Fragilidade; Pressão Arterial; Hipertensão; Idoso De 80 Anos Ou Mais; Sleep; Motor Activity; Hipertension; Frailty; Arterial Pressure; Aged 80 And Over
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: INTRODUÇÃO: A alteração na pressão arterial (PA) é o principal fator de risco cardiovascular potencialmente prevenível e possui relação direta com a idade. Ainda assim, seu controle nos indivíduos acima de 80 anos continua sendo um desafio. Os fatores de risco cardiovasculares comportam-se de maneira diferente de acordo com o grau de fragilidade, tornando-a uma ferramenta essencial no manejo da pressão arterial. A mobilidade espontânea e alterações do sono são fatores relacionados à fragilidade que apresentam associação com alterações na pressão arterial em uma população geral, no entanto, a influência que a fragilidade exerce sobre alterações na mobilidade, sono e pressão arterial, assim como a associação que existe entre essas variáveis ainda é pouco conhecida. As hipóteses desta tese é que existe associação entre pressão arterial, fragilidade, mobilidade e sono nos indivíduos acima de 80 anos e que o comportamento da pressão arterial de 24-horas nesses indivíduos sofre influência desses parâmetros. OBJETIVO: Avaliar a associação entre fragilidade, PA em 24 horas, mobilidade e sono nos indivíduos acima de 80 anos. METODOLOGIA: Indivíduos foram classificados em frágeis e não frágeis pelo fenótipo de fragilidade. A pressão arterial foi medida pelo método de Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial (MAPA) em 24 horas e a mobilidade e sono foram monitorizados por meio de actígrafos durante 7 dias. A qualidade do sono foi avaliada pela escala de Pitsburg Sleep Quality Index (PSQI). Foram realizadas análises para avaliar a associação entre os parâmetros da MAPA com fragilidade, mobilidade e sono. Modelos estatísticos multivariados foram criados para avaliar o efeito de cada variável sobre as alterações da PA sistólica (PAS) noturna. RESULTADOS: Foram avaliados 38 indivíduos frágeis e 36 não frágeis (média de idade 85,3 ± 3,7 anos). A média da PAS e PA diastólica (PAD) em vigília foram semelhantes entre os grupos. Pacientes frágeis tiveram PAS mais elevada durante o sono (122 ± 13 mmHg vs. 128 ± 15 mmHg; P = 0,04), menor descenso noturno [6,8 (2,1 - 12,8)% vs. 1 (-4,5 - 5)%; P=<0,01], e prevalência aumentada do estado \"não dipper\" [23 (39%) vs. 36 (61%) P = <0,01]. A análise de mobilidade demonstrou diferença entre os grupos na maior parte das variáveis aferidas. Dentre elas destaca-se menor mobilidade nos frágeis representada pelo menor número de passos, maior tempo sedentário, menor tempo deambulando, menor tempo em ortostase e menor intensidade do movimento representado pela cadência e metabolic equivalent of tasks (METS). Diversos parâmetros de mobilidade apresentaram correlação com PAS noturna e descenso noturno, dentre eles destaca-se a cadência (passos/minuto) que apresentou correlação negativa com PAS noturna (r=-0,39; P<0,01) e positiva com descenso noturno (r=0,55; P<0,01). O actígrafo de sono não demonstrou diferença entre os grupos para os parâmetros tradicionais do sono avaliados por actigrafía. Os frágeis tiveram pior qualidade do sono avaliada pela escala PSQI. Tempo na cama e a qualidade do sono apresentaram correlação negativa com o descenso noturno (r=-0,26; P=0,02) e (r=-0,23; P=0,04). Fragilidade foi associada a risco de PAS noturna aumentada e a cadência, por sua vez, foi fator protetor. Em modelo estatístico a cadência manteve-se como fator protetor (OR 0,58; IC 0,4 - 0,9; P<0,01) independente da qualidade do sono e fragilidade. A presença de fragilidade também foi associada a risco 9 vezes maior de apresentar o estado \"não-dipper\" (OR 9,7; 7,9 - 47; P=0,01), por sua vez, o aumento na cadência reduziu esse risco em 14% (OR 0,89; 0,79 - 0,93; P=0,02). Em modelo estatístico ajustado, a fragilidade perdeu seu efeito de risco (OR 7,7; 0,38 - 137; P=0,25) enquanto a cadência manteve seu efeito protetor independente dos outros fatores (OR 0,87; 0,78 - 0,97; P=0,02). CONCLUSÕES: Existe associação entre alterações na PAS noturna, fragilidade, mobilidade reduzida e pior qualidade de sono nos indivíduos acima de 80 anos. O comportamento da pressão arterial durante o sono desses indivíduos sofre grande influência da mobilidade espontânea independente dos demais parâmetros.
  • DOI: 10.11606/T.17.2022.tde-03102022-083913
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • Data de criação/publicação: 2022-07-13
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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