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O corpo esgotado: um estudo crítico sobre práticas de ensino corporal na formação do ator

Carbone, Priscilla

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola de Comunicações e Artes 2019-12-09

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    O corpo esgotado: um estudo crítico sobre práticas de ensino corporal na formação do ator
  • Autor: Carbone, Priscilla
  • Orientador: Yagyu, Alice Kiyomi
  • Assuntos: Formação Do Artista Teatral; Michel Foucault; Treinamento Corporal; Actor Training; Physical Training
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Notas Locais: Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas.
  • Descrição: Seguindo o traçado teórico-metodológico advindo do legado de Michel Foucault, a pesquisa aqui apresentada se dedica a investigar a inserção de práticas corporais na formação do artista teatral brasileiro. Para tanto, foram escolhidos, primeiramente, os seguintes conjuntos documentais: os programas curriculares e planos de ensino de professores da Escola de Arte Dramática (EAD), da qual foram estudados documentos pedagógicos de 1948 a 1990, e do curso de Bacharelado em Interpretação Teatral da Universidade de São Paulo (CAC), do qual analisaram-se os planos de ensino de 1968 a 2016; publicações da Revista Sala Preta, vinculada ao Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da ECA-USP, de 2001 a 2014; e a primeira proposta de ensino teatral formulada no país (em 1857, por João Caetano dos Santos). Observou-se que, a partir de 1960, o corpo do ator adquiriu um novo status nas práticas teatrais, recebendo mais tempo de estudo e mais técnicas para o seu aperfeiçoamento. Ao examinarmos os objetos, os conceitos, as teorias e os perfis de profissionais que constituíram o campo da formação corporal do ator, percebemos que a visualização corpórea adotada pelos preparadores corporais tomou emprestada a linguagem e o vocabulário advindos de uma ciência médica higienista do início do século XX. Ademais, a formalização das escolas de teatro no país coincide com a institucionalização da educação regular e profissional promovida pelas reformas do Ministro da Educação e Saúde Gustavo Capanema em 1937, quando o ensino da educação física se tornou obrigatório. A atividade física como meio de cura e prevenção dos males físicos e de aperfeiçoamento mental e moral começava a ser defendida por médicos, educadores e artistas em periódicos então postos em circulação. Assim, elegeu-se um segundo campo documental: a análise de 98 artigos da Revista Educação Physica, publicados entre 1937 e 1945, por meio da qual se deflagrou que a valorização do treinamento físico teria sido um acontecimento comum ao ensino do teatro e da educação física, os quais teriam se tornado um espaço privilegiado de absorção de cânones higienistas. Com o suporte de discursos médicos, visando à boa saúde, e psicológicos, liberando o corpo de um (suposto) aprisionamento mental para melhor expressar uma ideia ou uma (suposta) verdade sobre si mesmo, o ator passou a ser alvo de uma série de práticas disciplinares, endereçadas cada vez mais ao governo de seu corpo como artista e como indivíduo. Os efeitos de tais acontecimentos seriam encontrados nos dias de hoje sob a constituição idealizada de um corpo mais consciente, livre, criativo, inteligente, expressivo e, portanto, acima da média, o que definirá novos regimes de veridicção do ser ator, desconhecidos por nossos antepassados.
  • DOI: 10.11606/D.27.2019.tde-19022021-125752
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola de Comunicações e Artes
  • Data de criação/publicação: 2019-12-09
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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