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Relação entre a distribuição da posse da terra e o uso de fatores de produção na agricultura Brasileira

Carlos, Maria Cleide Rodrigues

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz 1971-10-29

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Relação entre a distribuição da posse da terra e o uso de fatores de produção na agricultura Brasileira
  • Autor: Carlos, Maria Cleide Rodrigues
  • Orientador: Hoffmann, Rodolfo
  • Assuntos: Brasil; Distribuição Da Posse Da Terra; Produção Agrícola
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: Este trabalho estuda o uso relativo dos fatores, de produção em estabelecimentos agrícolas do Brasil, de conformidade com estratos de área. Os fatores de produção estudados foram: terra, mão-de-obra, tração animal e mecânica, inversões de capital, crédito e fertilizantes. O objetivo do estudo é verificar que tipo de empresa agrícola, conforme a área, está utilizando de forma mais adequada os recursos produtivos, do ponto de vista social. Utilizamos basicamente os dados do Censo Agrícola de 1960 publicados pelo IBGE e, para a análise estatística, os modelos de regressão simples linear e quadrática. Os resultados obtidos sobre o uso da terra mostram que: a) a intensidade do uso da terra no Brasil é muito grande nos estabelecimentos pequenos, caindo drasticamente quando aumenta a área média dos estabelecimentos. Nos estabelecimentos com área inferior a 10 hectares a área cultivada é superior a 60%; nos de tamanho médio esta porcentagem está em torno de 20%; e nos grandes, com área superior a 10.000 hectares, esta porcentagem baixa para 3,48%. b) em geral, os Estados do Sul tem uma agricultura muito mais intensiva, isto é, a porcentagem da área cultivada é relativamente maior nestes Estados, quando comparados com Estados do outras regiões. O Estado de São Paulo se destaca com uma elevada proporção da área cultivada em todos os estratos de área dos estabelecimentos. c) a área de terras incultas em porcentagem sobre a área cultivada é irrisória nos estabelecimentos com área inferior a 5 hectares, onde não atinge a 10%; nos de 100 a 200 hectares esta porcentagem é de 55,37%; e nos estabelecimentos com área superior a 5.000 hectares esta porcentagem é altíssima, superior a 100%. d) em quase todos os Estados, as terras incultas têm maior extensão do que as terras cultivadas em alguns dos estratos de grandes estabelecimentos. Fogem à regra apenas os Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Quanto ao uso de força animal ou mecânica nos estabelecimentos rurais, os resultados mostram que: a) nos estabelecimentos com menos de 5 hectares cultivados o uso de força animal ou mecânica se restringe a pequeno número do estabelecimentos: mais de 80% deles só empregam força humana. Nos estabelecimentos com mais de 200 hectares cultivados a porcentagem dos que não empregam força animal ou mecânica não vai além de 32%. b) nos Estados do Nordeste é muito alta a porcentagem dos estabelecimentos sem uso de força animal ou mecânica, principalmente quando comparados com os do Sul. c) tanto nos estabelecimentos com área inferior a 5 hectares, como naqueles com área superior a 10.000 hectares a porcentagem dos que não empregam arado é maior do que 80%; é naqueles com área entre 20 e 50 hectares que esta porcentagem ó menor, pouco abaixo de 70%. d) nos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina os estabelecimentos que fazem maior uso de arado são aqueles com área compreendida entre 200 e 1. 000 hectares, 10 o 100 hectares, 20 e 100 hectares, respectivamente. e) os valores ajustados para o Brasil sugerem que são os estabelecimentos médios que fazem maior uso de arado. f) o valor dos veículos, máquinas, instrumentos agrários e maquinaria em porcentagem sobre o valor da terra é muito baixo em todos os estabelecimentos rurais do Brasil. Com exceção dos grandes, com área superior a 10.000 hectares, esta porcentagem situa-se em torno de 8%. Sôbre o emprego do mão-de-obra nos estabelecimentos agrícolas os resultados revelam que: a) o emprego da mão-de-obra no Brasil é mais intensivo nos estabelecimentos com área inferior a 2 hectares, o:dstindo uma relação aproximada do 3 homens por hectare cultivado; nos incluídos na categoria de médios esta relação se aproxima de um homem para cada 5 hectares cultivados; e nos grandes, um homem para cada 16 hectares cultivados. b) no tocante à mão-de-obra assalariada comparada com a mão-de-obra total, a relação entre as duas cresce com a área média dos estabelecimentos. Nos pequenos estabelecimentos a mão-de-obra assalariada atinge até um terço da total; nos médios esta proporção se eleva para pouco mais da metade; e nos grandes a razão se eleva a mais de dois terços. c) na maior parte dos Estados a predominância da mão-de-obra assalariada é típica dos grandes estabelecimentos. Nos Estados do Ceará e Paraíba há predominância da mão-de-obra assalariada nos estabelecimentos referentes aos estratos de 200 a 2.000 hectares e 500 a 5.000 hectares, respectivamente. Os resultados alusivos ao emprego de capital sugerem que: a) o valor das inversões de capital feitas por hectare da terra cultivada durante o ano de 1959 foi muito baixo nos estabelecimentos rurais do Brasil, variando entre um a três cruzeiros, aproximadamente, nos diversos estratos de área. O valor mais elevado refere-se, na maioria das vezes, aos estabelecimentos pequenos. b) nos Estados do Sul e Centro-Oeste o valor das inversões por hectare cultivado é bastante elevado, comparativamente aos outros Estados. Porém, este valor é acentuadamente mais elevado nos estabelecimentos com área inferior a 2 hectares, elevando-se até 36 cruzeiros em alguns casos. c) uma pequena porcentagem dos estabelecimentos pequenos faz uso do crédito rural, mas esta porcentagem cresce com a área dos estabelecimentos. Nos estabelecimentos com área inferior a 2 hectares esta porcentagem está ao redor de 3%, supera 10% naqueles com área acima de 50 hectares e atinge mais de 20% no estrato do maior área. d) os grandes estabelecimentos referentes aos Estados de Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os maiores usuários de crédito, comparativamente com os da mesma categoria em outros Estados. e) dos estabelecimentos pequenos, usuários de crédito, uma porcentagem inferior a 46% usa o crédito institucional. Naqueles da área inferior a 10 hectares, os usuários do crédito agrícola institucional não atingem a 19%. Nos médios esta fração vai além de 50% e, nos grandes se eleva a mais de 70%. Sobre o uso de fertilizantes nossa pesquisa revelou que: a) ainda é muito baixa a porcentagem dos estabelecimentos rurais no Brasil que usam este insumo. A prática de adubação só atinge uma fração muito pequena dos estabelecimentos, especialmente dos pequenos e grandes. Nos de área inferior a 5 hectares é pouco menos de 10% a porcentagem dos estabelecimentos que empregam fertilizante do qualquer tipo; o mesmo fato se repete naqueles de área superior a 200 hectares. b) nos Estados do Nordeste e Centro-Oeste, é irrisória a porcentagem dos estabelecimentos que usam fertilizante de qualquer tipo, em qualquer estrato de área. Porém, em todos os Estados do Brasil os estabelecimentos de área entre 100 e 200 hectares se destacam pela fração mais alta dos que empregam este insumo, comparativamente aos outros estratos de área.
  • DOI: 10.11606/D.11.1971.tde-20240301-151213
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
  • Data de criação/publicação: 1971-10-29
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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