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Fadiga muscular periférica de membros superiores em crianças e adolescentes típicos e com espinha bífida

Martins, Emanuela Juvenal

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto 2023-05-31

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Fadiga muscular periférica de membros superiores em crianças e adolescentes típicos e com espinha bífida
  • Autor: Martins, Emanuela Juvenal
  • Orientador: Sverzut, Ana Claudia Mattiello
  • Assuntos: Isocinético; Eletromiografia; Fadiga; Força Muscular; Mielomeningocele; Myelomeningocele; Isokinetic; Electromyography; Fatigue; Strength
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Introdução: Pacientes com doenças neurológicas crônicas, como a espinha bífida (EB), apresentam predomínio de alterações motoras e sensoriais nos membros inferiores, o que torna esses indivíduos mais suscetíveis ao estilo de vida sedentário, com maior predisposição para o aparecimento de doenças cardiovasculares, obesidade, fraqueza e fadiga motora. Por outro lado, nesses pacientes há aumento da exigência dos membros superiores para execução de tarefas diárias, transferências posturais e locomoção com uso de dispositivos. Logo, é importante investigar o desempenho muscular de membros superiores de crianças e adolescentes com EB, com intuito de detectar alterações e propor intervenções precoces que mantenham a independência funcional e, consequentemente previnam os riscos associados ao sedentarismo. No entanto, são escassos na literatura estudos científicos que investigaram o desempenho muscular de membros superiores, especialmente fadigabilidade, utilizando diferentes instrumentos, como dinamômetros e eletromiografia, em crianças e adolescentes com desenvolvimento típico e naquelas com doenças crônicas. Para tal investigação, os protocolos de avaliação devem monitorar o desenvolvimento de força/torque ou pressão utilizando instrumentos como dinamômetros (isocinético e de bulbo), eletromiografia de superfície (EMG) e escalas de percepção de esforço. Objetivos: O objetivo geral deste estudo foi avaliar o desempenho muscular, principalmente fadigabilidade motora, de membros superiores em crianças e adolescentes com desenvolvimento típico e naquelas com EB. Os objetivos específicos incluíram (a) investigar a influência da maturação sexual e sexo na fadigabilidade dos extensores do cotovelo durante contrações concêntricas voluntárias máximas repetidas em crianças e adolescentes com desenvolvimento típico (Artigo 1); (b) comparar a fadigabilidade dos flexores e extensores do cotovelo durante contrações concêntricas voluntárias máximas repetidas entre crianças e adolescentes com desenvolvimento típico e aquelas com EB (Artigo 2); (c) comparar o torque isométrico máximo, a taxa de desenvolvimento de torque - TDT (0-300 ms) dos flexores e extensores do cotovelo entre crianças e adolescentes com desenvolvimento típico e aquelas com EB (Artigo 3); (d) analisar a fadigabilidade e a influência do sexo nos músculos flexores e extensores dos dedos durante a atividade repetida de preensão palmar em crianças com desenvolvimento típico (Artigo 4); e, (e) comparar a fadigabilidade durante a atividade repetida de preensão palmar entre crianças e adolescentes com desenvolvimento típico e aquelas com EB (Artigo 5). Métodos: Estudo observacional transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP, CAAE: 24947214.8.0000.5440; 63579916.2.0000.5440). Participaram do estudo crianças e adolescentes típicos (n=84), estudantes da cidade de Ribeirão Preto (SP) e crianças e adolescentes com EB (n=23), em acompanhamento no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - HCFMRP/USP, de 7 a 17 anos, de ambos os sexos. Todos os participantes foram avaliados quanto a composição corporal (bioimpedância elétrica), nível de atividade física (Physical Activity Questionnaire for Older Children and Adolescent - PAQ-C/PAQ-A) e nível de maturação sexual (estágios de Tanner, 1962), e os participantes com EB foram avaliados em relação ao nível de lesão medular (achados no exame de imagem), prognóstico de deambulação (critérios estabelecidos por Schoenmakers et al., 2005) e nível de funcionalidade (The Functional Mobility Scale). Para avaliação do desempenho muscular utilizamos 3 protocolos de avaliação: (a) contrações concêntricas máximas dos músculos flexores e extensores do cotovelo utilizando o dinamômetro isocinético - Biodex Multjoint System 4®, na velocidade 120º.s-1 (Artigos 1 e 2); (b) contrações isométricas explosivas e máximas dos músculos flexores e extensores do cotovelo utilizando dinamômetro isocinético (Artigo 3); e, (c) contrações concêntricas máximas dos músculos flexores dos dedos utilizando o dinamômetro de bulbo - North Coast - NC70154 (Artigos 4 e 5). Os protocolos com contrações concêntricas compreenderam a execução 3 contrações máximas, repouso de 10 minutos, seguido de contrações cíclicas ilimitadas até o voluntário atingir queda de 50% do torque máximo e/ou relatar cansaço máximo (Children´s OMNI Scale of Perceived Exertion). O protocolo com contrações isométricas incluiu 3 contrações máximas, sustentadas por 5 segundos e repouso de 20 segundos entre cada contração. Os 3 protocolos descritos incluíram o registro EMG simultâneo dos músculos bíceps e tríceps braquial ou flexores e extensores dos dedos da mão - Trigno™Wireless System Delsys Inc, seguindo as recomendações do SENIAM. Foram analisadas as variáveis pico de torque (PT), pressão palmar, amplitude normalizada e frequência de potência mediana do sinal EMG provenientes dos testes anteriormente descritos. Foi realizada a análise de normalidade dos dados para direcionar a escolha dos testes estatísticos de comparação entre os grupos. Para todas as análises foi considerado um nível de significância p≤0,05. Resultados: Durante o teste de fadigabilidade dos extensores do cotovelo de crianças e adolescentes típicos ocorreu menor declínio do PT para o grupo pré-púbere, maior amplitude EMG para o grupo pré-púbere feminino, e maior declínio da frequência mediana para o grupo pós-pubere masculino quando comparados aos demais grupos (Artigo 1). Participantes com EB apresentaram menores valores de PT isocinético (Artigo 2), PT isométrico e TDT (Artigo 3) dos músculos do cotovelo, e menores valores de pressão palmar (Artigo 5) em comparação aos seus pares típicos. Porém, a análise do PT (normalizado para o peso corporal) durante o trabalho muscular repetitivo dos flexores do cotovelo mostrou que os participantes do EB apresentaram maior resistência à fadiga em comparação com os típicos (Artigo 2), e foram capazes de resistir à fadiga de forma semelhante aos típicos durante contrações repetidas de preensão palmar (Artigo 5); em ambos os casos não foram observadas diferenças entre os grupos para a ativação neuromuscular. Conclusão: Crianças e adolescentes com EB apresentaram PT (isocinético e isométrico), TDT e pressão palmar reduzidos, porém resistência à fadiga durante atividade de preensão palmar e dos músculos do cotovelo similares em comparação com seus pares típicos. Esses achados podem direcionar a escolha de intervenções terapêuticas para crianças e adolescentes com EB.
  • DOI: 10.11606/T.17.2023.tde-10082023-091306
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • Data de criação/publicação: 2023-05-31
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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