O discurso narrativo como recurso para os sujeitos-estudantes dos anos iniciais expressarem sua subjetividade
ABCD PBi
O discurso narrativo como recurso para os sujeitos-estudantes dos anos iniciais expressarem sua subjetividade
Autor:
Bartholomeu, Josiane Aparecida De Paula
Orientador:
Assolini, Filomena Elaine Paiva
Assuntos:
Análise De Discurso
;
Discurso Narrativo
;
Escrita De Si
;
Subjetividade
;
Discourse Analysis
;
Narrative Discourse
;
Self-Writing
;
Subjectivity
Notas:
Dissertação (Mestrado)
Descrição:
Apresentamos resultados de pesquisa em que investigamos se os sujeitos-estudantes dos anos iniciais, mais especificamente do 5º ano do ensino fundamental, utilizam o discurso narrativo escrito para falarem de si, de seus sentimentos, de emoções, frustrações e desejos, utilizando-o para tecer a subjetividade. O discurso narrativo escrito é comum nas práticas pedagógicas escolares que, na maioria das vezes, é empregado para cumprir um currículo ou proposta que não contemplam quem escreve e o que se escreve, mas como escreve, no sentido do assujeitamento às estreitas malhas das normas ortográficas e gramaticais. Para compreendermos, então, o funcionamento do discurso narrativo escrito dos/nos sujeitos estudantes, tomamos o discurso enquanto efeito de sentidos, considerando as condições de produção no momento em que reverberaram. O arcabouço teórico que sustenta nossos estudos está centrado na Análise de Discurso pêcheuxtiana, na Psicanálise freudo-lacaniana e nas Ciências da Educação. Apresentamos nos capítulos iniciais alguns conceitos fundamentais às três áreas do conhecimento, no intuito de compreendermos o movimento do sujeito em relação à escrita, e de modo específico, a escrita de si. Para a realização da pesquisa, elaboramos uma atividade didático-pedagógica tendo como finalidade a coleta de narrativas escritas por 43 sujeitos-estudantes do 5º ano do ensino fundamental de uma escola pública situada em uma pequena cidade do interior paulista. Após a atividade supracitada, as narrativas foram lidas e transcritas, culminando na seleção de três narrativas que constituem nosso corpus de análise. As análises das narrativas escritas reverberaram marcas e indícios de a) que em condições favoráveis de produção em que as atividades propostas sejam coerentes, criativas e desafiadoras, os estudantes são levados a se deslocarem e a se posicionarem como intérpretes-historicizados, ou seja, atribuem e produzem sentidos a partir da memória discursiva e, a partir desse deslocamento, reverberam marcas de autoria nas produções; b) atividades linguísticas, fundamentadas teoricamente e baseadas em portadores de textos diferenciados proporcionam aos sujeitos-estudantes a aprendizagem de diferentes gêneros discursivos, instigando-os a perguntas, relatos de experiências, exposição de suas dúvidas a respeito dos mais diversos assuntos e temas tratados em sala de aula e outras formulações, o que lhes permite ocupar o lugar de sujeitos que se relacionam prazerosamente com o processo polissêmico de linguagem, contribuindo para que entendam a língua em seu funcionamento; c) o discurso narrativo é uma alternativa para que os sujeitos-estudantes falem de si, de fantasias, angústias, medo e desejos, expressando assim a subjetividade, condições basilares para que tenham vez e se façam ouvir em sala de aula, no contexto escolar e na sociedade.
DOI:
10.11606/D.59.2018.tde-19072018-144141
Editor:
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Data de criação/publicação:
2018-06-14
Formato:
Adobe PDF
Idioma:
Português
Disponível na Biblioteca:
FFCLRP - Fac. Fil. Ciên. Let. de R. Preto (Bartholomeu, Josiane Aparecida de Paula )