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DNA Mitocondrial na Amazônia Brasileira: Estrutura Genética Regional e Inferências Continentais.

Mendes Junior, Celso Teixeira

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto 2005-06-30

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    DNA Mitocondrial na Amazônia Brasileira: Estrutura Genética Regional e Inferências Continentais.
  • Autor: Mendes Junior, Celso Teixeira
  • Orientador: Simões, Aguinaldo Luiz
  • Assuntos: Dna Mitocondrial; Genética Populacional; Índios Sul-Americanos; Dna Mitocondrial; Population Genetics; South American Indians
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Sítios arqueológicos, polimorfismos genéticos clássicos e marcadores moleculares (estes em menor quantidade) foram empregados nos últimos anos para o desenvolvimento de modelos de povoamento e investigação de rotas migratórias percorridas pelos primeiros habitantes do continente sul-americano. Apesar destes esforços, muitas incertezas relacionadas aos movimentos populacionais realizados pelos ancestrais dos índios contemporâneos na América do Sul ainda permanecem. Com o objetivo de estudar a estrutura populacional dos indígenas da Amazônia e contribuir para o melhor entendimento do povoamento deste continente, polimorfismos que definem os haplogrupos fundadores do DNA mitocondrial nativo-americano foram analisados em 308 indígenas pertencentes a 16 aldeias de 7 tribos da região central da Amazônia. A posição central ocupada por estas tribos no continente sul-americano faz com que sejam relevantes nas tentativas de reconstrução dos movimentos populacionais sul-americanos. Nesta região, existe particular interesse pela estrutura genética da tribo Tikúna, inicialmente tida como enigmática por se preservar como uma das únicas grandes tribos pouco miscigenadas da Amazônia central, e do grupo lingüístico Pano, que embora se distribua por grande extensão territorial, apresenta homogeneidades étnica, lingüística e cultural notáveis, razão pela qual as populações (tribos) deste grupo são consideradas como parte de uma mesma tribo. Oito aldeias Tikúna e seis aldeias de quatro tribos Pano (Katukina, Kaxináwa, Marúbo e Yaminawa) fazem parte deste estudo. Os resultados indicam que constituem populações realmente pouco miscigenadas, sendo a mistura inter-étnica feminina praticamente desprezível (0,32%). Foi encontrada heterogeneidade entre aldeias Tikúna, sendo observados dois grupos altamente homogêneos que diferem consideravelmente entre si. Em relação aos Pano, a homogeneidade lingüística e cultural deste grupo não se reflete em sua estrutura genética, visto que os níveis de heterogeneidade entre populações Pano são equivalentes ou até mesmo superiores aos observados entre populações de afiliação lingüística distintas. No geral, as mulheres indígenas da região central da Amazônia se apresentaram mais heterogêneas do que os homens, o que pode ser interpretado como maiores taxas migratórias femininas. Por meio de análises continentais foi observado que tanto a afiliação lingüística quanto a geografia exercem forte influência no padrão de variabilidade genética nas Américas. Quando apenas populações ameríndias são consideradas, a heterogeneidade é maior entre populações sul-americanas do que norte-americanas, o que estaria relacionado com maior atuação da deriva genética neste continente. Os dados corroboram a hipótese de que uma onda migratória principal seria responsável pelo povoamento das Américas. Ao longo deste movimento migratório, múltiplos efeitos do fundador teriam ocorrido até alcançar a América do Sul. Ao entrar na América do Sul, tal onda teria assumido rotas distintas direcionadas ao norte (acompanhando a costa Atlântica em direção ao leste do continente), ao sul (acompanhando a costa do Oceano Pacífico) e, possivelmente, em direção ao centro da Amazônia. Visto que as principais rotas migratórias foram necessariamente percorridas por membros de ambos os sexos, a análise de marcadores patrilineares seria pertinente para se testar esta rota em direção ao centro da Amazônia, bem como as duas rotas clássicas anteriormente propostas e aqui corroboradas.
  • DOI: 10.11606/T.17.2005.tde-12062013-083912
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • Data de criação/publicação: 2005-06-30
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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