skip to main content
Primo Advanced Search
Primo Advanced Search Query Term
Primo Advanced Search prefilters

Querer, obedecer e empreender: o governo de si e dos outros nos discursos pedagógicos (final do século XVIII e início do século XIX)

Calixto, Cláudia Ribeiro

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação 2014-02-25

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Querer, obedecer e empreender: o governo de si e dos outros nos discursos pedagógicos (final do século XVIII e início do século XIX)
  • Autor: Calixto, Cláudia Ribeiro
  • Orientador: Aquino, Julio Roberto Groppa
  • Assuntos: Educação; Michel Foucault; Poder Pastoral; Governamentalidade; Empreendedorismo; Entrepreneurialism; Education; Pastoral Power; Governmentality
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: A investigação que embasa a presente tese tem como objetivo analisar a racionalidade pedagógica que sustenta a produção de subjetividades empreendedoras; e como horizonte teórico, algumas noções presentes no pensamento de Michel Foucault, especialmente em seus últimos cursos. A partir das proposições sobre uma pedagogia dita empreendedora, buscou-se compor um quadro das noções ético-políticos aí vigentes, as quais gravitam em torno de noções de felicidade, sucesso, destino, eficiência e produtividade, tomando o indivíduo como capital de si mesmo e sua própria vida como alvo de investimento ininterrupto. Entendendo o empreendedorismo menos como uma plataforma discursiva subserviente às forças ideológicas em voga e mais como uma espécie de poeira do presente, visou-se, por meio de um recuo arqueogenealógico, investigar a modulação do poder pastoral e da governamentalidade neoliberal operada na e pela literatura pedagógica do final do século XVIII e início do XIX. Na qualidade de fontes empíricas, foram selecionados alguns textos de Johann Pestalozzi, Friedrich Froebel, Johann Herbart e, em especial, Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister, obra de Johann Wolfgang von Goethe. Tal escolha deveu-se, sobretudo, ao fato de tais textos serem constantemente referidos como fundadores da educação moderna pela historiografia educacional. No que se refere ao âmbito teórico-metodológico, além de Michel Foucault, a pesquisa teve como intercessores privilegiados Gilles Deleuze, Paul Veyne, Nikolas Rose e Giorgio Agamben, entre outros pensadores alinhados à perspectiva pós-estruturalista. A partir do enfrentamento analítico com as fontes eleitas, pôde-se observar um deslocamento do governamento teístico para uma noção de salvação laica ancorada na ideia do homem educado como operador de seu destino. Despontaria aí um sujeito que se imagina construtor de sua própria história e, portanto, capaz de gerir sua vida, por meio de determinadas práticas sobre si mesmo, tais como: voltar o olhar para si, buscando sua motivação e sua verdade supostamente interiores; descobrir e desenvolver seus talentos; aprender a aprender; retirar das experiências com o mundo lições para uma vida bem-sucedida; identificar e aprimorar suas habilidades e aptidões; cuidar da própria saúde, mantendo-se saudável e produtivo; manter-se atualizado etc. Daí o pietismo configurar um capítulo destacado em tal projeto, com vistas à autonomização do homem e, por conseguinte, sua realização na vida mundana. No diagrama que vem produzindo esse éthos para o homem contemporâneo, planteiam-se modos de veridicção e de subjetivação em que querer, obedecer e empreender constituem um nexo indissociável na forja do governo de si e dos outros.
  • DOI: 10.11606/T.48.2014.tde-05052014-103817
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação
  • Data de criação/publicação: 2014-02-25
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

Buscando em bases de dados remotas. Favor aguardar.