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O novo engajamento cultural: militância e trabalho com políticas públicas em São Paulo

Oliveira, Taiguara Belo De

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola de Comunicações e Artes 2018-04-23

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    O novo engajamento cultural: militância e trabalho com políticas públicas em São Paulo
  • Autor: Oliveira, Taiguara Belo De
  • Orientador: Frederico, Celso
  • Assuntos: Ativismo Cultural; Coletivos Culturais; Políticas Públicas Culturais; Trabalho Cultural; Cultural Activism; Cultural Collectives; Cultural Public Policies; Cultural Work
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Notas Locais: Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação
  • Descrição: Este trabalho investiga os processos constitutivos, as condições de atuação e o sentido político do que chama de novo engajamento cultural. Desde os anos 1990 surge na cidade de São Paulo um novo conjunto de experiências associativas informais, autodenominadas coletivos, que atualizam as formas de relacionamento entre o fazer cultural e a militância política. Essa nova configuração político-cultural notabiliza-se por se aliar a temáticas cotidianas que emanam do meio social dos públicos ou territórios com que estão envolvidos ao mesmo tempo em que direciona seus esforços para fazer do coletivo um espaço de experimentação de novas relações produtivas. Do mesmo modo, o fenômeno parece desenvolver-se nos termos de novas modalidades laborais, já que a formação de coletivos aparece também como via alternativa de acesso a subvenções públicas propiciadas pelas novas políticas culturais estruturadas por sistemas de financiamento direto a projetos selecionados através de editais públicos. A hipótese é de que a emergência do novo engajamento cultural é estreitamente vinculada com o paradigma antropológico de política cultural que se firmou no país ao longo dos anos 2000, favorecendo-se das modulações políticas operadas pela era de hegemonia dos governos progressistas. Para tanto, privilegia como arco histórico de análise os debates, formulações e impasses enfrentados pelas instâncias organizativas de dois movimentos culturais que se formaram ao redor de dois programas públicos municipais: o Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, de 2002, e a breve experiência do Fomento à Cultura da Periferia de São Paulo, de 2016. Isso é feito através de observação direta participante (no período 2011-2017) em espaços organizativos dos movimentos; análise de dados secundários compostos por atas, legislações, projetos e outros documentos atinentes à relação entre coletivos e poder público; e pesquisa bibliográfica que permitiu pensar, por diferentes perspectivas, o atual papel da cultura frente às transformações mais recentes do sistema capitalista. Em seus resultados, a pesquisa sugere que a agenda cultural antropológica, forjada em sintonia com as novas estratégias de gerenciamento político global e com a centralidade assumida pela cultura na nova etapa de acumulação, degenera o sentido político destas pequenas experiências ao instrumentalizar a capacidade mobilizadora e auto-organizativa demonstrada por elas. Intrínsecos ao novo paradigma, os sistemas de financiamento baseado na forma-edital serviram a que a norma competitiva neoliberal se infiltrasse nestes pequenos ensaios organizativos informais, o que reduziu o potencial emancipador aí presente a uma forma subordinada de trabalho e transformou os processos interativos por eles produzidos em novas espécies de mercadoria.
  • DOI: 10.11606/T.27.2018.tde-20072018-112445
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola de Comunicações e Artes
  • Data de criação/publicação: 2018-04-23
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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