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Segura sua mão na minha, para que façamos juntas o que eu não posso fazer sozinha: Memórias de mulheres que participam de movimento social feminista

Afonso, Mariana Luciano

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Psicologia 2019-06-17

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Segura sua mão na minha, para que façamos juntas o que eu não posso fazer sozinha: Memórias de mulheres que participam de movimento social feminista
  • Autor: Afonso, Mariana Luciano
  • Orientador: Goncalves Filho, Jose Moura
  • Assuntos: Psicologia Social; Feminismo; Marcha Mundial Das Mulheres; Memória; Resistência; Social Psychology; Resistence; Feminism; Memory; World March Of Women
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: [I] A opressão política das mulheres ou a desigualdade de gênero configura-se como um problema social e histórico de graves consequências objetivas e subjetivas. É gerador de uma modalidade de sofrimento coletivamente compartilhado: a humilhação social, um sofrimento ancestral e repetido. Nesta pesquisa pretendeu-se analisar estratégias de enfrentamento da humilhação social, alcançadas e praticadas por mulheres que participam de um movimento social feminista: a Marcha Mundial das Mulheres. [II] Tivemos como hipóteses que: 1) O enfrentamento da humilhação social vivida por mulheres pode ganhar três formas: (1a) o enfrentamento solitário, sentido como mais ou menos impotente; (1b) o recurso cotidiano a parceiras com quem dividir e interpretar angústias, capaz de revigorar pessoas, mas não de alterar estruturas; (1c) o incurso em formas igualitárias de convivência, colaboração e luta, verificado como capaz de conquistar direitos e alterar instituições. Encontramos o primeiro e segundo tipos de enfrentamento nas trajetórias de mulheres antes de sua inserção na Marcha e o terceiro tipo depois da inserção. 2) As mulheres que ouvimos alcançariam identidade que contrasta com aquela trazida antes de sua inserção na Marcha e, portanto, numa forma política de enfrentamento de humilhação social; a nova identidade teria dependido da participação em lutas coletivas contra opressões de gênero e, em muitos casos, contra opressões de raça e de classe. Aferimos dois resultados que acompanharam a participação: (2a) as mulheres ganharam ou firmaram consciência de que opressões de gênero, classe e raça pessoalmente sofridas são modalidades de opressões coletivamente sofridas; (2b) uma consciência assim tornou-se consistente e viva, não automática e gregária, quando a participação em lutas coletivas correspondeu a uma experiência pela qual a militante sabe responder de modo muito pessoal. [III] Trajetórias de sete mulheres foram registradas por meio de convivência e colaboração e por meio de suas lembranças. Foi realizada ainda observação participante em núcleos e atividades da Marcha Mundial das Mulheres em São Paulo (SP). Foram realizadas análises de textos e documentos produzidos por este movimento social. Os dados recolhidos dessas diferentes fontes foram organizados e analisados de maneira independente e cruzada. A investigação mostrou que a participação na Marcha insere-se em um contexto de vivências de relações de dominação-exploração de gênero, raça e classe; assim como de uma trajetória de participação política e enfrentamentos. Assim, as transformações pessoais acontecidas e impulsionadas ali não se dão de forma mecânica. São sempre inseridas em um processo ligado a uma história pessoal e coletiva. Buscamos relacionar as transformações trazidas pela participação política às novas formas de enfrentamento aos sofrimentos psicológicos e políticos. Da análise de histórias de vida das depoentes emergiram as seguintes categorias que sintetizam a importância da participação política no movimento social feminista: a valorização da pluralidade; o exercício de participação igualitária; a possibilidade de falar e ser escutada; o favorecimento de um processo de avanço de consciência política sobre as relações sociais de gênero, classe e raça; o estímulo à aparição; a configuração como um espaço de praticar o cuidar-nos entre nós; a recuperação teórica de uma história coletiva e de uma ancestralidade pessoal (expressando duas formas de ligação com o passado); o exercício do potencial de criação e da possibilidade de sonhar (expressando uma mediação com o futuro)
  • DOI: 10.11606/T.47.2019.tde-30082019-181514
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Psicologia
  • Data de criação/publicação: 2019-06-17
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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